Depois de ver o Juventude perder para a Ponte Preta na última sexta-feira (9), e ter sacramentado o rebaixamento para a Série C, Roberto Tonietto deixou o cargo de presidente do clube nesta segunda-feira (12). Ele teria mais um ano de mandato, mas explicou que já havia comunicado o Conselho Deliberativo que não permaneceria. Os motivos alegados foram profissionais - vai se transferir para São Paulo.
— Em março, ficou decidido que eu não ficaria em 2019. Seria uma irresponsabilidade com o clube eu estar em Caxias do Sul só no finais de semana. Isso foi colocado lá atrás ainda, só não foi externado por questões óbvias. O campeonato estava começando e eu não queria causar instabilidade — anunciou.
Mas aí mora mais uma preocupação do torcedor do Juventude. A Rodoil, empresa da qual Tonietto é dono, é a maior patrocinadora do clube. Entretanto, ele garante que manterá ajudando os cofres alviverdes.
— Eu não vejo motivo nenhum para deixar de patrocinar o Juventude. Minha empresa patrocina de forma geral o esporte em Caxias do Sul. É uma empresa que nasceu em Caxias e tem raízes aqui. Já patrocinamos o Juventude há alguns anos, temos placas no Centenário, patrocinamos o basquete e continuaremos investindo no esporte da cidade — comentou.
Ainda não está definido quem assumirá a presidência em seu lugar para a temporada 2019. Assim como Tonietto, o vice de futebol Jones Biglia também deixará o cargo. Além da crise futebolística, o Juventude terá de conviver no próximo ano com uma perda grande no orçamento, já que perderá os R$ 500 mil adicionais dados pela FGF por ser da Série B e disputar o Gauchão, além da verba de televisionamento.
— As pessoas que forem assumir o clube têm que ser criativas, como nós fomos em 2016. Claro que a receita diminui muito, mas o custo também. Vamos ter que fazer cortes profundos e bola para a frente. Não tem como ser diferente. Jogar uma Série C tem que ser muito mais barato do que jogar a Série B — avaliou.
À frente do clube caxiense desde 2016, Tonietto não se esquivou de apontar alguns dos erros que levaram à queda. Em determinado momento, chegou a ser duro com o então treinador Luís Carlos Winck.
— Tivemos um erro muito grande na preparação física, em contratações, e isso foi se acumulando. Fizemos um Campeonato Gaúcho horrível, trouxemos reforços para o segundo semestre, houve um incremento no orçamento. Olho para os números, porque isso não se contesta. Com o Julinho (Camargo), nunca estivemos na zona de rebaixamento. Então, se nós acertamos ou erramos na troca de treinador, cada um tem sua opinião. Na época, votei pela troca de treinador porque tinha críticas. Sei que o presidente não joga, não treina, mas eu assumo a responsabilidade pela queda para a Série C — analisou.