
A Atletas pelo Brasil, organização presidida pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser, divulgou nesta segunda-feira um nota oficial em que condena a nomeação do deputado federal George Hilton (PRB-MG) para o comando do Ministério do Esporte, anunciada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff, além de criticar o modo como o nome foi escolhido. A ONG reúne nomes como Bernardinho, Cafu, Gustavo Borges, Kaká, Flávio Canto, Paulo André, Fernando Meligeni, Hortência e Rubens Barrichello.
- Exigimos muito mais respeito e cuidado com tudo que envolve o tema Esporte no Brasil. O que está muito longe de acontecer quando constatamos os critérios, ou a falta deles, que foram usados para a escolha do novo ministro - afirma a Atletas pelo Brasil, organização sem fins lucrativos que reúne atletas e ex-atletas de diferentes gerações e modalidades pela melhoria do esporte.
Além disso, a Atletas pelo Brasil destaca que a escolha de George Hilton para o ministério teve critérios apenas políticos.
- A nomeação com critério unicamente político, na maior parte das vezes, traz consigo o aumento da ineficiência de gestão, descontinuidade da política, reinício de convencimentos e processos e tudo isso com custo aos cofres públicos - continuou a organização.
A Atletas pelo Brasil também lembrou a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, e avaliou que Dilma perdeu uma excelente oportunidade de agir para melhorar a gestão do esporte no Brasil.
- Às vésperas das Olimpíadas, a Presidente Dilma abriu mão de uma oportunidade de melhorar a gestão do esporte. Decepcionou todo um setor de atletas, jornalistas, empresários, organizações, trabalhadores e amantes do esporte em geral - afirmou, destacando que conquistas de atletas brasileiros nem sempre possuem relação com a política esportiva do País:
- E nós, atletas, não podemos mais ser mais usados simplesmente para fotos conjuntas em momentos de vitória nacional. Vamos ser francos, essas conquistas são muitas vezes obtidas a despeito da política esportiva, da legislação e da condução nacional do esporte. E, em alguns casos, encontrando até forças contrárias a dificultar o caminho. Se os governantes querem estar ao lado das vitórias, devem tomar consciência da sua enorme responsabilidade nas derrotas.
Para a Atletas do Brasil, a definição do novo ministro indiciou o "desprestígio" do esporte com as autoridades públicas do País.
- Seguimos em frente pois acreditamos em um País melhor, mas reiteramos aqui hoje que, como cidadãos e cidadãs brasileiros, nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor - concluiu a ONG.
A nomeação de Hilton causou surpresa nos meios esportivos, por significar a descontinuidade da administração de Aldo Rebelo. A pedido de Dilma, Rebelo deixou de concorrer à reeleição para ficar à frente da pasta na Copa do Mundo. O PC do B tinha esperanças de que ele permaneceria à frente do Esporte também na Olimpíada do Rio.
A pasta tem importância estratégica por fazer parte da Autoridade Pública Olímpica, consórcio que reúne o Estado e a Prefeitura do Rio e gerencia as obras da competição. Além disso, Rebelo é um dos interlocutores do Comitê Olímpico Internacional (COI) no Brasil.
