
Contra os europeus, os brasileiros deram show. Tanto no jogo do Palmeiras contra o Porto quanto na partida do Fluminense diante do Borussia Dortmund, da Alemanha, as torcidas brasileiras foram ampla maioria em relação aos europeus.
Nos dois confrontos, só se ouviam cânticos de palmeirenses e tricolores, respectivamente, nos estádios. No mesmo ritmo, a torcida do Boca Juniors fez a festa na partida contra o Benfica.
Clima europeu
Desde o início do Mundial, todos os dias em East Rutherford foram nublados e com frequente chuva fina. A temperatura oscila entre 16° e 19°. Nada de outro mundo para quem é acostumado com o inverno gaúcho.
Porém, o técnico do Fluminense, Renato Portaluppi, deixou claro que preferia ter enfrentado o Borussia Dortmund no calor de Miami ou Los Angeles, em condições mais desfavoráveis aos alemães. Pelo menos na questão meteorológica, os europeus jogaram "em casa".
Sou brasileiro, perguntei em inglês e o Samuel Xavier respondeu em português.
JOÃO KERR
Jornalista paulistano
Experiência surreal na zona mista
A organização das entrevistas ainda deixa a desejar no Mundial de Clubes. Porém, uma situação inusitada ocorreu após o empate entre Fluminense e Borussia Dortmund, que, ao mesmo tempo, gerou indignação e arrancou risos dos jornalistas brasileiros.
Tudo isso porque a Fifa aboliu a tradicional zona mista, onde todos os jogadores passavam por um corredor e falam com os jornalistas que quisessem — e se quisessem. Agora, após cada jogo, três jogadores são selecionados pela equipe de mídia da entidade e colocados em pequenas "estações", divididas por idiomas e sem nenhuma estrutura para acomodar a quantidade de jornalistas presentes.
Após o jogo desta terça-feira (17), no Met Life, porém, apenas a estação reservada para as entrevistas em inglês tinham caixas de som, mesmo que a imprensa brasileira estivesse presente em quantidade muito superior a de qualquer outro país.

Por isso, alguns repórteres brasileiros optaram pela experiência surreal de fazer perguntas em inglês para os jogadores do Fluminense. E foi isso que aconteceu, mesmo que os atletas do clube carioca pudessem responder normalmente em português.
— Foi uma situação muito inusitada. Sou brasileiro, perguntei em inglês e o Samuel Xavier respondeu em português. Mas preferi fazer isso para ter um áudio de mais qualidade, pois esta era a única estação que tinha uma estrutura adequada — contou o jornalista paulista João Kerr, do portal Verdazzo, especializado na cobertura do Palmeiras, próximo brasileiro a atuar no Met Life.
Já eu, mesmo sabendo falar inglês, preferi não me submeter a isso.
Deslocamento

O meu hotel em East Rutherford fica a apenas 500 metros do Met Life. Ainda assim, é proibido ir à pé ao estádio. Conforme sinalizado na recepção, o percurso é "ilegal e perigoso", uma vez que, para se chegar caminhando ao complexo esportivo, é necessário atravessar pelo menos duas autoestradas, ambas sem semáforo e com carros passando em alta velocidade.
Ainda assim, a reportagem flagrou torcedores do Fluminense realizando este deslocamento a pé. O trajeto por transporte de aplicativo do hotel ao Met Life custa entre US$ 7 (R$ 38) e US$ 10 (R$ 54).