
— Gre-Nal não tem amenidades.
Foi assim que Luiz Antônio Venker de Menezes, 63 anos, respondeu a um pedido para falar rapidamente sobre o clássico gaúcho para Vitória Nascimento, repórter de Zero Hora na noite da última quarta-feira (17). O sorriso que acompanhou a resposta era pra deixar claro que não havia animosidade. Mas é assim o estilo Mano Menezes.
De terno e gravata, em meio aos demais convidados do jantar festivo de 122 anos do Grêmio, pilchado em sua fazenda ou com as roupas de trabalho do clube, o técnico busca o melhor. O trabalho e a seriedade na missão pavimentaram os caminhos que o levaram da pequena Passo do Sobrado, no Vale do Rio Pardo, para a beira dos principais gramados do mundo. E que o trouxeram até este domingo ao Estádio Beira-Rio para comandar o Tricolor na busca da vitória no Gre-Nal 448.
Proprietário de cabanha
Não é apenas com a marca das chuteiras dos seus jogadores que Mano busca a excelência sobre a grama. Cuidar no campo de seus cavalos e do gado de corte também são uma das paixões do técnico. Ele é o dono da Cabanha Quatro Linhas, no limite de Barra do Ribeiro com Guaíba.
O projeto teve início em 2014, com uma proposta diferente. Trabalhar com a genética para potencializar o espaço reduzido na comparação com outras fazendas. Assim como ele quebra a cabeça para encaixar as diferentes características dos seus jogadores para formar uma equipe vencedora. E isso é algo que ainda não aconteceu nessa passagem pelo Grêmio. Mas é um elemento que o técnico já carrega no extenso e vitorioso currículo em suas investidas pelo agro.
— É interessado, conhecedor. Conhece os bichos dele. Ele gosta, não é só um negócio. É entendido, um estudioso. É muito assessorado. O genro dele conhece muito. Foi atrás das linhas genéticas que sempre foram bem. Gostamos muito dele no meio. É uma pessoa bem quista. Independentemente de qual time está trabalhando, já tem esse carinho das pessoas do meio. É uma pessoa simples, fácil de tratar — comenta Fábio Crespo, leiloeiro rural.
Em entrevista ao programa Eu no Agro, no Youtube, Mano contou que a paixão pela lida do campo, comum a muitos gaúchos, veio da infância. E com o sucesso na profissão de técnico, foi possível ser realizado. O investimento o rendeu o reconhecimento de ser uma das cabanhas mais premiadas no mercado, principalmente pela inovação aplicada na criação dos animais
— O Vô Beto, pai do meu pai, teve origem no campo. Quando a gente era criança, o visitava. E aquilo era muito gostoso, andar a cavalo, andar no campo — disse o técnico.
Expectativa para o Gre-Nal
Mas para que Mano possa fazer mais tranquilo a viagem de cerca de 45 minutos até sua fazenda, será preciso vencer o clássico deste domingo (21). Será um jogo capaz de mudar os rumos de uma temporada acidentada no Grêmio.
— Temos o Gre-Nal pela frente, mais um desses episódios em que a gente mostra por que que o Grêmio tem esse título de imortal. Algo tão fortalecido na sua história. O Gre-Nal é singular. Falar qualquer coisa sobre ele é meio que repetir muito do que já foi falado. É importante a gente encarar com a grandeza que ele tem, mesmo com dificuldade. Se propor a ser grande, porque o clássico exige grandeza, seja de comportamento, seja de jogo, e a equipe está sendo preparada para ter essa resposta no domingo — projetou, na noite da última quarta-feira.
Como ocorre nos concursos pelo Interior onde os animais de Mano empilham conquistas, o Grêmio terá que ser quase perfeito para terminar este domingo com uma vitória no clássico dos gaúchos.
Por dentro do Gre-Nal
Quer receber as notícias mais importantes do Tricolor? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Grêmio.
Quer receber as notícias mais importantes do Colorado? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Inter.











