O Brasil pode se orgulhar de ter uma medalha olímpica nos Jogos Olímpicos de Inverno. A conquista histórica foi realizada na madrugada deste sábado (20) por Zion Bethonico, que conquistou o bronze no snowboard cross nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, que estão sendo disputados em Gangwon, na Coreia do Sul.
Na comemoração, o catarinense de 17 anos fez questão de dividir a conquista com o irmão, Noah.
—Eu dedico a minha medalha ao meu irmão Noah, que foi o meu diferencial. Ele esteve comigo o tempo todo. Durante a competição, depois de todas as minhas descidas, ele subiu comigo na gôndola fazendo uma revisão do percurso, procurando me ajudar a melhorar a cada nova bateria. Eu queria um pouco mais, tive que enfrentar alguns obstáculos na final, mas estou muito satisfeito. Essa medalha é para ele que é quem sempre esteve mais próximo— afirmou o medalhista, que antes tinha como principais resultados o 33º lugar na etapa da Copa do Mundo em Mt. St. Ane, uma segunda posição no Circuito Sul-Americano-2022, a 26ª colocação no Mundial Júnior de 2023 e seis medalhas em provas internacionais.
Zion teve o primeiro contato com esportes de inverno aos cinco anos, quando passou quatro meses em Aspen, nos Estados Unidos, com o pai Rangel Pereira Bethonico e o irmão Noah, três anos mais velho.
—Estou um pouco preocupado porque estão arrumando muita entrevista para mim e eu tinha planejado ir para a academia hoje ainda com meus amigos. Mas o plano é continuar com foco, seguir competindo forte e agora pegar um ouro nos Jogos Olímpicos adultos (de 2026 em Milão)— disse Zion, ainda se acostumando aos holofotes.
Como foi a competição até o bronze histórico
Zion teve que fazer cinco baterias que valiam pontos para buscar a classificação. Na primeira descida, ele ficou na terceira posição, atrás de Mason Hamel (EUA) e Daisuke Muraoka (Japão) e somou dois pontos. Na segunda, superou Anthony Shelly (Canadá), Martxelo Tous (Espanha) e Csanad Vilhelem (Romênia) para vencer a bateria e colocar mais quatro pontos na conta. Na terceira, mais quatro pontos ao superar Tommaso Costa (Itália) e Yebin Kim (Coreia do Sul). Na penúltima bateria, liderou novamente, superando Oliver Sebesta (Eslováquia), Yitak Joo (Coreia do Sul) e Moritz Murer (Áustria). Por fim, na quinta e última descida em Welli Hilli, ele também venceu Olivier Gagne (Canadá) e Federico Casi (Itália).
Na somatória dos pontos, foi o quinto melhor da fase de classificação. Isso o colocou em um grupo ao lado de Jonas Chollet (França), Kenta Kirchwehm (Alemanha) e Mason Hamel. E Zion só foi superado pelo francês, avançando para a grande final. Na última bateria do dia, o catarinense decidiu fazer uma corrida segura, evitando sustos, e acabou na terceira colocação, atrás de Chollet (ouro) e Anthony Shelly (Canadá), que ficou com a prata.
Demais brasileiros no primeiro dia de competições
Na patinação velocidade – pista curta, Lucas Koo avançou até a semifinal, mas acabou não levando a melhor sorte. O brasileiro nascido na Florida, nos Estados Unidos, terminou a eliminatória na terceira posição, mas acabou sofrendo uma penalidade que o deixou sem classificação. Nas quartas-de-final, ele terminou a sua bateria na segunda colocação, atrás apenas do chinês Bohao Zhang. Lucas ficou à frente de Ryo Ong (Singapura), do francês Franck Tekam, do australiano Aditya Nghiem e do canadense Alexis Dubuc-Bilodeau.
Mariana Silva também fez sua estreia no biatlo sendo a única sul-americana na prova individual de 10 km. Ela teve muitas dificuldades com o percurso, mas conseguiu cumprir o objetivo de completar a prova, na 93ª colocação, à frente de outras cinco atletas.
O curling brasileiro fez sua estreia nos Jogos com derrota para a Coreia do Sul. A equipe é formada por Pedro Ribeiro (Skip), Julia Gentile (Vice-skip), Guilherme Melo (Fourth) e Rafaela Ladeira (Lead). O Brasil ainda faz mais mais seis jogos no evento.