
A tensa relação entre o Grêmio e a Arena, gestora do estádio gremista, ganhou novos capítulos.
Em entrevista ao Sala de Redação, na Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (13), o presidente em exercício do clube, Eduardo Magrisso, não poupou palavras para criticar a postura da administração do estádio, acusando-a de "represália" e "atitude mesquinha" em meio a divergências contratuais.
As declarações do dirigente gremista vêm na esteira de recentes atritos públicos, com o clube manifestando insatisfação com a qualidade do gramado, os problemas de acesso dos torcedores (especialmente com o sistema de reconhecimento facial) e, mais recentemente, o corte de ingressos de cortesia adicionais.
Magrisso iniciou a entrevista contextualizando a complexidade da relação envolvendo Grêmio, Arena e a construtora OAS.
— A medida que nos aproximamos do fim do contrato, o Grêmio começa a correr riscos, pois os pontos do contrato não aconteceram como deveriam acontecer — alertou.
Ele destacou a atuação da atual gestão, liderada pelo presidente Alberto Guerra, na tentativa de "eliminar todos os fatores que atrapalham a propriedade do Grêmio sobre a Arena", o que, segundo ele, "gerou dissabores e contrariou interesses".
O dirigente do Grêmio fez questão de ressaltar que o clube tem buscado resolver as pendências no âmbito institucional e jurídico, evitando que a disputa impacte a operação dos jogos. No entanto, as últimas ações da Arena parecem ter extrapolado essa linha para a direção gremista.
Um dos pontos centrais da crítica de Magrisso foi o corte de ingressos de cortesia. Ele explicou que existe uma obrigação contratual da Arena de fornecer 2 mil ingressos para o Grêmio (1622 na arquibancada superior e 378 na tribuna de honra).
Segundo o vice-presidente, em um acordo para negociar as cadeiras do anel superior, a Arena repassava ao clube ingressos em outros setores, como camarotes e camisas gold, utilizados para familiares de jogadores, patrocinadores e autoridades.
O estopim para as duras críticas, no entanto, foi a decisão da Arena de alterar essa dinâmica de repasse de ingressos antes do duelo contra o Godoy Cruz, nesta (13), valendo a classificação direta às oitavas de final da Copa Sul-Americana.
Para Eduardo Magrisso, essa atitude configura uma clara "represália de todas as ações que a direção tem feito na proteção ao Grêmio".
Ele citou como exemplo a compra do crédito junto ao Banrisul, que permitiu ao clube ter uma posição política mais forte na negociação da Arena e eliminar um ônus mensal de R$ 2 milhões.
— As pessoas da Arena não gostam, tentaram por meios jurídicos impedir, mas em todas elas a Arena perdeu — disse o vice-presidente.
A decisão da gestora foi classificada por Magrisso com palavras ainda mais contundentes. Ele considerou a atitude uma "birra, atitude mesquinha", demonstrando a insatisfação da direção gremista.
Em nota, a Arena afirmou que "segue cumprindo integralmente o contrato vigente com o Grêmio".
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