
Com sua escrita bem-humorada e cativante, Luis Fernando Verissimo sabia muito bem expressar em palavras a paixão que sentia pelo Inter.
O escritor, que morreu neste sábado (30), aos 88 anos, muito usou o espaço que tinha em Zero Hora para falar do clube que tanto amava.
Relembre trechos de colunas e entrevistas de Verissimo nas páginas de ZH em que ele falou sobre Libertadores, Mundial, Fernandão e outros assuntos.
"O espírito vencedor do Fernandão era tão forte que até dispensou sua presença física no campo, naquela inesquecível final do mundial contra o Barcelona. Mesmo ausente, ele estava lá. Mesmo ausente, ele continuará aqui." Depoimento em Zero Hora (8/6/2014) sobre a morte de Fernandão
"E já posso imaginar aquele vermelho entrando em campo, em Tóquio. Um vermelho como nenhum outro, um vermelho primal como o das minhas lembranças de menino, mas inaugurando outra história." Coluna em Zero Hora, de 21/8/2006, sobre o título da Libertadores
"Era o Pato. Ele estreou no time principal do Inter no outro fim de semana. Com 17 anos. Arrasou. Não se sabe se é mesmo tudo que aparenta ser. Ainda terá que passar por algumas provas para provar sua divindade. Aliás, como o Dalai Lama. Mas a torcida do Internacional agora também começou a sonhar com o campeonato do mundo." Coluna em Zero Hora (4/12/2006) sobre a estreia de Alexandre Pato
"O resultado de ontem veio sendo construído aos poucos, desde antes da fundação do Internacional, antes de Pedro Álvares Cabral, antes de Homero e das Pirâmides. E eu sabia que havia uma justificativa histórica para o topete do Gabiru." Coluna em Zero Hora (18/12/2006) sobre o título do Mundial
"E fiquei pensando que, quando for a nossa vez de novo, teremos certamente a torcida mais dedicada, fiel, convicta e feliz do Brasil. Porque será a torcida dos que resistiram. Aguente só mais um pouco. Meus respeitos." Coluna em Zero Hora (18/12/2006) sobre o título do Mundial
"E os últimos minutos do jogo, já sem o Tinga em campo, quando um gol deles significaria a diferença entre os Emirados Árabes e a amargura, foram os minutos mais longos já registrados na história da cronologia." Coluna em Zero Hora (7/8/2010) após a disputa da semifinal da Libertadores contra o São Paulo.
"Quando eu comecei a me interessar por futebol, o Inter era o time mais em evidência, era o Rolo Compressor. Também havia aquilo de ser o clube do povo, enquanto o Grêmio não aceitava negros, aquelas coisas. Eu recém tinha chegado dos Estados Unidos, onde tinha ajudado a defender a democracia das forças do eixo nos meus brinquedos de guerra, e não ia torcer por alemão." Entrevista a Zero Hora (13/11/2004) sobre o livro "Autobiografia de uma Paixão"
"Peguei o Inter campeão brasileiro de Manga, Figueroa, Carpegiani, Falcão, Valdomiro e etc – todos ao vivo. Pela TV, peguei o resto dos 63 anos até agora. Inclusive, claro, o Inter de Fernandão, o Inter de Yokohama. Este não entra aqui com mais destaque não porque faltou espaço depois de tantas lembranças mas porque seria supérfluo. Que o Inter era o maior do mundo eu sabia desde 1946. Só faltava provar." Coluna em Zero Hora (4/4/2009), sobre o aniversário de 100 anos do Inter
"O meu "drimitime"? Manga, Paulinho, Nena, Figueroa, Oreco, Falcão, Ávila, Salvador (o técnico Minelli que arranjasse um jeito desse meio de campo jogar junto), Tesourinha, Claudiomiro e, vá lá, Christian, com o Escurinho entrando aos 15 do segundo tempo só para mandar gremista pra casa. E no banco ainda ficariam Taffarel, Cláudio, Florindo, Odorico, Ruarinho, Carpegianni, Larri, Bodinho, Flávio, Carlitos, Lula.... Melhor acordar." Coluna em Zero Hora (10/4/2000) sobre o "Inter de todos os tempos"
"Vai, Ronaldinho. Vai sem remorso. Em Paris você ganhará experiência de vida, terá grande enriquecimento cultural e, principalmente, não poderá mais decidir nenhum Gre-Nal no último minuto. E eu garanto que nunca lhe faltará alguém para levar o "nescau" na cama, como a dona Miguelina". Coluna em Zero Hora (22/1/2001) sobre a saída de Ronaldinho do Grêmio




