
Mano Menezes recebeu a reportagem de Zero Hora e da Rádio Gaúcha no CT Luiz Carvalho no início da tarde de quinta-feira (5) para uma entrevista exclusiva. Depois de comandar um turno de treinos para os jogadores pela manhã, o técnico reservou 45 minutos da sua agenda para conversar com os repórteres sobre os rumos de seu trabalho no Grêmio.
Confiante na evolução do time das últimas semanas, o técnico projetou como fará para avançar nas reformulações que promoveu nas últimas semanas.
Reforços e um período de 30 dias de treinos são as duas apostas da comissão técnica para fazer esse processo andar. Confira abaixo as ideias de Mano para o restante de 2025:
O que você enxerga desses 45 dias de trabalho no Grêmio?
A maior dificuldade foi a densidade de jogos, num curto espaço de tempo. A gente jogou aí nos primeiros 29 dias, oito jogos e assim seguiu. Para uma equipe que não vinha bem e você chega e assume o trabalho nesse momento, tudo que é necessário é treinar, trabalhar mais, poder fazer as correções exercitando elas, praticando elas e tudo isso não foi possível fazer nesse período quase. A dificuldade maior se residiu aí. Mas, por outro lado, assim, encontramos um grupo com muita vontade de sair da situação que estava, querendo participar muito dessa etapa de reconstrução e isso ajudou a gente a passar pelo menos nessa parte, tendo tido basicamente um prejuízo grande, foi a eliminação da Copa do Brasil. As outras questões a gente conseguiu ir sobrevivendo, que nem eu falo aqui internamente.
Quais os ajustes foram necessários após a mudança de comissão técnica do Grêmio?
Todas as ideias são boas, se bem executadas. Isso aí precisa ficar claro para todo mundo. Cada um escolhe o seu jeito, acredita no seu jeito, vence do seu jeito e provavelmente por ter vencido do seu jeito é que mantém aquela ideia mais conceitual.
O Grêmio tinha escolhido uma ideia, jogava com pontas e o time era um time que trabalhava para que a bola chegasse nas pontas para depois fazer o acabamento da jogada.
O Grêmio tinha escolhido uma ideia, jogava com pontas e o time era um time que trabalhava para que a bola chegasse nas pontas para depois fazer o acabamento da jogada. Eu, por característica dos jogadores que vejo, se nós formos por lá, nós vamos diminuir o nosso aproveitamento de gols. Não temos atacantes com característica de área para você ficar tentando esse tipo de acabamento. Por isso escolho outra. E a segunda, porque acho que também é uma maneira mais simples de se jogar e mais fácil do adversário neutralizar, porque é fácil dele ler.
E como foi essa mudança?
Eu acho que no futebol de hoje você precisa criar variantes de construção de jogada a ponto de desmanchar a parte defensiva do adversário. Todas são muito bem desenvolvidas, todas são trabalhadas hoje e se a gente não tiver muita qualidade nesse terço final de acabamento, com boas variantes, criando bastante dificuldade para o adversário ler, a gente não consegue marcar gols. Estava vendo alguns dados nossos nesse curto espaço de tempo, nós e o Bragantino somos as duas equipes que, desde que eu cheguei, fez gol em todos os jogos do Brasileirão. Então, melhoramos a nossa capacidade de estar aí e fazer o que é necessário fazer. Diminuímos também o número de gols sofridos, que era necessário diminuir. Já diminuímos, já estamos aí nesse período 0,6 ou 0,7 gols sofridos por jogo, já ajuda bastante também. Vamos tentando fazer esse equilíbrio. Então, é escolha mesmo.
Sobre a parte física?
