
A 12ª edição do Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico foi encerrada, neste domingo (5), em Nova Déli, na Índia, e o Brasil ficou com a primeira colocação no quadro de medalhas pela primeira vez na história.
Os brasileiros terminaram o evento com 15 ouros, 20 pratas e nove bronzes, com um total de 44 medalhas. Vencedora de 10 das 11 edições anteriores, a China ficou em segundo lugar com 13 ouros, 22 pratas e 17 bronzes, sendo 52 no total.
Até então, a única vez que os chineses não encerraram o evento com a liderança do quadro de medalhas foi em há 12 anos, em Lyon, na França, quando o país vencedor foi a Rússia.
O último dia de disputas foi marcado pelo duelo entre Brasil e China e a equipe brasileira garantiu mais seis pódios, sendo três ouros, uma prata e dois bronzes.
Jerusa Geber supera marca de Terezinha Guilhermina

Jerusa Geber conquistou a sua segunda medalha de ouro na Índia ao vencer a prova dos 200m T11 (deficiência visual), com o tempo de 24seg88, o seu melhor na temporada.
Campeã da prova em 2023, em Paris, A acreana se tornou a atleta brasileira, entre homens e mulheres, com maior quantidade de medalhas na história dos Mundiais. Ela atingiu a marca de 13 pódios, sendo sete ouros, cinco pratas e um bronze, superando o recorde que era de Terezinha Guilhermina, que soma 12 medalhas.
— Estou muito feliz. Dois objetivos concluídos com sucesso: o tetra nos 100m e sair daqui como a atleta com maior número de medalhas em mundiais. Cheguei e estou saindo sem dor, sem lesão É claro que eu quero (ir para) Los Angeles 2028. Eu quero o penta, o hexa (nos mundiais), quero tudo. Até onde aguentar, eu quero ir — disse Jerusa.
Ainda nos 200m T11, Thalita Simplício ficou com o bronze, com 25seg97. Foi a décima medalha de sua carreira. A prata foi da chinesa Liu Yiming, com 25seg54.
Venezuelana desclassificada e ouro herdado por estreante

Estreante em mundiais, Clara Daniele terminou os 200m T12 (deficiência visual) na segunda posição com 24seg42. Porém após o término da prova, a arbitragem analisou a corrida e observou que o atleta-guia da venezuelana Alejandra Paola Lopez, que fez 24seg20 e terminou em primeiro, puxou a competidora antes de cruzar a linha de chegada, o que não é permitido pela regra da competição. Assim, ela foi desclassificada e o ouro foi para a brasileira.
O pódio ainda teve a indiana Simran e a chinesa Shen Yaqin, que ficaram com prata e bronze, respectivamente.
Bicampeonato no salto em distância

Mais cedo, Zileide Cassiano garantiu o bicampeonato no salto em distância T20 (deficiência intelectual). Com 5m88cm, sua maior distância na temporada, a paulista defendeu o título da edição de 2024 em Kobe, no Japão. A turca Fatma Altin ficou com a prata, com 5m72cm, e a polonesa Kucharczyk-Urbanska levou o bronze, com 5m55cm.
Terceiro pódio de Maria Clara Augusto

Na decisão dos 200m T47 (deficiência nos membros superiores), com o tempo de 24s77, Maria Clara Augusto levou a medalha de prata.
Foi o terceiro pódio da velocista potiguar em Nova Déli. Ela foi ouro nos 400m e prata nos 100m. Com isso, Maria Clara é a atleta do Brasil que mais subiu ao pódio neste Mundial.
A vencedora da prova foi a equatoriana Kiara Rodriguez, com 24seg34, novo recorde mundial da disputa, enquanto a francesa Anna Grimaldi levou o bronze, com 24seg82.
Bronze no peso
E para fechar Edenilson Floriani ficou com o bronze no arremesso de peso F42/F63 (deficiência nos membros inferiores), com a marca de 14m96cm, novo recorde das Américas. O vencedor da prova foi Aled Davies, da Grã-Bretanha, com 16m44cm, e a prata ficou com Faisal Sorour, do Kwait, com 16m28cm.
Prata garantida no tribunal
Um outro pódio confirmado para o Brasil veio com o resultado favorável da apelação sobre a prata no arremesso de peso F57 (que competem sentados) de Thiago Paulino.
O finlandês Teijo Koopikka entrou com protesto contestando a primeira, segunda, quarta e sexta tentativas feitas pelo paulista, que num primeiro momento foi aceito, o que colocou Thiago em quinto e o europeu no pódio, com a terceira posição.
Neste domingo, a apelação sobre o resultado do protesto, feita pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), foi aceita pelo júri e, com isso, Thiago Paulino teve o resultado validado, garantindo a medalha de prata.

