
Os torcedores brasileiros nos Estados Unidos para assistir ao Mundial de Clubes enfrentam dificuldades para enxergar os arremessos laterais e os escanteios no MetLife, um dos principais estádios do torneio. Jogadas ocorridas próximas às placas de publicidade também são um problema.
Projetado para jogos de futebol americano, que exige dimensões mais estreitas, o gramado do MetlLife apresenta "pontos cegos" em partidas de futebol, conforme relatado a Zero Hora por palmeirenses que assistiram ao jogo contra o Porto-POR, no último domingo (15).
— Estávamos no terceiro andar do estádio e, mesmo me levantando, eu não conseguia ver os escanteios e os laterais. Quando o Piquerez era lançado na ponta esquerda, eu não conseguia vê-lo. E isso que paguei 100 dólares pelo ingresso — queixou-se o aposentado José Marani, 66 anos.
Já o filho dele, o químico Pedro Marani, 38 anos, estima que o "ponto cego" era de dois a três metros a partir da lateral do campo.
— É nitidamente um estádio pensado para o futebol americano. Como as laterais foram estendidas pra atender o padrão da Fifa, o campo ficou "cortado" para a gente na lateral. A gente não consegue ver a linha. Quando tinha escanteio, não conseguíamos enxergar o cara que iria bater. Precisávamos olhar pra área e esperar a consequência da jogada — relatou.

Adaptação para atender a Fifa
O futebol americano exige um gramado de 48,77 metros de largura, enquanto a Fifa estipula no futebol uma largura padrão de 68 metros. Com a nova largura do campo para o Mundial, os muros do Met Life acabaram obstruindo a visão do torcedor nas laterais.
O palmeirense Matheus Bueno, 23 anos, disse a ZH que ficava nervoso toda vez que Piquerez era lançado na ponta esquerda próximo à linha lateral, onde não conseguia ver o que ocorria.
— O estádio tem bastante ponto cego. Não enxergava os laterais e nem os escanteio. E nas jogada pelo lado, não conseguia ver o Piquerez... Não sabia se ele estava livre ou se tinha alguém o marcando. Dava um nervosismo — conta.
Problema antigo
Na Copa América 2024, também disputada nos Estados Unidos, vários jogos foram realizados em estádios com largura inferior à estipulada pela Fifa, o que irritou muitos treinadores, incluindo o então técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior.
Para o Mundial de Clubes, porém, a Fifa "resolveu" o problema. Todos os estádios da competição têm agora as dimensões oficiais, de 105m por 68m. Porém, os torcedores acabaram tendo a visão prejudicada.
Pedro Marani, contuso, minimiza o problema.
— Não considero nada grave. É um ponto cego leve, que é consequência de ser um estádio projetado para futebol americano. Mas é melhor isso do que ver um jogo em um gramado estreito, como era na Copa América — completa.
O MetLife, situado em Eadt Rutherford, em Noga Jersey, sediará todas as semifinais e a final do Mundial de Clubes e abrigará também a decisão da Copa do Mundo 2026.