A questão física que eu me referia também é característica de trabalho. E até mencionei a diferença dos calendários para justificar porque a escolha anterior era assim. É que nós já estamos calejados, já estamos acostumados. Todo ano enfrentamos essa maratona de três em três dias de estar jogando. E sabemos da necessidade de que os jogadores precisam, em termos de preparação, para suportar essa demanda e não machucar tanto e estar à disposição e recuperar melhor de um jogo para outro jogo. Não nos recuperamos na totalidade, mas nos recuperamos uma boa parte. Essas escolhas têm a ver com isso, desse entendimento e dessa experiência que a gente fez. E a outra é uma questão de ideia. O jeito de jogar é uma questão de ideia, que se bem executada vai funcionar.
Os jogadores, para estar bem tecnicamente e taticamente, vão ter que estar muito bem fisicamente.
O quanto a preparação física é importante para o teu time jogar mais e o quanto a questão técnica ou tática vai ser utilizada ou aprimorada por ti nesse período?
Não, não tem mais essa divisão. Nós fazíamos isso antes. Hoje, o treino e a preparação são bem globalizados. O atleta precisa, atleticamente, estar completo para poder render bem. E aí, do pé até a parte de cima, que é a parte mental. Uma coisa não está sem a outra de maneira nenhuma. Os jogadores, para estar bem tecnicamente e taticamente, vão ter que estar muito bem fisicamente. Acredito que todos os times vão aproveitar essa parada. Os que não forem ao Mundial, porque os que forem talvez vão ter um prejuízo um pouco maior. Mas os outros todos vão aproveitar esse momento. Vai ser bem saudável para a segunda parte do futebol brasileiro do nosso calendário. Vamos aproveitar mesmo. Primeiro descansa-se um pouco, relaxa um pouco. E depois vamos trabalhar para que tudo funcione melhor. Nós fomos ao nosso jogo de estreia contra o Godoy Cruz, na Argentina. E eu confesso que fiquei um pouco assustado com a nossa incapacidade de ganhar as disputas de bola. Nós praticamente perdemos todas as disputas de bola no primeiro jogo nosso de estreia. A gente vê o time já nesses últimos jogos, já vê que o time superou os adversários nos duelos. Você vai mensurando coisas objetivas para saber se realmente essa melhora que a gente fala está acontecendo de forma sustentada, se não é uma coisa aleatória ou específica de um jogo só. Não, o time já fez isso e vai fazer ainda mais. Todos os jogadores que temos aí têm um potencial de melhora, eu diria de 30%, colocando naquilo que está para a gente chegar nessa segunda parte bem.
O que você enxerga que fez o Grêmio dar um passo adiante nesses 45 dias?
Acabei de citar alguns (pontos). A gente fez os nossos seis jogos do Campeonato Brasileiro. E os números, todos eles, vieram crescendo nesse período. Os números objetivos, né? Controle do jogo, posse de bola no campo do adversário, construção de jogadas ofensivas. O time tem chegado nos últimos jogos na área do adversário.
Menos gols sofridos, defesa melhor posicionada em linha de quatro para permitir menos aos adversários. Acho que estamos indo aí. Duelos, ganhos que falei antes. Sofremos menos na bola parada defensiva. Melhoramos na bola parada ofensiva
Até chamei a atenção de alguns números sobre conclusões nos últimos dois jogos. Menos gols sofridos, defesa melhor posicionada em linha de quatro para permitir menos aos adversários. Acho que estamos indo aí. Duelos, ganhos que falei antes. Sofremos menos na bola parada defensiva. Melhoramos na bola parada ofensiva. São números bem objetivos que vocês me usam para direcionar. Primeiro, as prioridades de treinamento, que você trabalha pouco tempo. Então, priorizamos aquilo que nós achamos que seja mais necessário. E esses números servem para orientar e balizar isso.
A chegada de reforços é importante para o Grêmio crescer?
