
O meio-campista Oscar, ex-jogador do Inter e atualmente uma das estrelas do futebol chinês, planeja mudar de ares em 2025. Aos 33 anos, sendo oito deles na China, o brasileiro está se preparando para deixar o país no qual é considerado ídolo e recebe um alto salário.
— Eu amo aqui, amo Xangai, mas é muito longe, não tem como a gente ficar aqui. Minha mãe está ficando mais velha, minhas irmãs estão tendo filhos, a gente quer estar perto — contou Oscar, em entrevista à Folha de São Paulo. Ele e a mulher são de Americana, em São Paulo, onde vivem as mães de ambos.
Além da saudade dos familiares e amigos, há outro motivo para a saída do meio-campista da China. O contrato de Shanghai Shanggang acaba no final da temporada e não deve ser renovado por conta do limite salarial, conforme contou o jogador.
Contratado em 2017 pela equipe chinesa, o brasileiro foi um dos últimos estrangeiros com vínculo pelo clube com as regras anteriores, que não limitavam salário. Na época, ele saiu do Chelsea, um dos gigantes da Europa, para receber o terceiro maior salário do mundo. A Forbes apontou que Oscar recebia cerca US$ 25 milhões por ano (R$ 141 milhões na cotação da época).
— Tem outros clubes, do Brasil, da Europa, do Catar. Vou esperar o fim do ano e decidir. Eu e minha esposa ficamos ansiosos para ver para onde a gente vai. A gente está aqui há oito anos, é uma mudança grande. Quando antes a gente souber é melhor — revelou.
O Shanghai Shanggang já chegou a oferecer um cargo administrativo para Oscar quando ele encerrar a carreira. No entanto, o meio-campista ainda vê a aposentadoria como um tema distante. Pela equipe chinesa, o brasileiro já venceu dois campeonatos nacionais — sendo o atual campeão e líder da temporada que acaba em novembro.
— Tenho carinho com o clube, e já ajudei em outras coisas aqui. Pode ser um plano para o futuro — disse o brasileiro.
Oscar não sabe se voltará para a Europa ou para o Brasil, que tem alguns clubes com interesse antigo, como o Flamengo, o São Paulo — onde foi revelado para o futebol — e o Inter, no qual foi campeão da Libertadores de 2010 e da Recopa de 2011. Um dos objetivos do jogador ainda é retornar à Seleção Brasileira. O meia disputou a Copa do Mundo de 2014 e ficou marcado por ter marcado o único gol do Brasil no 7 a 1 sofrido para a Alemanha.
— Sei que daqui da China é muito difícil. Se for falar de qualidade, minha e dos que estão lá, não perco nada. Mas sei que na China a visibilidade é muito menor, não se transmite. O pessoal não sabe como eu estou — explicou.
Outro motivo que pode ajudá-lo a alcançar o objetivo é já ter trabalhado com Dorival Júnior, atual treinador da Seleção, quando defendia o Inter.
— Conheço também o Lucas (Silvestre), filho dele, que trabalha junto (como um dos auxiliares técnicos). Desde o Inter a gente era amigo pessoal, assistia, foi para minha casa quando estava no Chelsea. E depois esse crescimento do Dorival, fico feliz que ele está na Seleção.