
O judoca gaúcho Daniel Cargnin está na final da categoria leve (até 73 kg) do Campeonato Mundial de Judô, que ocorre em Budapeste, na Hungria. Neste domingo (15), ele derrotou cinco rivais para garantir sua segunda medalha na competição, após o bronze em 2022 em Tashkent, no Uzbequistão.
As finais começam Às 13h (de Brasília) e o atleta da Sogipa irá enfrentar o francês Joan-Benjamin Gaba, vice-campeão olímpico em Paris-2024.
Recuperação após lesões
Número 22 do ranking mundial, Cargnin vem de um período onde sofreu algumas lesões. Em outubro de 2023, Daniel fraturou a fíbula do tornozelo esquerdo na semifinal dos Jogos Pan-Americanos de Santiago, o que prejudicou sua preparação olímpica. Após os Jogos de Paris, ele fez uma cirurgia no ombro esquerdo e também retirou uma placa que havia sido colocada em seu tornozelo.
Campanha
Para chegar à decisão e garantir a medalha, Daniel estreou vencendo o alemão Igor Wandtke, 29º na classificação da Federação Internacional de Judô (IJF), por ippon.
Na segunda fase, ele encarou o montenegrino Jahja Nurkovic, 66º do ranking, superado por waza-ari.
O terceiro confronto teve um sabor especial e foi dificílimo. Daniel encarou o kosovar Akil Gjakova, nono do mundo e que o derrotou na Olimpíada de Paris. Em um combate acirrado e que levou 8min32seg, o gaúcho venceu nas punições (3 a 2 ) e entrou na rota das medalhas.
Nas quartas de final, mais um confronto duro. Cargnin encarou o japonês Tatsuki Ishihara, atual vice-campeão mundial e quarto do ranking. Após equilíbrio e uma punição para cada judoca, o brasileiro conseguiu uma bela reversão e venceu com um yuko conquistado a 27 segundos do final.
A semifinal foi contra o sérvio Bajsangur Bagajev, 60º do mundo, e grande surpresa da competição. O europeu sofreu duas punições e a luta foi para o golden score, após os quatro minutos regulamentares.
O tempo extra foi dramático para Daniel Cargnin, que escapou de uma chave de braço com dois minutos e conseguiu impor mais volume para forçar a terceira punição ao sérvio e garantir a vaga na decisão.
Na história, o Brasil tem nove medalhas de ouro em mundiais, sendo seis delas conquistadas por atletas da Sogipa: três de Mayra Aguiar, dois de João Derly e um de Tiago Camilo.
Chance de bronze no feminino
O Brasil ainda poderá subir no pódio feminino do leve (57 kg). Estreante em mundiais, a paranaense Shirlen Nascimento, 25 anos, que defende o Sesi-SP, surpreendeu a sul-coreana Mimi Huh, quinta do ranking, na estreia e acabou chegando às quartas de final.
A brasileira perdeu para a japonesa Momo Tamaoki e foi para a repescagem, onde venceu a sérvia Marica Perisic e se habilitou a disputar o bronze contra Maysa Pardayeva, do Turcomenistão.