
O 13 de dezembro de 2006 ainda está vivo na memória do auxiliar técnico do Al-Ahly, Emad El-Nahhas, 49 anos. Naquele dia, então como defensor do clube egípcio, ele não conseguiu parar Alexandre Pato e Luiz Adriano na semifinal do Mundial de Clubes. E a vaga para a decisão ficou com os colorados, após um 2 a 1, com gols dos dois garotos.
Às vésperas da abertura do Mundial de Clubes 2025, neste sábado (14) — em que o Al-Ahly enfrentará o Inter Miami, de Lionel Messi e Luis Suárez —, o ex-zagueiro egípcio compartilhou com Zero Hora as suas recordações daquele jogo de 2006.
— Foi uma grande partida, certamente a mais difícil para nós naquela competição. Mas, naquele dia, o Inter se destacou pela experiência e pelas boas finalizações — relembra o auxiliar.
El-Nahhas chegou a desarmar Alexandre Pato na jogada do primeiro gol da semifinal e era quem marcava Luiz Adriano durante o escanteio em que o centroavante colorado converteu de cabeça, selando a vitória.
— A nossa equipe deu o máximo para chegar à final pela primeira vez na história, mas infelizmente a vitória foi do Inter — complementa El-Nahhas.
Experiência positiva
Apesar do resultado, ele avalia como positiva a experiência de 2006, pois, dias após a derrota para o Inter, o Al-Ahly viria a conquistar o inédito terceiro lugar da competição, ao bater o America-MEX.
O auxiliar acredita que a experiência do clube em Mundiais — são nove participações — ajudará o time egípcio nesta edição dos Estados Unidos, a primeira com 32 equipes.
— Demos o nosso melhor por aquela geração de jogadores (de 2006) e valeu a pena, pois foi a primeira vez que conquistamos o terceiro lugar do Mundial de Clubes. Hoje, a equipe está acostumada a disputar este torneio e temos jogadores experientes que já atuaram nesse tipo de ambiente repleto de emoção no futebol — finalizou El-Nahhas.
Apesar da derrota para o Inter, a imprensa egípcia destaca como positiva a participação do Al-Ahly no Mundial de 2006.
— Todos no Egito se lembram daquela partida intensa contra o Inter, em 2006. Os brasileiros tinham um grande time, e foi um jogo memorável. Até hoje se fala do Alexandre Pato, com suas "firulas", o controle refinado da bola, e aquele domínio espetacular com o ombro. Ele tinha apenas 17 anos, mas marcou época. Os torcedores do Al-Ahly ficaram tristes com a derrota, mas, se você perguntar a qualquer um, ele vai te dizer que a geração de 2006 foi a melhor da história do clube — destaca o jornalista Salah Abou Zaid , do jornal egípcio Kora Plus.
Desafio defensivo
Já o repórter Ismael Mahmoud, do site egípcio WinWin, sublinha a importância de El-Nahhas para o clube. Como ex-zagueiro, o auxiliar terá a missão de estancar os problemas defensivos do time do Cairo e, principalmente, orientar os defensores egípcios a marcarem Lionel Messi e Luis Suárez
— Emad El-Nahhas é um zagueiro lendário da história do Al-Ahly. Fez parte de uma geração histórica, e sua presença hoje é muito importante. Ele certamente terá um papel fundamental no Mundial de Clubes, especialmente porque é um dos ícones defensivos do clube. E a defesa é o ponto frágil atual da equipe — opina Mahmoud.
Apesar da ligação histórica como jogador, El-Nahhas está há pouco tempo na comissão técnica do Al-Ahly. Foi contratado em abril para comandar interinamente a equipe após a demissão do técnico suíço Marcel Kotter.
Apesar da conquista do Campeonato Egípcio, com 100% de aproveitamento sob o seu comando, El-Nahhas foi substituído, após o fim da competição, pelo técnico espanhol José Riveiro, que estava no Orlando Pirates, da África do Sul.
O novo treinador fez questão de manter o ídolo egípcio na sua comissão técnica como auxiliar. Especialmente, para orientar os jogadores de defesa. Algo importante sobretudo quando o primeiro adversário no Mundial tem Messi e Suárez no ataque.
O Al-Ahly enfrenta o Inter Miami neste sábado (14), às 21h (horário de Brasília), no Hard Rock Stadium, em Miami Gardens, região metropolitana de Miami. O jogo é válido pela Grupo A, que conta ainda com Palmeiras e Porto-POR.