
— Dá para melhorar, o meu (time) também estava esculhambado e deu.
Assim Mano Menezes cochichou no ouvido de Dorival Júnior antes de uma partida entre Inter e Flamengo pelo Brasileirão de 2022. Mano vibrava com o momento de alta vivido pelos colorados e incentivava o companheiro de profissão em sua chegada ao clube carioca, após a demissão do português Paulo Sousa.
Na quinta-feira (12), os dois se reencontram três anos depois, desta vez na Arena e defendendo outros clubes. Uma conversa ao pé do ouvido antes do início da partida será bem diferente. Seria algo no sentido de "Está difícil, companheiro". Os dois estão em seus inícios de trabalho.
Mano tem 11 jogos à frente do Grêmio. Dorival comandou o Corinthians uma partida a menos. O treinador ainda não emplacou uma boa sequência de resultados. A seguir confira os principais pontos positivos e negativos do trabalho do treinador à frente da equipe paulista.
Defesa

O sistema defensivo é considerado o ponto que mais evoluiu desde a chegada de Dorival. Em 10 partidas sob o seu comando, o Corinthians sofreu seis gols. Em seis jogos o goleiro corintiano saiu de campo sem sofrer gol.
Foram seis jogos sem sofrer gol: contra Novorizontino (duas vezes), Racing-URU, Santos, Atlético-MG e Vitória. Nas últimas 10 partidas sob o comando de Ramón Díaz, a defesa havia passado incólume em apenas quatro.
— Uma dos problemas do Corinthians era a defesa. Com Ramón era vazada quase todo jogo. O argentino caiu por isso, e logo, Dorival foi contratado para tentar equilibrar o time. De certa forma, a equipe ficou mais segura, mas perdeu força ofensiva. O melhor jogo do Corinthians do Dorival foi contra o Inter, o pior é difícil de citar, pois foram alguns bem ruins. A ver se com a parada o time volta melhor, mais equilibrado — avalia Marcelo Alexandre, repórter do portal Meu Timão, especializado em notícias sobre o Corinthians.
Criatividade
Quanto mais para frente se vai na escalação, a produção baixa no Corinthians. O custo da melhora defensiva foi a perda de criatividade no meio-campo, agravada pela ausência de Garro — o meia argentino ficou dois meses sem atuar e entrou no segundo tempo das duas partidas mais recentes, Huracán e Vitória.
— Como é cobertor curto, passou a sofrer demais pra criar jogadas, time não consegue mais incomodar os adversários. Foram apenas 10 gols em 10 jogos, sendo quatro deles no Inter. E antes, com o Ramón, a média era alta — explica Rodrigo Vessoni, também do portal Meu Timão.
A falta de criatividade custou a classificação do clube na Copa Sul-Americana. Com oito pontos, o time sequer ficou em segundo lugar em uma chave que contava com Huracán, Racing e América de Cali.
Força ofensiva

Como consequência, a força ofensiva corintiana foi reduzida. Com Dorival, são 10 gols em 10 partidas. Média de um por jogo, abaixo dos tempos de Ramón Díaz. Com o argentino foram 94 gols em 60 jogos, em média 1,5 a cada 90 minutos.
São três partidas sem marcar gol – Atlético-MG, Huracán e Vitória. Nos dois últimos jogos, Dorival não contou com Yuri Alberto. O centroavante sofreu uma lesão na coluna durante a partida contra a equipe mineira.
A situação diante do Grêmio não deve melhorar. Yuri Alberto segue de fora. Memphis Depay está com a seleção da Holanda nesta data Fifa e dificilmente estará à disposição. O ataca deve ser formado por Héctor Hernández e Talles Magno.
Quer receber as notícias mais importantes do Tricolor? Clique aqui e se inscreva na newsletter do Grêmio.