
O primeiro dia de competições do Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica, no Rio de Janeiro, terá a presença de duas brasileiras com histórias marcantes para a modalidade. Pela ordem, Geovanna Santos e Bárbara Domingos irão se apresentar nas classificatórias do arco e da bola.
A dupla de brasileiras está no Grupo B, que terá suas apresentações começando às 12h45min desta quarta-feira (20), na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico.
Geovanna será a 12ª ginasta a pisar na quadra. Bárbara virá imediatamente depois e com certeza esses serão os pontos altos das 98 atletas que integram os quatro grupos eliminatórios.
Primeira finalista olímpica do Brasil, Bárbara busca finais

A paranaense Bárbara Domingos, 25 anos, já entrou para a história do esporte brasileiro ao se tornar em Paris 2024, a primeira ginasta do país a disputar uma final olímpica individual na ginástica rítmica.
Seus primeiros passos foram na ginástica artística, quando ainda tinha apenas cinco anos. Mas pouco mais de um ano depois mudou para a rítmica, inspirada nas atletas de conjunto que treinavam no mesmo local.
Em 2021, no Japão, se tornou a primeira brasileira finalista de um Mundial, ficando em 17º lugar no individual geral.
A tão sonhada vaga olímpica veio no Mundial de 2023, na Espanha, quando finalizou em 11º. Na capital francesa, foi a 10ª colocada.
Em casa e consciente da importância de uma competição em solo nacional, Bárbara quer ao menos estar entre as finalistas.
— Nosso objetivo é (fazer) final por aparelho e individual geral. Estamos batalhando por isso. Nas (etapas) de Copa do Mundo, nós conseguimos fazer isso, estar no top 10 no geral e, por aparelho, sempre estamos pegando uma final ou outra. Então sabemos que é possível e realmente a gente só precisa fazer em quadra o que a gente trabalhou e ser leve e feliz, aproveitar esse momento — disse para a Rádio Gaúcha e Zero Hora, após o treino de pódio da terça-feira.
Geovanna Santos: do interior do Espírito Santo para o mundo.

Uma ginasta realizada, mas com desejo de mais. Assim é Geovanna Santos, 23, nascida em Pinheiros, cidade localizada cerca de 300 km de Vitória, capital do Espírito Santo.
E foi dessa forma, que ela falou da emoção de competir um Mundial em casa.
— Eu comecei com cinco anos no interior, num projeto social, e olhar pra trás e ver tudo que conquistei até hoje é muito gratificante. Eu não imaginava chegar onde cheguei, participar de uma Olimpíada. Eu sempre falava que queria estar na seleção. É difícil falar porque sou muito feliz por tudo que conquistei, por todas as pessoas que me ajudaram (treinadores e família) e estar aqui, onde tantas pessoas gostariam de estar e outras milhares de pessoas boas queriam estar aqui, no primeiro Mundial da história do Brasil — disse Jojô, como é chamada pelas colegas de seleção.
Geovanna esteve na Olimpíada de Tóquio em 2021, que foi realizada sem público. Na oportunidade, ela competiu pela equipe de conjunto, que terminou na 12ª posição.
No ciclo para Paris voltou a competir no individual e a vaga acabou escapando. Mas a capixaba seguiu firme. Agora, quer fazer um grande Mundial e iniciar da melhor forma possível o ciclo Los Angeles 2028.
Bárbara e Geovanna competirão na quinta-feira (21), nas classificatórias maças e fita.
A final do individual geral, que consiste na soma das notas dos quatro aparelhos acontece na sexta (22), enquanto as disputas por medalha de arco, bola, maças e fitas será no domingo (24), dia do encerramento da competição.
* O repórter viajou a convite da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).



