
Se esta fosse uma reportagem "bairrista", estaríamos lamentando as ausências de Grêmio e Inter no Mundial de Clubes. Mas a verdade é que eles, assim como pelo menos outros seis gigantes brasileiros, não foram competentes para vencer as últimas quatro Copas Libertadores da América, nem para estarem nas duas melhores colocações do ranking da Conmebol.
Atlético (MG), Corinthians, Cruzeiro, Santos, São Paulo e Vasco, além dos gaúchos, vão assistir o maior torneio da modalidade pela TV.
Há de se lamentar também as faltas dos uruguaios, Nacional e Peñarol que, juntos, venceram seis vezes o Mundial, entre 1961 e 1988. Do Independiente, de Avellaneda, o maior campeão da Libertadores, com sete conquistas. E na Europa os exemplos são gigantes: Ajax, Barcelona, Liverpool, Manchester United e Milan estão de férias.
Ajax

Bicampeão Mundial em 1972 e 1995, detentor de oito títulos continentais, o maior time holandês, fundado em março de 1900, não é protagonista na Europa há 30 anos, quando tinha Louis Van Gaal de técnico e craques como Seedorf, Overmars, Kluivert e Litmanen.
Barcelona

Atual campeão espanhol, o Barça venceu o Mundial três vezes, a última em 2015. O clube busca retomar o protagonismo na Europa e a geração atual, liderada por Lamine Yamal, tem empolgado os torcedores.
Liverpool

Atual campeão inglês, o Liverpool já faturou o Mundial, em 2019. Nesta temporada, venceu a Premier League com sobras, mas não passou nos critérios da Uefa para estar nos Estados Unidos a partir do dia 14 de junho.
Manchester United

Outro gigante inglês de fora. Mas a verdade é que o Manchester United faz tempo que não é protagonista nem na Inglaterra quanto mais na Europa. Na última Premier League ficou em 15º lugar. Perdeu a final da Conference League para o Tottenham e seu último título da Champions foi em 2008.
Milan

Considerado o maior time da Itália, o Milan venceu o Mundial de Clubes quatro vezes: 1969, 1989, 1990 e 2007. Depois disso, os "Rossoneros" sumiram do cenário continental e venceram apenas duas vezes o Campeonato Italiano, em 2011 e 2022.
Critérios de participação
A Fifa decidiu em 2023 como seria a Copa do Mundo de Clubes em 2023.
A distribuição de vagas ficou desta forma:
- Uefa - 12 vagas
- Conmebol - 6
- Concacaf - 5 (uma do país-sede)
- CAF - 4
- AFC - 4
- OFC - 1
Em todas as Confederações com quatro ou mais vagas, a Fifa determinou que estariam no Mundial os últimos quatro campeões continentais. E as demais possibilidades seriam preenchidas por um ranking das últimas quatro temporadas.

Assim, na Europa, Chelsea, campeão da Champions em 2021, Real Madrid, bicampeão em 2022 e 2024, e Manchester City, vencedor em 2023, entraram diretamente no Mundial. As outras nove vagas foram para o ranking da Uefa, conforme coeficiente da própria entidade entre 2021 e 2024. Se classificaram: Internazionale, Porto, Benfica, RB Salzburg, Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Atlético de Madrid, PSG e Juventus.

Na América do Sul, entraram por conquistas da Libertadores, o Palmeiras (2021), o Flamengo (2022), o Fluminense (2023) e o Botafogo (2024), além de Boca Juniors e River Plate, pelo ranking da Conmebol.

Na Concacaf, se classificaram os campeões da "Concachampions": Monterrey (2021), Seattle Sounders (2022) e Pachuca (2024). Como representante do país-sede, os Estados Unidos, entrou o Inter Miami, campeão por ter a melhor campanha da temporada regular da Major League Soccer (MLS) em 2024.
O quinto representante seria o León, campeão do continente em 2023. Mas como o time pertence ao grupo econômico do empresário Carlos Slim, que também é dono do Pachuca, a Fifa proibiu que os dois disputassem a competição. Assim, o Pachuca ficou e a vaga do León precisou ser disputada num jogo-extra entre Los Angeles FC (EUA), vice-campeão de 2023, e América (MÉX), melhor time do ranking da Concacaf. O Los Angeles venceu por 2 a 1, no dia 31 de maio.

Da África, entraram o Al-Ahly, do Egito, tricampeão continental em 2021, 2023 e 2024; o Wydad Casablanca, do Marrocos, campeão em 2022; e dois times por ranking - Espérance, da Tunísia, e Mamelodi Sundows, da África do Sul.
Os representantes da Ásia definidos foram os campeões Al-Hilal (2021), Urawa Red Diamonds (2022) e Al-Ain (2023 e 2024), além do melhor ranqueado, Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul.
E o único time da Oceania chamado foi o tradicional Auckland City, na Nova Zelândia, maior vencedor da Liga dos Campeões da OFC - Confederação de Futebol da Oceania - com 13 títulos, sendo o atual tetracampeão de 2022 a 2025.