
Daiane dos Santos escreveu seu nome na história do esporte olímpico brasileiro com acrobacias e saltos poucas vezes vistos na ginástica artística. Com eles, conquistou o mundo no solo no Mundial de 2003, em Anaheim, nos Estados Unidos.
A trajetória, que teve início em Porto Alegre e passou por três Olimpíadas, foi reconhecida no Rio de Janeiro. Ao lado de outros três ex-atletas, a ex-ginasta do Grêmio Náutico União, foi eternizada no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
— É um sonho que eu nunca imaginei poder sonhar. E viver isso agora, depois de tudo que a gente viveu no ano passado — disse Daiane em entrevista exclusiva à Zero Hora após receber a homenagem, e continuou:
— A minha gratidão por ser uma menina negra, estar aqui hoje no Hall da Fama, no meio de tantas pessoas, ter sido escolhida entre um grupo tão seleto, para a representatividade de todas as formas, pra mim é muito importante.
Referência e legado
A gaúcha se tornou uma das maiores referências da modalidade no Brasil, inspirando nomes como Jade Barbosa, Rebeca Andrade e tantas outras ginastas.
— Eu acho que ser alguém que ia levar uma condição positiva na vida de outro sempre foi algo que os meus pais construíram em mim. Ver que isso hoje é real através do esporte é muito bacana — disse a ex-atleta e completou:
— Ver que outras crianças, outros jovens, se inspiram na minha história, se inspiram na história da Rebe (Rebeca Andrade), na história do legado que a gente está formando na ginástica é muito legal — completou a ex-atleta.
Daiane criou dois movimentos que foram eternizados pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) e hoje levam o seu nome no código de pontuação: o duplo twist carpado (Dos Santos I) e o duplo twist esticado (Dos Santos II).
Nos Jogos Pan-Americanos, a ginasta possui cinco medalhas: duas de prata e três de bronze.