
Completa 25 anos neste início de julho a histórica conquista do Inter, na Holanda, para uma categoria que prometeu e entregou muito. O Mundial Sub-15, nome informal que recebia a Copa Nike, foi um sopro de esperança em uma torcida à época quase desesperada.
Um título da geração 1985 que virou pintura no Estádio Beira-Rio, gerando uma polêmica típica dos anos 2000, um marco na base colorada. Duas décadas e meia depois, como estão os então meninos, hoje quarentões?

Competição com milhares de times
A competição reunia milhares de clubes espalhados pelo mundo. Eles cumpriam etapas locais e nacionais até chegar ao momento decisivo em Amsterdã.
O Inter conquistou a fase regional ao eliminar Juventude, Caxias e Grêmio. No confronto com os demais Estados, foi campeão em cima do Santos, após vencer o Vasco na semifinal. Na etapa latino-americana, superou potências como Boca Juniors, Millonarios e América do México.

Julinho Camargo
A etapa mundial ocorreu na Holanda. Na estreia, empate em 1 a 1 com os anfitriões do Ajax. Depois vieram duas goleadas, 4 a 0 sobre o Shanghai-CHN e 4 a 1 no Brondby-DIN, e um 2 a 0 sobre o Cracóvia-POL. A final foi contra o Verdy-JAP.
Um gol do atacante Patrick deu o título à equipe comandada por um Julinho Camargo ainda com cabelo e um pouco menos gordinho do que hoje.

Ida ao profissional
A equipe teve sete jogadores que atuaram no profissional anos depois. Diego e Diogo, os gêmeos filhos do lateral João Carlos, titular da conquista invicta do Brasileirão de 1979, deram início à mudança de status do Inter no início dos anos 2000.
O goleiro foi Renan, integrante do grupo campeão mundial de 2006 e titular na Libertadores de 2010. Danny Morais, campeão da Sul-Americana de 2008, era o zagueiro. Maycon, que estava na decisão da Recopa de 2007, era o volante. Felipe Athirson e Martin Carvalho também foram usados na equipe principal.
"Resposta" ao letreiro do Grêmio
Para celebrar o título, o Inter pintou no muro do Beira-Rio a inscrição "Campeão do Mundo sub-15". Já havia a celebração também da conquista do Mundial de futsal. Era uma "resposta" ao letreiro que o Grêmio mantinha no Olímpico por conta da conquista de 1983.
— Aquele título foi um marco para o Inter. Em uma época difícil, mesmo sendo de base, era um troféu importante, que devolveu orgulho e esperança à torcida. Foi uma geração que rendeu muito, seja em resultados de campo que em vendas. E tem um aspecto legal, que temos quatro funcionários da base do clube hoje em dia, Julinho Camargo, Renan, Diego e eu — resume Diogo Barcellos.
A seguir, veja os campeões e como estão nesse 2025, quando completam 40 anos.

Que fim levaram os campeões

1 — Juaro: no profissional, teve destaque na Portuguesa.
2 — Rodrigo Longaray: no profissional e passou por muitos clubes no Interior além de se destacar no Uruguai.
3 — Cléber Oliveira: seu maior sucesso no profissional foi no São José.
4 — Giancarlo: jogou apenas na base.
5 — Alexandre (encoberto): massagista, hoje está no sub-20 do Grêmio.
6 — Felipe Giacomini: foi para a Europa aos 18 anos e nunca mais voltou. É técnico na Croácia.
7 — Marcel: jogou apenas na base.
8 — Diogo: um dos gêmeos, passou pelo Inter, rodou pelo Brasil e pela China. É técnico do sub-14 colorado.
9 — Julinho Camargo: técnico, trabalhou no profissional em diversos clubes do Brasil. É diretor de transição do Inter.

10 — Diego: o outro gêmeo, destacou-se no Inter. Jogou em diversos times do Brasil, passou pela China, pela Tailândia e pelo Chipre. É treinador do sub-13 colorado.
11 — Martin Carvalho: filho do histórico dirigente Fernando Carvalho, jogou no profissional do Inter, no Vasco e no Palmeiras, antes de ir para Portugal. É gestor de futebol.
12 — Diego Borges: completou apenas a base.
13 — Patrick: autor do gol do título, não chegou a subir para o profissional.
14 — Maycon: foi volante do profissional do Inter, titular na conquista da Recopa em 2007. Jogou em diversas equipes do Brasil.
15 — Felipe Athirson: lateral-esquerdo do Inter por breve período, está na Dinamarca desde 2015, onde atua como técnico.
16 — Renan: presente na Libertadores de 2006 e titular na de 2010, foi também herói do título gaúcho de 2011, conquistado dentro do Olímpico. Hoje é técnico do sub-20 do Inter.
17 — João Batista Marques: atua ainda hoje como preparador de goleiros no centro de goleiros The Wall, de sua propriedade, e agenciando jogadores profissionais
18 — Danny Morais: zagueiro, foi peça-chave na Copa Sul-Americana de 2008. Com carreira consolidada, fez história também no Nordeste, em Bahia e Santa Cruz. É comentarista do SporTV.

Colaborou: Letícia Coimbra.