
O lateral-direito Marcos Rocha revelou algumas das cobranças internas feita por ele e por outros jogadores mais experientes no Grêmio.
O experiente jogador disse que pediu para o clube padronizar o chinelo que os atletas usam e que houve solicitação para que os atletas ficassem em quartos individuais na concentração. Além disso, o defensor citou que utilizou uma técnica de Abel Ferreira para acalmar Noriega depois dos dois pênaltis cometidos no Gre-Nal.
Em entrevista ao Um Assado para..., Marcos Rocha deu exemplos de pedidos internos feitos aos dirigentes do Grêmio. O lateral disse que cada atleta usava "o seu chinelo" e cobrou uma padronização. Rocha defendeu que esses detalhes ajudam a formar uma mentalidade melhor nos jogadores. Outro ponto citado foi que o lateral não recebeu um tênis do patrocinador ao chegar e que fez os testes com material próprio.
— Para você ter noção. Cada um usava um chinelo no clube. De dedo, Havaianas, de enfiar o pé. Está errado. Tem que ser igual para todo mundo. Você tem que ter um padrão. Você tem que ter uma postura de Grêmio. Eu não posso chegar ao jantar e descer, com todo respeito, com uma Havaianinha de dedo, encardidinha. Pô, estou vestindo a camisa do Grêmio. É um detalhe que faz toda diferença e ajuda a evoluir. Umas coisinhas às vezes que você acha que é bobeira, mas não é — afirmou o atleta, que complementou:
— Até comentei com o pessoal do marketing. Quando eu cheguei aqui achei que o patrocinador ia me dar um tênis, ia me dar alguma coisa, que eles iam me filmar usando o tênis. E não. Tive que ir com o tênis que eu trouxe de casa. Falei "isso está errado". É a hora do cara vender a imagem, vender a imagem do clube. Aí os caras falaram "Rocha, a gente está mudando, mexendo em algumas áreas, evoluindo".
"O Chatão do Grêmio"
O jogador ressaltou que chegou para "ajudar o Grêmio a crescer" e não para "fazer amizade".
— Às vezes os caras falam "Rocha, faz isso". Falei "vocês estão me colocando como o chatão do Grêmio, porque tudo vocês vêm em mim e tenho que falar". Mas até brinquei, eu não vim para fazer amizade. Eu vim para ajudar o Grêmio a crescer, fazer minha história e espero que vocês venham comigo — defendeu.
O lateral direito também afirmou que uma parte dos jogadores conversou com a diretoria para mudar o regime de concentração. No Palmeiras, os jogadores têm quartos individuais. O mesmo ocorria na Europa para o meia-atacante Willian e para o centroavante Carlos Vinícius. A partir disso, houve uma mudança interna e os atletas passaram a ficar sozinhos nos quartos.
— Já brigamos e ganhamos essa também. Tinha oito anos que eu não concentrava com alguém, o Willian também já chegou com essa ideia. Willian acho que desde 2009, quando ele saiu daqui do Corinthians, ele não concentrava com alguém. Eu falei "vou ser o chatão da vez". Mas o clube está entendendo que a gente está em um momento de mudança — completou.
Tranquilidade para Noriega
O lateral direito também contou bastidores da conversa com Noriega, zagueiro que cometeu dois pênaltis no clássico Gre-Nal vencido pelo Grêmio no Beira-Rio. O jovem peruano chorou no gramado. Pediu, inclusive, para ser substituído, segundo Rocha. Uma técnica de Abel Ferreira no Palmeiras foi utilizada por Marcos Rocha.
— Ele começou a entrar em desespero. Começou a chorar. E pediu para tirar ele. Falou "me tira". Falei "não, você tá doido?" Fui no Mano. Falei que tinha que acalmar ele. O Willian chegou, abraçou ele. E eu vi que ele estava ansioso, chorando, falei, "cara, calma. Respira, respira". E era uma técnica que o Abel usava muito com a gente no Palmeiras. De respirar. O Abel sempre falava "respira fundo. Tem hora que vai faltar oxigênio na cabeça. Então você respira fundo". Para você voltar ao centro. Eu usei essa técnica — contou Marcos Rocha.
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