Dos 130 signatários (o número deve aumentar, é claro) do manifesto contra a CBF escrito pelo Bom Senso FC, Tite é o mais significativo. Não que ele seja o nome mais importante. Pelé assinou. E Zico. E também personalidades de trajetória na luta por democracia - ao fim e ao cabo se trata disso: democracia no futebol - emprestaram sua credibilidade à iniciativa, como Luis Fernando Verissimo e Jô Soares. Não se trata de relevância, enfim, mas de representatividade específica.
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Tite é o líder do atual campeão brasileiro, venerado pela segunda maior torcida do Brasil e escolhido melhor treinador em todas as eleições especializadas. Os funcionários dos clubes por onde passou o adoram. Foi assim no Olímpico e no Beira-Rio. Não lembro de críticas de colegas contra ele. Está no auge da carreira de treinador. Tem muito a perder. É justamente nisso, no que tem a perder, que reside a coragem de seu gesto.
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Tite poderia adotar uma posição diplomática, neutra, acima de ideologias. Ninguém reclamaria. Mas ele preferiu se posicionar. Ao assinar o manifesto, sepulta a chance de substituir Dunga na Seleção. Rompe com a CBF. Compra briga quando poderia deitar no berço explêndido da unanimidade. Só terá alguma chance se a cúpula cair, e todos nós sabemos que isso não será tão fácil assim, apesar das barbaridades.
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Poucos jogadores em atividade assinaram o manifesto, obviamente temendo algum tipo de repercussão negativa em suas carreiras, por parte dos empresários e cartolas que têm relações de poder na CBF. É compreensível. São décadas de despotismo. Normal o medo calar. Daí a importância de Tite estar entre os signatários. Ele pode inspirar, encorajar, influenciar. Se os jogadores não abraçarem a causa, nada acontecerá.
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Diogo Olivier
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