
Ex-árbitro e comentarista da ESPN, Carlos Simon participou do Bola nas Costas, da Rádio Atlântida, na manhã desta quarta-feira (8). O profissional analisou o momento atual da arbitragem brasileira, que vem gerando (cada dia mais) polêmica.
— Nós temos bons árbitros, acho que não é terra arrasada, mas muita coisa tem de ser feita. A responsabilidade passa também pelo comando da arbitragem, as orientações. O VAR, que era para ser uma coisa boa, hoje é muito questionado. Porque os caras usam o VAR como uma bengala — afirmou o ex-árbitro.
Simon também avaliou a postura dos donos do apito. Na opinião dele, atualmente há uma arrogância eminente em alguns árbitros brasileiros.
— Hoje eu sinto que os caras estão apitando de tamanco. É uma prepotência, é uma soberba: "Eu sou o dono". Não é assim, tem de ter humildade. Se você não tiver humildade, em qualquer profissão, não vai a lugar nenhum — avaliou.
Para além disso, Carlos Simon também tratou da "reciclagem" e das punições impostas a alguns árbitros que cometem erros grosseiros ao longo das competições nacionais. Recentemente, Lucas Casagrande e Ramon Abatti Abel foram afastados de suas atividades por esse motivo.
— Cara, não serve para nada, isso é para justificar, para dar uma resposta ao presidente. Os caras vão voltar amanhã, depois estão de novo apitando. Primeiro não são profissionais, os caras exercem outras profissões, o que é um absurdo. O futebol é um negócio de milhões e milhões de dólares e o árbitro é uma figura amadora — argumentou.
E a profissionalização?
Uma discussão que veio a tona recentemente é a profissionalização da arbitragem brasileira junto à CBF. Carlos Simon também opinou sobre o assunto e a possibilidade de se concretizar.
— Tem uma lei de 2013 no Congresso Nacional, em que foi regulamentada a profissão de árbitro. Então, você pode sentar à mesa com representantes dos árbitros, representantes dos clubes, advogados, trabalhistas e ver como é que vamos equacionar: "vou precisar de um número X de árbitros que estarão à disposição da CBF integralmente e vão optar um número X de jogos" — afirmou.
Ele ainda completou, detalhando o que seria necessário:
— Defendo a profissionalização, mas isso não significa só salário. Tem de ter um aparato por trás, tal qual o jogador tem um CT. Por exemplo, reúne os caras na Granja Comary, com médicos, psicólogos, massagista, fisioterapeuta, psiquiatra. O estresse do futebol é muito alto. Tem de ter todo esse aparato por trás do árbitro. Tem que apoiar o árbitro, ele não é o vilão da história — finalizou.



