
O Inter venceu o Nacional, do Uruguai, e depende apenas de um empate com o Bahia, no Beira-Rio, para confirmar a classificação para as oitavas de final da Libertadores. Em Montevidéu, o técnico Roger Machado repetiu a escalação de três volantes, Fernando, Thiago Maia e Bruno Henrique.
No entanto, o treinador colorado mexeu no posicionamento deles. A estratégia foi determinante para conter a principal arma do Nacional e também explorar fragilidades do time uruguaio.
Escalações e posicionamento
Roger surpreendeu ao iniciar com Ricardo Mathias no comando de ataque e não Lucca. No meio-campo, Fernando, Thiago Maia e Bruno Henrique foram escalados, mas com mudanças no posicionamento.
Sem a bola, o Inter manteve as duas linhas de quatro de Medellín, mas Bruno Henrique fez dupla com Fernando pelo centro e não mais jogou pela direita. Thiago Maia se posicionava aberto pela esquerda para ajudar Bernabei na marcação de Villalba enquanto Wesley foi deslocado para o lado direito. Alan Patrick e Mathias ficavam adiantados.
No lado uruguaio, Pablo Peirano desmanchou o sistema de linha de cinco na defesa sacando o zagueiro Calione para entrada do meia Pereyra. O Nacional, assim, foi a campo no 4-2-3-1, uma formação mais ofensiva que não deu resultado.
A estratégia defensiva de Roger se mostrou eficaz. Com Thiago Maia pela esquerda, Villalba conseguiu fazer apenas uma jogada perigosa no primeiro tempo, que teve o Colorado finalizando o dobro de vezes: quatro contra duas.
Como o Inter atacou
Quando tinha a bola, Roger aí sim formou um tripé no meio-campo. Thiago Maia ia para dentro formando o trio com Fernando e Bruno Henrique. Wesley saia da direita para se juntar a Mathias como dupla de ataque. Os corredores ficavam livres para Aguirre e Bernabei avançarem.
O gol que abriu o placar saiu justamente de uma jogada assim. Wesley carregou e tocou para Thiago Maia, que encontrou Aguirre bem avançado na direita. O lateral cruzou para o jovem centroavante fazer o 1 a 0.
Roger Machado explicou na coletiva após o jogo que liberou os laterais por esperar maior liberdade pelos lados pela mudança de sistema tático do Nacional.
— Ter na figura do Ricardo (Mathias) um jogador de presença mais de área na medida de que não teria pontas ampliando os lados. Nós tínhamos a desconfiança de que o Nacional tiraria um dos zagueiros e isso nos daria a oportunidade de chegar pelos lados com uma urgência para chegar à área. O lado direito funcionou melhor nessa questão — afirmou.
Momentos de dificuldade
Se no primeiro tempo o Inter conseguiu controlar o Nacional e tirar o volume do jogo, o segundo tempo foi de um time uruguaio arriscando bastante. Peirano foi tirando jogadores defensivos e empilhando ofensivos.
Isso fez com que o Nacional aumentasse o volume ofensivo, mas sem organização defensiva, o que permitiu ao Inter muitas chegadas com perigo.
A segunda etapa teve um total de 14 finalizações do Nacional e sete do Inter. O time uruguaio acertou duas vezes o travessão, mas o Inter perdeu com Ricardo Mathias, duas vezes, Bernabei e Gustavo Prado chances clara frente ao goleiro Mejía.
Um momento de dificuldade do Inter apareceu quando Thiago Maia saiu da equipe por desgaste, aos sete da etapa final. Ronaldo entrou, mas por dentro com a inversão de Wesley para a esquerda.
A estratégia não funcionou e rapidamente Roger mexeu de novo. Mathias foi sacado para a entrada de Gustavo Prado, que passou a jogar aberto pela esquerda com Wesley virando o centroavante. A medida melhorou a marcação pela esquerda.
Nos acréscimos, Aguirre arrancou sozinho em contra-ataque e confirmou a vitória colorada. O Inter teve no Uruguai uma estratégia semelhante a usada na Colômbia. Dessa vez, também por um nível menor do adversário, o plano deu certo e o Inter voltou a ficar em boa situação para avançar às oitavas da Libertadores.
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