
No ano em que completa 20 anos, a Máfia do Apito ganhou um documentário de três episódios lançado pelo Globoplay. O escândalo envolvendo manipulação de resultados manchou o Campeonato Brasileiro de 2005 e impactou diretamente o Inter, que perdeu a liderança da competição após a anulação de 11 partidas.
Principal nome da polêmica, o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho é entrevistado no documentário e deixa claro que interferiu no resultado final do Brasileirão, como havia sido antecipado pelo colunista de Zero Hora Leonardo Oliveira. Segundo o ex-juiz, o Inter seria o campeão sem a Máfia do Apito.
— Eu mudei o campeão brasileiro. Sem a máfia do apito, a equipe campeã seria o Internacional, o campeão seria o Internacional — disse o ex-árbitro.
Na época, o caso foi dado em primeira mão pela Revista Veja e revelou que tanto Edilson quanto o árbitro José Paulo Danelon manipulavam resultados em troca de quantias em dinheiro. Após decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), as 11 partidas apitadas por Edilson na primeira divisão foram anuladas. Ele também foi banido do futebol.
O Colorado teve apenas o duelo contra o Coritiba anulado, mas repetiu a vitória por 3 a 2. Em contrapartida, o Corinthians, campeão daquele ano, havia perdido os dois jogos anulados. Nas novas datas, venceu o Santos e empatou com o São Paulo, somando mais quatro pontos. A partir disso, o Timão assumiu a liderança a três pontos dos gaúchos.
O pênalti em Tinga

Além da Máfia do Apito, outro momento envolvendo a arbitragem que marca o Brasileirão de 2005 aconteceu faltando três rodadas para o término da competição. Corinthians e Inter jogaram no Pacaembu e empataram em 1 a 1, o que manteve o clube paulista na liderança.
A reclamação parte da torcida colorada, visto que o árbitro Márcio Rezende de Freitas não marcou uma penalidade de Fábio Costa em Tinga. Na ocasião, ele amarelou o jogador do Inter por simulação e acabou expulsando-o por ser o segundo cartão.
Por mais que Tinga não apareça no documentário, Márcio Rezende de Freitas foi entrevistado. Ele admite que se equivocou na marcação.
— Corri errado, estava mal posicionado. Fizemos a súmula e, na hora que saí, estava toda a imprensa me esperando. Ué! Deu merda – disse Márcio.
Pedido de desculpas
Após a partida, o juiz ainda contatou o presidente do Inter na época Fernando Carvalho para pedir desculpas. A resposta não foi das mais amigáveis.
— Ele me pediu desculpas, mas eu mandei ele longe — lembrou Fernando Carvalho, que reforça a não participação de Márcio Rezende de Freitas na Máfia do Apito:
— O erro do Márcio Rezende não faz parte da máfia. São coisas diferentes. O título do Corinthians tem um asterisco
No documentário, Edilson Pereira de Carvalho também opina sobre o lance. Na visão dele, Márcio tem três erros em um único lance.
— Errou três vezes em um lance só: não deu o pênalti, não expulsou o Fábio Costa e expulsou o Tinga — comentou Edilson.
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