O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse na noite desta quarta-feira que conversou com os dois tripulantes bolivianos sobreviventes da queda do avião da Chapecoense e que eles relataram ter adotado a posição de segurança recomendada em caso de acidente – colocar a cabeça entre as pernas e protegê-la com o braço.
– Não fizemos muita perguntas. O piloto já tinha dado ordem para sentar e apertar o cinto, porque iria pousar. Estava nesse processo quando de repente apagou a luz e aí, como são tripulantes, adotaram aquela posição que defende mais no caso de algum desastre. Foi isso. Mas nós não perguntamos, eles falaram espontaneamente – disse Serra.
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Entre os seis sobreviventes da queda do avião da Chapecoense, somente os dois bolivianos não correm risco de morrer.
Os outro quatro – os jogadores Alan Ruschel, Jackson Follman e Neto e o jornalista Rafael Henzel – continuam em estado crítico, porém estável, com uma ligeira melhora. Todos estão sedados e na UTI.
Erwin e Ximena estão em "condições muito boas", segundo a diretora médica da clínica Somer (em Rionegro, cidade vizinha a Medellín), onde ambos estão internados. Os bolivianos são os únicos que não estão na UTI.
Na Clínica Somer também está internado o jogador Alan Ruschel, mas Serra disse que não visitou porque o brasileiro está sedado e entubado ("não quis trazer nenhuma perturbação").
– Mas conversei com os médicos e tive uma dimensão do que foi feito. A atenção está sendo muito boa.
Alan sofreu uma cirurgia na coluna vertebral – que, no momento, não compromete sua mobilidade, informou o hospital.
Em Medellín, Serra também participou da homenagem do Atlético Nacional à memória das vítimas, uma cerimônia comovente que reuniu milhares dentre o fora do estádio Atanásio Girardot. O chanceler embargou a voz e chorou algumas vezes durante seu discurso e disse que não lembra de ter tido uma emoção tão grande como a da noite de quarta.