Quatro anos depois, a seleção brasileira de vôlei e os Estados Unidos se encontraram mais uma vez em uma Olimpíada. E o roteiro foi idêntico ao embate anterior, na final dos Jogos de Pequim. De novo, o Brasil saiu na frente e sofreu a virada por 3 sets a 1 (25/23, 25/27, 19/25, 17/25).
Assim como no jogo na China, Stanley deu trabalho. O camisa 13 americano, que em Pequim liderou a virada, foi o principal pontuador de sua seleção com 19 pontos. Pelo Brasil, o melhor atacante foi Leandro Vissotto, com 15 pontos - na maioria deles soltando o braço.
O saque brasileiro, tão eficiente contra a Rússia, não funcionou. E o dos americanos, se não foi espetacular, ajudou bastante. O levantador Donald Suxho, com um leque variado de jogadas, também teve grande atuação.
Apesar da derrota, a situação brasileira no Grupo B é tranquila. A seleção tem seis pontos, na segunda colocação, enquanto os norte-americanos abriram na liderança da chave, com nove pontos.
O jogo
Mesmo bem posicionado, o bloqueio americano foi explorado com inteligência pelos brasileiros no começo da partida, principalmente por Sidão. A bola rápida, característica dos EUA, com Lee, e os saques de Stanley pareciam um roteiro repetido daquela final de Pequim. Contudo, o estrago não foi tão grande quanto naquela ocasião, e o Brasil seguia na liderança do placar.
Principalmente porque Vissoto, com a mão pesada, concluía bem os ataques. O único porém foi o saque, que, diferentemente do duelo contra a Rússia, não entrou bem. Uma brecha para os americanos, com sua consistência, passaram à frente na metade do set.
Wallace saiu do banco e ajudou a seleção a empatar e retomar a frente. Para fechar a parcial, Vissoto soltou dois saques potentes: um "cravou" na quadra norte-americana, o segundo, do set point, explodiu na defesa adversária e foi parar nas placas. Brasil na frente por 25 a 23.
Se na primeira parcial o Brasil quase não errou, o segundo set começou com várias escolhas e finalizações equivocadas da seleção, levando os EUA a abrirem vantagem. De novo, a consistência americana, de novo as bolas de meio, e o Brasil não conseguia responder. Em uma bola na ponta, Vissoto, grande nome do primeiro set, tentou explorar o bloqueio rival e mandou a bola quase na arquibancada. Sintoma de afobamento.
Precisou Wallace, mais uma vez, sair do banco para comandar a virada brasileira, de 19 a 13 contra, para 20 a 19 a favor - com direito a dois erros dos americanos. O Brasil chegou a ter o set point no momento em que o árbitro, equivocadamente, viu uma bola bater na antena e voltar à quadra americana quando, na verdade, ela bateu no bloqueio brasileiro. Quase 2 a 0 para o Brasil. Quase porque os adversários conseguiram reverter a vantagem brasileira, fechando o set em 27 a 25.
Preocupados em parar os americanos no bloqueio, os brasileiros pareciam ter esquecido de todo o resto do jogo. Um prato cheio para o levantador americano Donald Suxho, que alternou bem as jogadas, aproveitando inclusive bolas de segunda. O rendimento no saque, que já não estava bom, decaiu ainda mais - a seleção chegou a errar quatro saques consecutivos. No final, virada americana no terceiro set, por 25 a 19.
No que se tornou a última parcial do jogo, o Brasil entrou com a guarda baixa. Giba e Ricardinho pegaram mais minutos de quadra, e os erros brasileiros também: foram oito pontos seguidos dos EUA, sem a seleção reagir. O ponto final, de Priddy, nas circunstâncias em que o jogo chegou ao quarto set, foi meramente protocolar: EUA 25 a 17.
Não deu
Vôlei masculino do Brasil é derrotado pelos Estados Unidos por 3 sets a 1
Partida foi disputada nesta quinta-feira, em Londres, e teve parciais de 25/23, 25/27, 19/25, 17/25
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