Penso que todos vão aproveitar a janela. Teremos modificações, sairão jogadores. Porque no meio do ano sempre saem jogadores, que é a maior janela da Europa. Muda-se muito em termos do que se fez até então. E, consequentemente, chegam outros jogadores. É bom tê-los para fazer toda a preparação, essa parada. Óbvio que seria o ideal, mas nós nunca trabalhamos com o ideal. A gente sempre trabalha com o possível. Tenta aproximar do ideal, mas a gente sabe que não vai acontecer como deveria ser sempre. Mas os jogadores que chegarem vão também estar em uma condição de trabalho. Porque vão vir de algum lugar onde estavam jogando. Então, eu acho que isso é o mais importante. A questão tática, você aproveita o último período e talvez possamos todos estar juntos para que a coisa ande bem.
Qual será a programação durante a parada para o Mundial de Clubes?
Nós estamos ajustando isso ainda. Já temos toda a nossa ideia de carga, de trabalho. Temos um jogo com o São José nesse período que vai ser usado para nós fazermos, que é a decisão da Recopa. Também vamos utilizar esse jogo como um jogo preparatório para esse ritmo que queremos. Vai ser realizado cinco dias antes do jogo da volta do Campeonato Brasileiro.
Então, está dentro do último trabalho que vamos fazer. Mas vamos querer fazer mais dois (amistosos). Achamos que entre preparação e treino é o ideal para a gente chegar com o ritmo de competição. Também não vamos perder muito daquilo que temos até aqui. Tenho certeza que os jogadores também vão estar preocupados, no bom sentido, para estar em uma condição ideal. Já não teremos férias. Teremos uma semana, 10 dias, que será a nossa parada. E não se perde essa condição também em 10 dias.
Nós não vamos contratar o supercraque, o jogadoraço, porque é impossível fazer isso. Nós temos que encontrar jogadores que façam funções e que completem o elenco.
O que Alex Santana pode agregar ao Grêmio?
O Alex já jogou em várias equipes brasileiras. Vocês devem ter acompanhado. Jogou como um segundo volante, às vezes. Jogou como um meia, terceiro de meio. É possível jogar no tripé com dois médios, como se diz, um volante mais central e dois médios. Ele faz bem. Eu vi quando estive na Arábia, fomos fazer uma pré-temporada na Bulgária em Sofia. Ele estava no Ludogorets jogando de 10. Jogou no Atlético Paranaense de 10 com o Felipão como treinador, um período. Estava no Corinthians bem até ter tido uma lesão e depois perdeu espaço. Porque naturalmente o time se ajustou sem ele e o treinador manteve. Então, abriu-se a possibilidade de a gente ter um jogador com a característica que a gente quer. Que é isso que é o mais importante e eu já falei isso também rapidamente em outras entrevistas. Nós não vamos contratar o supercraque, o jogadoraço, porque é impossível fazer isso. Nós temos que encontrar jogadores que façam funções e que completem o elenco na capacidade de proporcionar o treinador maneiras diferentes de atuar, de características, de completar aquilo que temos nós como base do nosso elenco.
Ele disputará posição como volante ou meia? Não pode fazer a quarta função de meio-campo?
Ele é o terceiro, não faz o terceiro por fora, embora acho que possa ser utilizado como um terceiro jogador por fora. Jogou sempre mais na faixa central do campo, se aproximando um pouco mais dos atacantes. É um jogador que entra na área, faz bem, tem força e eu acho que ajuda a gente bastante. Mas não é o jogador que vai fazer quarto homem, na minha visão. Antes das coisas começarem, podemos, lá na frente, chegar a uma conclusão de que pode.
Você já tem mais ou menos planificado quem são os jogadores que daqui a pouco podem acabar saindo?
Olha, as saídas de jogadores que têm contrato é uma questão de mercado. A gente não escolhe. Nós temos responsabilidade, nós temos o jogador contratado, ele é nosso até que alguma coisa mude. E a gente tem que entender essa questão, equacionar ela. Às vezes o jogador tem interesse, às vezes surge uma proposta. Então isso vai fazendo com que seja possível a gente equilibrar essas entradas e saídas. Mas não temos nada numericamente falando tem que ser três, tem que ser quatro ou fulano. A gente só vende quando alguém quer comprar, essa é a lei do mercado.
