
Após embalar na Série D do Campeonato Brasileiro, com duas vitórias seguidas, os dias pareciam de calmaria no Bento Freitas. No entanto, nesta quarta-feira (18), o clube foi surpreendido por uma greve de atletas e comissão técnica por conta dos salários atrasados.
Os jogadores cobram os valores a serem recebidos referentes ao mês de maio, e os funcionários do clube, dos meses de abril e maio.
Além disso, outra reclamação foi a de falta de estrutura para trabalhar. Hoje, o clube não dispõe de um centro de treinamento, e isso faz com que o gramado do estádio Bento Freitas fique comprometido com a rotina de treinamentos, causando prejuízos aos atletas.
O presidente do clube, Vilmar Xavier, foi contatado para esclarecimentos sobre a situação e apresentou o panorama da situação financeira do Brasil neste momento. Segundo ele, o Xavante não tem receitas neste momento em caixa, pois todo valor recebido fica retido na Justiça do Trabalho, por conta de processos trabalhistas que estão correndo contra o clube.
— No Brasil, hoje, não tem nenhuma receita que venha direto para o caixa do clube, para a conta do clube. Fica tudo na Justiça do Trabalho, tanto a cota dos patrocinadores, da federação, da CBF, a bilheteria de jogos. A justiça recebe, tira uma parte, em torno de 45%, e nos repassa 55%, e esse mês ainda não nos repassou — justificou Xavier.
Ainda segundo o presidente, o salário dos atletas está há oito dias vencido, fato que surpreendeu a direção em relação à greve. Segundo ele, o clube já passou por períodos com mais de quatro meses de atraso sem que os atletas realizassem uma paralisação.
O Brasil volta a campo somente no dia 29 de junho, contra o Guarany de Bagé, pela 10ª rodada da Série D do Brasileirão.