
Pode ser a campanha abaixo das expectativas no Brasileirão, pode ser o jogo agendado contra o Bahia para daqui a 10 dias, pode ser o tempo instável, pode ser o horário do jogo deste domingo (18). A justificativa pode ser escolhida, o fato é que o torcedor colorado não se empolgou para ir ao Beira-Rio ver o 1 a 1 com o Mirassol.
Alguns dos 12.150 presentes não estavam para brincadeira. Ao término do primeiro tempo, quando a charanga da torcida descansou e os jogadores iam a passos lentos para o vestiário, ecoou sozinha uma voz potente vinda das arquibancadas:
— Acorda, Bernabei! Seu... (o complemento fica por conta da imaginação do leitor).
Apesar da ira, o lateral argentino não foi o principal alvo de uma torcida incomodada. Não fosse a vitória sobre o Nacional, pela Libertadores, no meio da semana, o clima poderia ser mais azedo.

Bronca com Bruno Henrique
O principal fator de irritação residiu em Bruno Henrique. Escapou de apupos quando a escalação foi divulgada, mas não durante a partida. As primeiras reclamações mais acintosas surgiram aos 28 minutos de jogo após erro de passe do meio-campista.
Na etapa final, a paz entre arquibancada e campo durou até os 10 minutos, quando Bruno Henrique chutou para fora. Logo depois, quando substituído, a vaia pegou pela última vez enquanto as ações aconteciam no gramado.
— Ele está devendo bastante. E o Bernabei já esteve melhor, está comprometendo na defesa — opinou o advogado Thales Silvestre, nervosamente sentado na última fileira de cadeiras do Beira-Rio.
Até Alan Patrick ouviu pequenas broncas após dois erros consecutivos no fim do primeiro tempo. Mais aplaudido antes de a partida começar, o camisa 10 ganhou um concorrente no coração do torcedor.
Guri virou xodó
Ricardo Mathias foi o jogador mais aplaudido durante a partida. No seu primeiro lance, primeiro fez o pivô e depois encobriu o goleiro. Na trajetória da bola, a torcida prendeu a respiração para soltar um grito de gol mais potente. O chute encontrou a trave.
— Ele tem faro de gol — sentenciou o servidor público Gilson Barbosa, instantes após o centroavante marcou o gol de empate do Inter, aos 32 do segundo tempo.
Moral com a torcida
Ao menos com a torcida e, no momento, ele está em patamar à frente dos estrelados Valencia e Borré.
— Tem que apostar nele, da base. Está melhor do que os outros. Mas o time contra o Bahia tem de ser melhor, hoje está mal — avalia Silvestre.
Após o apito final de uma virada frustrada por um gol anulado, a torcida se dividiu entre vaias tímidas e aplausos sem empolgação.
Em 10 dias, depois de duas partidas fora, Inter e colorados se reencontrarão para a partida decisiva contra o Bahia, pela Libertadores. O Beira-Rio estará cheio e será uma noite para aplausos efusivos ou vaias ensurdecedoras. Não haverá meio termo.
Quer receber as notícias mais importantes do Colorado? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Inter.