Zagueiro é uma posição que o Grêmio prioriza para contratar?
A gente está muito contente com o rendimento da defesa. Mas entende-se mesmo que nós temos que rodar o elenco. Não podemos submeter o Kannemann a uma intensidade de jogos tão grande, por questões óbvias. O próprio Wagner (Leonardo) também, daqui a pouco tem as questões dos cartões amarelos. Você vai perdendo jogadores, você tem que ter uma capacidade (de repor). Voltou o Gustavo Martins, que estamos usando como lateral, mas pode fazer um zagueiro pela direita. Tem o Jemerson, que eu ouço bastante críticas e respeito a opinião de todo mundo, mas é o nosso zagueiro pela direita também. E que também já melhorou em relação a tudo que vinha acontecendo, porque acho que o sistema inteiro melhorou. Naturalmente, os jogadores também vão ganhando confiança e vão melhorando. Mas nós queremos trazer um zagueiro que jogue dos dois lados, com característica predominantemente destro, para que fique mais equilibrado. A gente tem usado um sistema um pouquinho diferente para jogar. E isso deu a condição de a gente fazer dessa maneira. Mas daqui a pouco vamos ter variações, e é bom que se tenha um jogador com essa característica. A gente vai trazer sim.
Um volante de características mais defensivas também será buscado?
Nós optamos por jogar com dois jogadores de função semelhante, um de cada lado. Porque a característica dos jogadores que temos, acho que se adequa mais para isso. Quando você quer jogar com tripé no meio campo, com dois médios, você tem que ter um cabeça de área, mais cabeça de área, um jogador que saiba fazer, que seja especialista para fazer essa função. E é esse jogador com característica que a gente está estudando para colocar no elenco sim, porque achamos que os outros jogadores que temos todos são muito parecidos para fazer esse "doble 5". Cuéllar também sempre jogou assim, porque na Colômbia se jogava assim. Acredito que seria algo para a gente acrescentar no elenco sim, além do quarto homem de meio campo.
Você citou Cuéllar, um jogador que o senhor tentou levar para o Inter e também para o Fluminense. Como fazer ele render novamente o esperado?
Bom, é verdade, tentamos levar o Cuéllar para o time do outro lado da cidade, depois tentamos levar no Fluminense e, por coincidência, brinquei com ele quando cheguei aqui. Que ele tentou escapar, mas eu vim aqui e nos encontramos. E hoje, conversando, ele fez uma observação que dá uma ideia de que podemos ter o jogador que queremos. Ele disse que nunca trabalhou força nos últimos dois anos como trabalhou nas duas últimas semanas. Então, o jogador precisa, o jogador vai ter que estar bem preparado para ser o cara que todo mundo sabe que ele tem capacidade e provou por onde passou. E é um jogador relativamente jovem para os tempos de hoje, 29, 28, 30, hoje é um jogador que está no auge do seu rendimento, pode estar no auge do seu rendimento. É esse jogador que nós queremos ter e acredito, seriamente, que nós vamos ter.
O que é esse trabalho de força?
