
A contratação mais surpreendente da janela de transferências do Inter, e também a última a ocorrer, Óscar Romero deve ser um dos reservas que Roger Machado mandará a campo neste domingo (25) para enfrentar o Sport pela 10ª rodada do Brasileirão.
O paraguaio terá a missão de substituir Alan Patrick na armação dos ataques. A seu favor, o momento: ele chega à Ilha do Retiro em boa fase, quase sempre entrando bem, e agora com um gol na partida passada.
Romero tem uma virtude que pode ser bastante útil, ainda mais enfrentando um time desesperado e diante de sua torcida. O paraguaio tem alto aproveitamento nos lançamentos. Contra o Nacional-URU no Beira-Rio, acertou um passe longo, por cima da defesa dos uruguaios, e deixou Bernabei na cara do gol para marcar. Além da visão de jogo ampliada, bate bem na bola.
Jogo que pede um bom lançador
O Sport vem de nove jogos sem vitória, é lanterna no Brasileirão e, no último compromisso em casa, a torcida estava ofendendo o então estreante técnico António Oliveira e seus jogadores antes de meia hora, ao levar 3 a 0 do Cruzeiro. Um time assim costuma se jogar ao ataque no desespero e conceder espaços para ser explorados às costas da defesa. Um bom lançador é fundamental.
Essas características já mereceram elogios de autoridades do futebol. Seu primeiro técnico foi Leonardo Astrada, volante histórico do River Plate com passagem curta pelo Grêmio. Desde o Cerro Porteño, observava suas virtudes. Ele disse a GZH:
— É um jogador dinâmico, de muita personalidade e excelente batida na bola. Pelo que acompanho, está jogando mais na zona central, onde se sente cômodo como lançador.
Atual presidente do Boca Juniors, Juan Román Riquelme se derramou por Romero quando o paraguaio jogava no Racing. Sem saber que mais tarde seria presidente no último ano de Romero na Bombonera, ele declarou ao canal da Conmebol:
— Adoro como ele joga, tem muita classe. É um camisa 10.
Intensidade em campo
O jornalista Tim Vickery, do SporTV, também falou palavras positivas sobre Romero, mas citou outra característica fundamental do jogador, a inevitável comparação com seu irmão gêmeo, Ángel, do Corinthians:
— É um jogador que me fascina. Estou acompanhando há mais de 10 anos. É um talento, oposto ao irmão. Óscar é talento puro, mas não compete, ao contrário do irmão dele. Se tivesse a mesma aplicação de Ángel, seria um jogador muito interessante mesmo.
Essa falta de intensidade durante mais tempo é um fato que impediu Romero de voar mais alto. Verdade que esteve em gigantes argentinos (além de Boca e Racing, passou também pelo San Lorenzo), mas fora da América do Sul, só jogou no Alavés-ESP, no Shanghai Shenhua-CHN e Pendikspor-TUR. No Brasil, reencontrou a felicidade, ao ser campeão da Libertadores e do Nacional com o Botafogo no ano passado.
Busca pela titularidade
O objetivo, como ele mesmo disse, é voltar a erguer troféus. Sua presença é elogiada nos bastidores e suas entradas em campo, cada vez mais frequentes, têm agregado a time.
Por isso, para além do jogo em si, a partida contra o Sport pode ter um significado especial para Romero. Não é segredo que o Inter tem uma posição aberta, a de meia pela direita. Roger tem utilizado um trio de volantes e colocado Wesley por lá. Mas o lugar já foi de Carbonero e Vitinho em 2025, e de Gabriel Carvalho e Bruno Tabata em 2024.
O paraguaio pode aproveitar essa oportunidade para colocar um ponto de interrogação na cabeça do treinador.
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