
No futebol, poucos números são tão celebrados — e tão polêmicos — quanto os mil gols. Nomes como Pelé, Romário e Túlio Maravilha garantem ter ultrapassado os quatro dígitos, mas, nas listas oficiais, nenhum deles aparece no topo.
Segundo o ranking da Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), que contabiliza apenas partidas oficiais, o jogador com mais gols na história é Cristiano Ronaldo, com 938 gols marcados.
O português, que segue em atividade, aparece à frente de Lionel Messi (865), do austríaco Josef Bican (805), de Romário (772) e de Pelé (767).
O dado contrasta com as estatísticas divulgadas pelos próprios jogadores. Pelé, por exemplo, dizia ter marcado 1.283 gols ao longo da carreira. Já Romário celebra ter feito 1.002 gols. Túlio Maravilha, figura carismática dos anos 1990 e ídolo do Botafogo, também reivindica a marca dos mil — mais precisamente 1.001.
O que explica a diferença?
Os números diferentes possuem diferentes critérios. Enquanto a Fifa e o IFFHS excluem jogos amistosos, festivos ou disputados em contextos não oficiais, os atletas somam confrontos em categorias de base, excursões internacionais, campeonatos amadores e até partidas comemorativas.
Maiores artilheiros da história do futebol (apenas partidas oficiais)
- Cristiano Ronaldo: 938 gols (em atividade)
- Lionel Messi: 872 gols (em atividade)
- Josef Bican: 805 gols
- Romário: 772 gols
- Pelé: 767 gols
- Ferenc Puskás: 746 gols
- Gerd Muller: 735 gols
- Robert Lewandowski: 712 gols (em atividade)
- Eusébio: 623 gols
- Luis Suárez: 591 gols
Artilheiros dos mil gols (contagem pessoal)
- Josef Bican: 1.468 gols (805 oficiais)
- Gerd Muller: 1.461 gols (634 oficiais)
- Arthur Friedenreich: 1.329 gols (557 oficiais)
- Pelé: 1.283 gols (767 oficiais)
- Ernst Wilimowski: 1.175 gols (554 oficiais)
- Franz Binder: 1.006 gols (546 oficiais)
- Romário: 1.002 gols (772 oficiais)
- Túlio Maravilha: 1.001 gols (545 oficiais)
Feito esportivo e o simbolismo
Mesmo sem chancela oficial, os mil gols têm um valor simbólico histórico. Não por acaso, a contagem de Pelé sempre esteve atrelada ao status de Rei do Futebol. Romário, por sua vez, comemorou o milésimo com festa, volta olímpica e discurso no Maracanã, em 2007.
Para atingir o número, Túlio Maravilha, rodou por clubes de divisões inferiores já no fim da carreira, calculando cada bola na rede.
O austríaco Josef Bican, que jogou entre as décadas de 1930 e 1950, também soma números impressionantes em contagens não oficiais: são 1.468 gols segundo registros históricos.
No entanto, a própria Fifa reconhece apenas 805. O mesmo vale para outros nomes como Gerd Muller, Arthur Friedenreich e Ernst Wilimowski — todos com marcas acima dos mil gols, se somadas partidas sem "homologação".
*Produção: Murilo Rodrigues