É questão de academia mesmo. Pode-se trabalhar na academia e pode-se trabalhar no campo. Alguns profissionais trabalham menos (atividades de força), os portugueses, por exemplo, trabalham menos, de um modo geral, mas trabalham. Os argentinos trabalham menos, por exemplo, para citar um exemplo da escola argentina. Todas as vezes que nós trazemos um jogador argentino, ele tem um período de adaptação mais longo no Brasil, porque ele precisa fazer isso, como todos os outros, senão ele não consegue render. E quando faz isso no primeiro momento, o jogador sente bastante a mudança da metodologia. É o que a gente está fazendo agora com cuidado, e fizemos com mais cuidado ainda, porque tínhamos muitos jogos para jogar, e não podíamos machucar os jogadores, porque se fizéssemos em uma proporção maior, iríamos machucar. Mas a gente sempre trabalha no Brasil com um nível de força física bastante alto para sustentar exatamente aquilo que falei antes. Dá para trabalhar no campo, com trenó, o cara fazendo força de puxar, você pode fazer na academia, você pode fazer de diversas maneiras, mas tem que fazer porque o jogador precisa para poder render bem. Um meia, você pensa só que força é volante, é zagueiro, mas um meia para transpor a marcação ele precisa ter força, porque ele está jogando contra um cara que tem muita força e que está marcando ele. Então, se ele não tem, ele não vai para cima do marcador, ele passa a bola. E passar a bola não é o suficiente para você fazer uma jogada, muitas vezes você precisa transpor a marcação. O time vai ficando um time mais burocrático, ele vai fazendo direitinho, mas vai fazendo as mesmas coisas, sem profundidade, sem intensidade às vezes, faz um lance, dois lances, depois demora para fazer de novo. São séries de coisas que a preparação como um todo do atleta vai dando a ele e consequentemente vai melhorando o seu rendimento geral.
Você vê algum paralelo nesse seu trabalho atual com a sua primeira passagem pelo Grêmio?
Não vejo assim um paralelo, acho que cada situação é muito particular, eu diria. O clube vai mudando, o grupo de jogadores muda na sua totalidade, o torcedor muda a maneira, a expectativa, sonhos. Quando você tem menos e está saindo, às vezes fica um pouquinho mais humilde, fica bom para você conduzir certas alterações e construções, tem um pouco mais de paciência. Existem outros momentos em que o sonho está mais alto, a expectativa é mais alta, então existe menos paciência, você quer acelerar, e os processos, de um modo geral, não dá para acelerar tanto. Aqueles que realmente são os duradores, eles têm que ir se construindo com bases bem firmes, porque senão essas oscilações destroem, qualquer ventinho destrói a casa, não pode. Sustentar isso sempre foi a marca dos trabalhos que eu construo como treinador, porque acredito que seja assim a maneira mais adequada de você fazer algo mais duradouro. Nossos clubes, e aí podemos incluir o Grêmio nisso, os de Minas, os do Rio Grande do Sul, têm menos poder aquisitivo para competir com os dois grandes centros do país, que é o Rio de Janeiro e São Paulo. Ao ter menos poder aquisitivo, ter menos receita, você precisa fazer um projeto de construção para dois, três anos, para chegar no ápice no terceiro ano. Como é que você faz isso? Você monta primeiro, depois na segunda parte você acrescenta mais cinco ou seis e no outro você coloca mais cinco ou seis. Se você todo ano tem que contratar 20, 25 jogadores, você não consegue, porque você tem que diluir o seu dinheiro em mais jogadores. É nisso que eu acredito. Vamos fazer aqui, vamos pegar os jogadores da base como sempre fizemos, e tem jogadores da base, a demonstração está aí. Três semanas atrás provavelmente não estávamos nem pensando nisso.
É ter calma, não achar que eles vão ser os jogadores que vão resolver os problemas da equipe, eles vão estar juntos e certamente crescer juntos.
Como é o planejamento para aproveitar Riquelme no time principal?
Riquelme é um meia, meia central. Você sabe que, no futebol brasileiro, nos últimos anos, a gente tem pegado esse jogador e colocado na beirada. E depois olhamos e quase todos os times trazem um meia de fora, porque daí falamos que não temos meia. A gente tem que trazer de volta esse jogador para o centro do campo, para o centro talvez até do time, porque esse jogador geralmente centraliza as ideias de um time de futebol e ele reúne essa capacidade. Não é um jogador pequeno, é um jogador de porte físico até peculiar para a função, geralmente esses jogadores são um pouco menores, ele tem tamanho, entra na área, sabe fazer coisas interessantes. A gente imagina abreviar um pouco esse processo de maturação final dele já aqui com a gente. Ainda nesse primeiro momento aqui e lá um pouco, para não perder às vezes a oportunidade de jogar, porque jogar é importante para eles nesse momento.
E com o Jardiel?
