
— A chegada do Messi impulsionou não só o time, mas também a liga e o futebol nos Estados Unidos.
A frase do técnico do Inter Miami, o ex-volante argentino Javier Mascherano, não deixa dúvidas sobre quem é o protagonista da abertura da Copa do Mundo de Clubes, neste sábado (14), em Miami, entre os donos da casa e o Al-Ahly.
A competição, aliás, é uma aposta da Fifa para alavancar o futebol nos Estados Unidos a um ano da Copa do Mundo.
— (Desde a chegada de Messi) Vejo estádios mudando para comportar mais torcedores, jogos lotados e uma liga organizada e com vontade de crescer. Miami, com sua comunidade latina, merecia um clube como este — completou Mascherano.
O Mundial, contudo, depende sobretudo desta comunidade latina referida pelo treinador para ter estádios com públicos expressivos. Até agora, nem a abertura e nem a maioria dos jogos da competição tiveram os ingressos esgotados.
— Que Mundial é este? Quando começa? — É uma pergunta que a reportagem ouve com frequência de motoristas de aplicativos, atendentes, garçons e vendedores de Miami, uma vez que o futebol está longe de ser um esporte popular nos países.
Os jovens atletas do Inter Miami, por sua vez, estão menos preocupados com a popularidade de Messi e mais o que podem aprender convivendo com uma lenda.
— Para mim, é o melhor jogador da história. Estar no dia a dia dividindo o vestiário, os jogos… é algo muito especial. Muito feliz de estar aqui com ele — disse o meia venezuelano Telasco Segovia, 22 anos.
Al-Ahly
Do outro lado, o Al-Ahly, gigante africano, sabe que terá uma missão complexa. O técnico espanhol José Riviero não esconde o respeito por Messi, mas adverte que sua equipe não pode jogar apenas pensando em marcá-lo.
— Messi é um jogador que pode mudar a partida a qualquer momento. Tem uma capacidade incrível de entender o jogo e o que se passa ao redor dele. Mas se pensarmos só em marcá-lo, vamos esquecer de jogar. Temos que trabalhar para que a bola não chegue até ele — declarou, na entrevista coletiva oficial pré-jogo.
O treinador, que assumiu o cargo em maio, destacou ainda que vê Luis Suárez, outro astro do Inter Miami, atuando em uma função diferente da habitual.
— Ele está com mais responsabilidade de armar, jogando mais fora da área para buscar a bola. Mas segue sendo desequilibrante dentro da área — observou.
Favoritos
Apesar de promoverem a abertura, Inter Miami e Al-Ahly admitem que não estão entre os favoritos do Grupo A, que tem ainda Palmeiras e Porto. E muito menos ao título.
— Não vou ser hipócrita. O normal é que um europeu ganhe. Mas os torneios curtos têm surpresas. Por que não sonhar em ser essa surpresa? — questionou Mascherano.
Luis Suárez compartilha a mesma crença:
— Sempre tem uma equipe surpresa nesses torneios. Espero que sejamos nós.
Já o comandante do Al-Ahly também mira alto.
— É uma oportunidade única de competir em um cenário internacional, contra um rival de alto nível. Temos jogadores experientes e queremos mostrar que podemos competir —afirmou.
Até onde Inter Miami e Al-Ahly podem sonhar, o público — não necessariamente norte-americano — saberá a partir deste sábado, às 21h (horário de Brasília), quando a bola começar a rolar no Hard Rock Stadium.