
O futebol brasileiro pode se tornar um espelho para a Europa após o Mundial de Clubes. Esta, ao menos, é a opinião do técnico do Flamengo, Filipe Luís.
Após a vitória por 3 a 1 sobre o Chelsea, nesta sexta-feira (20), na Filadélfia, o treinador disse que, assim como os brasileiros aprendem com os técnicos europeus, os resultados até agora nos Estados Unidos mostram que o inverso também pode acontecer.
— Eu não tenho nenhum problema em dizer que eu sou um copiador. Muitos conceitos que os europeus aplicam no campo, eu copio. Porque, para mim, é lá onde está a elite, onde estão os melhores — declarou o treinador do Flamengo na entrevista coletiva pós-jogo no estádio Lincoln Field, antes de completar:
— E é aí que eu digo: eles vão vir aprender com a gente, com certeza. Pois também temos coisas que eles não fazem.
O técnico disse ainda que o futebol brasileiro pode subir de patamar e ser mais assistido no Velho Continente após o bom desempenho das equipes do país contra os clubes europeus.
— Sim, claro que podemos (receber mais atenção da Europa). Por isso que esse Mundial é tão especial, onde a gente pode se comparar com todos os países do mundo. O Brasil fazer um grande Mundial é importante para gente.
O ex-jogador ressaltou a fase vivida pelo futebol brasileiro, inclusive com mudanças na Seleção Brasileira:
— Estamos passando por um momento de transição. Contratamos um treinador (o italiano Carlo Ancelotti) para a Seleção, que vem para mudar, que é excelente, e que já deu uma mudança grande no que é o ambiente do futebol brasileiro. E nós, claro, precisamos evoluir.
No segundo escalão, mas competitivo
Filipe Luís reconheceu que os clubes brasileiros ainda estão abaixo dos principais clubes europeus. No entanto, mesmo assim, conseguem competir contra os demais.
— Existe uma elite no futebol da qual oito ou dez clubes do mundo fazem parte, onde eles são muito superiores, sim. Tirando essa elite, eu acredito que os brasileiros estão no mesmo nível deste segundo escalão europeu, pela forma que temos de competir e pela forma que temos de entender o jogo, de se adaptar a todas as circunstâncias — opinou.
O técnico do Flamengo acredita ainda que a competitividade e a recorrência de condições adversas no futebol sul-americano qualifica os times do Brasil ainda mais para competições como o Mundial.
— Estamos acostumados a jogar em vários tipos de gramado, em altitude e climas adversos e a viagens longas. Isso nos gerou uma competitividade. E por termos tantos clubes gigantes no Brasil, isso nos gera uma competitividade e com isso a gente não se coloca para baixo contra nenhum clube do mundo — ressaltou.
Além da vitória por 3 a 1 do Flamengo contra o Chelsea, o Botafogo bateu o PSG por 1 a 0, nesta quinta-feira (19). Já Fluminense e Palmeiras empataram jogando bem contra, respectivamente, Borussia Dortmund e Porto.
A realidade é que, contrariando todas as expectativas, o futebol brasileiro está invicto contra os europeus no Mundial de Clubes.