A questão de Jardiel é um pouco diferente, é um jogador mais de área e vamos trabalhar para mudar o ritmo um pouquinho dele, nós queremos um pouco mais de ritmo. Eu acho que ele tem capacidade para fazer, não entrou em Caxias (do Sul, contra o Juventude) porque o jogo naquela hora pedia um jogador de velocidade e André tem mais velocidade do que Jardiel, porque tinha mais espaço para atacar, o Juventude perdendo de 2 a 0 iria tentar com posse nos empurrar um pouquinho mais para trás. E o restante é ter calma, não achar que eles vão ser os jogadores que vão resolver os problemas da equipe, eles vão estar juntos e certamente crescer juntos, amadurecer finalmente nessa reta para serem jogadores importantíssimos para o Grêmio, jogadores decisivos que possam se tornar destaque no cenário nacional.
Além desses dois, alguma outra promessa de base que você já esteja observando?
Nós temos voltando agora o Gabriel Mec, que está aí trabalhando com a gente. Eu já observei em outros jogos o Thiaguinho, que eu acho que é um jogador que faz uma segunda função, e faz a segunda função bem. Eu acho que para esse primeiro momento são os jogadores que a gente vai trazer, treinam uma semana com a gente, avaliamos, vemos a evolução na volta. É assim que a gente sempre faz para que o jogador trabalhe um pouco com a gente, vai adquirindo características do trabalho daqui, o entendimento daqui, vai jogando com jogadores de nível superior, o que exige um desenvolvimento maior e a resposta que ele dá proporciona a avaliação que queremos nós para estabelecer períodos dessa formação final que eles vão passar.
A projeção que nós vamos fazer é de melhora. A equipe do segundo semestre vai entregar mais como equipe do que a equipe vem entregando agora. A questão do quanto vai ser essa melhora, nós ainda precisamos ver.
O que tu projeta desse segundo semestre do Grêmio?
Penso que a projeção que nós vamos fazer é de melhora. A equipe do segundo semestre vai entregar mais como equipe do que a equipe vem entregando agora. A questão do quanto vai ser essa melhora, nós ainda precisamos ver, porque também temos que ver o que os outros vão fazer. É uma competição, podemos melhorar bastante, mas os outros também podem. Então, Campeonato Brasileiro é duríssimo, a gente sabe. E eu acho que o mais importante para agora é tentar vencer o Corinthians no último jogo antes da parada. Daria 18 pontos e, no visual, estar entre os 10 primeiros, provavelmente, pela conta que a gente fez. Esse é o primeiro passo importante e a preparação que nós vamos fazer.
Vamos tentar chegar em um ponto comum e ver o quanto a equipe pode avançar em termos de tabela nesse segundo semestre. Competições de torneio sempre é possível vencer. E o Grêmio tem muita tradição nas competições de torneio. Pela sua característica, pelo torcedor que gosta, tem um torcedor que gosta mais e se identifica com isso. Não à toa que venceu tantas Copas do Brasil, venceu o Libertadores com essa característica de disputa. Mas temos que passar pelo Alianza Lima, que é onde nos enfiamos nesse momento e temos que resolver. Criamos um problema, vamos lá tentar resolver. O mais importante é fazer melhor. Se cobrar no sentido de estabelecer metas para a gente ir alcançando. Metas realizáveis que os jogadores enxergam ali na frente e que se sintam motivados por alcançar. As pequenas metas para depois metas maiores, mais significativas, é o que a gente quer fazer.
Como é essa tua identificação com o Grêmio?
O Grêmio foi o primeiro clube que me deu oportunidade, o clube da elite do futebol brasileiro. Nós passamos uma Segunda Divisão juntos e subimos da maneira como subimos, e isso é marcante para o resto da vida. Sempre que encontrei o torcedor gremista pelos aeroportos onde a gente viajava, sempre houve um carinho diferente. É marcante para todos. Da mesma maneira que é para o torcedor, é para mim também.
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