
Desde o último 29 de novembro, quando o astro do Los Angeles Lakers Kobe Bryant anunciou que deixaria as quadras ao final desta temporada da NBA, um festival de homenagens tomou conta da liga norte-americana de basquete.
Por onde joga, Bryant tem sido saudado por torcedores e profissionais de todas as demais equipes. O fenômeno dá uma boa amostra de como o público
norte-americano reverencia os seus craques. Praças de rivalidades históricas com o Lakers, como Boston e San Antonio, estão aplaudindo os últimos momentos de Kobe como profissional. Diante do Boston Celtics, o público chegou a cantar o seu nome. Algo como se a torcida tricolor gritasse o nome de D´Alessandro em seu último Gre-Nal na Arena antes de pendurar as chuteiras.
A reverência a Kobe é totalmente justificada. O
ala-armador de 1m98cm foi quem mais se aproximou, em características e láureas, da divindade Michael Jordan no basquete moderno. Kobe foi contratado pelo Lakers quando ainda estava no High School (o ensino médio norte-americano) e tinha apenas 17 anos. Por 20 temporadas, chegou a sete finais e conquistou cinco títulos da NBA. Pela seleção norte-americana, faturou dois ouros olímpicos (2008 e 2012). Tornou-se o ala-armador com mais pontos da liga, com mais de 33 mil, acima de Jordan e abaixo apenas do ala-pivô Karl Malone e do pivô Kareem Abdul-Jabbar. Em uma partida diante do Toronto Raptors, em 22 de janeiro de 2006, anotou inacreditáveis 81 pontos. Apenas o gigante Wilt Chamberlain fez mais na história: 100, em jogo de 1962.
Em meio a tantas láureas, porém, fica um gostinho de que Kobe poderia ter chegado mais longe. Aos 23 anos, ao lado do pivô Shaquille O´Neal, já tinha conquistado três títulos consecutivos da liga. Uma série de brigas entre os dois astros, porém, acabou fazendo com que o Lakers despachasse O´Neal em 2004. A equipe levou, então, mais quatro anos para ter um time com chances de título, quando conseguiu a contratação de Pau Gasol, que ajudou Kobe a chegar a mais três finais, com duas taças.
Já ao final de carreira, Kobe não acompanhou o movimento de outros veteranos, como Tim Duncan e Dirk Nowitzki, que abriram mão de um salário maior para dar maior poder de contratação às suas equipes. Assinou uma renovação de contrato milionária com o Lakers e minou as chances financeiras de ter uma equipe competitiva.
De qualquer maneira, até o final da temporada regular da NBA, em abril, as homenagens a Kobe seguirão por todos os Estados Unidos. Nada mais justo para este craque que dominou as quadras como poucos. Muito poucos.