
O Grêmio vive dias de frustração, com a diretoria, comissão técnica e torcedores unindo-se em reclamações contra o que consideram uma série de erros de arbitragem cruciais nos últimos jogos.
A sensação de prejuízo é generalizada, e o clube não hesita em apontar lances que, segundo sua análise, alteraram diretamente o rumo de partidas importantes. Por esta razão, dirigentes terão uma reunião com a Comissão de Arbitragem da CBF nesta quinta-feira (22).
A lista de lances polêmicos que geram revolta no Grêmio cresceu na última semana quando o cenário do time na temporada piorou.
No período, o clube entrou na zona de rebaixamento do Brasileirão, ficou com mínimas chances de classificação direta às oitavas de final da Copa Sul-Americana e foi eliminado da Copa do Brasil.
As decisões questionadas pelo Grêmio
São oito lances somados entre Brasileirão e Copa do Brasil, mais dois na Sul-Americana:
Flamengo: pênalti não dado que poderia mudar o cenário do jogo

A primeira polêmica em um jogo do Tricolor no Brasileirão ocorreu logo na segunda rodada, contra o Flamengo, na Arena, em 13 de abril. Minutos depois do time visitante abrir o placar, um toque da bola na mão de Gerson fez os jogadores gremistas pedirem pênalti.
O lance foi revisado, mas o juiz Ramon Abatti Abel não foi chamado ao VAR e a penalidade não foi marcada. Analistas de arbitragem entendem que a decisão foi acertada.
Dois dias depois do confronto, o Comitê Consultivo de Especialistas Internacionais (CCEI) da CBF. A reunião virtual, que contou com nomes da arbitragem internacional como Nicola Rizzoli, Nestor Pitana e Sandro Meira Ricci, além de representantes da diretoria de arbitragem da entidade, concluiu que não houve infração.
Gre-Nal conturbado: o pênalti que poderia dar a vitória

Talvez o mais doloroso para a torcida. O clube aponta a não marcação de um pênalti no Gre-Nal válido pela Brasileirão. Em um clássico que marcava a transição de comissão técnica gremista, a decisão de Bráulio Machado de não assinalar a penalidade de Aguirre em Aravena foi vista como um erro grave.
No momento, o placar apontava 1 a 1, e o lance poderia dar a primeira vitória do Grêmio no ano contra o Inter.
Vitória deveria ter ficado com um a menos ainda no primeiro tempo

No empate cedido ao Vitória, no Barradão, o Grêmio reclama de uma agressão em Villasanti, que teria ocorrido ainda no primeiro tempo. No lance, o volante gremista está com a bola e sofre puxão de Janderson, o árbitro Felipe Fernandes de Lima, então, marca falta.
Porém, no ato do juiz em apitar, ainda antes do jogo parar de fato, a mão de Janderson acerta a parte de trás da cabeça de Villasanti. Na hora, o volante reclamou muito, pedindo a expulsão do atleta do Vitória. O juiz, Felipe de Lima, não foi analisar o lance no VAR, comandado por Rafael Traci.
Contra o Santos, na Arena: expulsão e pênalti passaram em branco

Só não repercutiu tanto porque, no fim, a vitória veio. Pela sétima rodada do Brasileirão, na Arena, o Grêmio venceu o Santos pelo placar simples. No entanto, no entendimento do clube, poderia ter sido menos sofrido, se o árbitro Bruno Arleu de Araújo tivesse agido diferente em dois lances cruciais.
Primeiro, logo aos quatro minutos, o clube entende que Luan Peres deveria ter sido expulso por pisão em Dodi.
Pouco depois, o Grêmio reclamou de um pênalti não marcado em Cristaldo, aos 11 do primeiro tempo. Luan Peres, novamente, tentou dar o bote dentro da área, mas chegou atrasado, e atingiu o tornozelo do meia gremista. Para o comentarista de arbitragem da Rádio Gaúcha, Saimon Bianchini, o pênalti deveria ter sido assinalado.
Liderança distante: pênaltis ignorados contra o Godoy Cruz

Na Copa Sul-Americana, o Tricolor também se sentiu lesado. Em um jogo contra o Godoy Cruz, o Grêmio alega a não marcação de pênaltis claros a seu favor.
No primeiro lance, Amuzu foi derrubado por Poggi, da equipe argentina, dentro da área. O colombiano Diego Ulloa, árbitro da partida, não marcou o pênalti. Nem mesmo foi chamado pelo VAR.
Ulloa também não marcou um agarrão de Poggi em Ronald no último lance do jogo. Além disso, Heider Castro, no VAR, não sugeriu a revisão.
Esses lances, se assinalados e convertidos, poderiam ter mudado o desfecho da partida, que terminou empatada em 1 a 1 na Arena.
Consequentemente, impactou nas chances de liderança do grupo e a classificação direta às oitavas de final mais próximas.
Cotovelada em Dodi e pênalti marcado para o São Paulo

A derrota para o São Paulo é outro ponto de discórdia. Primeiro, ainda no primeiro tempo, Dodi levou uma cotovelada de Pablo Maia. O VAR não foi chamado para revisar o lance.
Depois, houve o pênalti assinalado a favor do time paulista, decisivo para decretar a derrota por 2 a 1. O árbitro Rodrigo de Lima marcou pênalti de Camilo em Luciano. Há o contato do volante no atacante, que força a queda.
Momentos antes, na origem do escanteio que resulta no pênalti, há uma falta de Arboleda em Jemerson. O zagueiro do São Paulo atinge o jogador do Grêmio com o braço esquerdo.
Entretanto, embora o VAR tenha apontado os dois lances na revisão para o árbitro, a decisão foi pela marcação do pênalti.
Anulação de gol contra o CSA

O episódio mais recente e marcante ainda ecoa nos corredores da Arena. No duelo decisivo por uma vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil, o Grêmio marcou o gol que levaria a decisão para os pênaltis.
Entretanto, o árbitro Matheus Candançan anulou o lance por identificar uma falta de Kannemann em Igor Bahia, zagueiro do CSA. A decisão de campo foi corroborada pela VAR Daiane Muniz.
A decisão gerou revolta imediata de jogadores do Grêmio, causando momentos de alta tensão na reta final da partida.
Arezo foi expulso por empurrar o árbitro, Pavon foi detido por suposta cusparada em policial que protegia a arbitragem no gramado e dirigentes invadiram o campo para cobrar explicações.
Providências
A sequência de decisões controversas tem levado o Grêmio a um estado de alerta e de providências por parte das entidades responsáveis pela arbitragem no futebol brasileiro e sul-americano.
Em nota, o clube afirmou que terá um encontro com a comissão de arbitragem da CBF nesta quinta, no Rio de Janeiro, em busca de esclarecimentos. O presidente Alberto Guerra e o coordenador técnico Luiz Felipe Scolari estarão presentes.
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