A vitória do Coronel Nunes, do Pará, na eleição para vice da CBF é um escárnio. Ganhou por ser mais velho, 77 anos, como se isso necessariamente fosse algo positivo. Marco Polo Del Nero tramou para impedir o oposicionista catarinense Delfim de Pádua Peixoto, primeiro na linha sucessória, de assumir o comando.
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Como se sabe, são grandes as chances de Nero ir em cana logo ali, pelo andar das investigações do FBI. Quer deixar um amigão na cadeira se a casa cair. Só tem o seguinte: era Nunes ou quem?
Peixoto está há 30 anos ditando as regras na federação catarinense. Não difere em nada do Coronel Nunes. Peixoto é o Coronel Nunes de Santa Catarina. Ele é inimigo de ocasião. É mais do mesmo.
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Se Peixoto assumisse nada mudaria de verdade. Em resumo: a eleição para vice da CBF não tem importância alguma, a não ser expor ainda mais ao ridículo a cúpula da entidade. O furo é mais embaixo.
O melhor voto numa eleição como esta, entre Coronel Nunes e Peixoto, seis por meia dúzia, seria se abster. Uma abstenção maciça de clubes e federações, aí sim, mostraria que o desejo é por faxina, e não maquiagem.
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Funcionaria como um protesto retumbante. Não foi o caso. Presidentes de grandes clubes não compareceram, entregando procurações aos respectivos presidentes de federação, o que não deixa de ser um gesto de desprezo pelo processo em si. A FGF e o Inter votaram no Coronel Nunes. O que é ruim, mas não melhor do que votar em Peixoto. O Grêmio não participou do processo.
A boa notícia, depois do circo em torno da eleição do novo vice da CBF, é Inter e Grêmio firmes na Primeira Liga. Só apoiar Nunes ficaria chato para os gaúchos. O presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, foi convencido a recuar da desistência. O Inter não pulou da barca, nem Flamengo e Fluminense. A semente de um Brasileirão independente segue no solo. É por aí que o poder hipertrofiado da CBF pode melhor ser combatido.
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