
No meio do turbilhão que é o momento do Grêmio, uma posição em particular tem exemplificado as dificuldades do time. Cristaldo e Monsalve seguem uma disputa pela titularidade da função de meia, uma responsabilidade vital para um time que precisa voltar a jogar um futebol mais eficiente.
Um deles estará em campo como titular na Arena neste sábado, às 18h30min, contra o Bragantino. E, para que a equipe de Mano Menezes possa voltar a apresentar evolução, será preciso que um deles ajude.
Gols e assistências
Os números ajudam a explicar como a fase dos meias gremistas é complicada. Principalmente a do camisa 10. Cristaldo não participou de nenhum gol nos últimos 15 jogos, 762 minutos em campo. Ao todo, o argentino contabiliza 21 jogos, dois gols e apenas uma assistência no ano de 2025. Em 2024, mesmo em uma temporada de rendimento irregular, o meia marcou 13 gols e deu cinco assistências em 59 jogos. No ano de 2023, com a parceria de Luis Suárez, o jogador fez 11 gols e deu 12 assistências em 54 jogos.
Monsalve tem os mesmos 21 jogos de Cristaldo na temporada. Ele marcou três gols e deu três assistências no ano. Mas na avaliação de Mano, os dois jogadores apresentam características diferentes. O técnico citou após a vitória contra o Santos que o colombiano é mais condutor de bola, enquanto o camisa 10 resolve os lances com passes ou finalizações no gol adversário.
"Precisa chamar a responsabilidade", diz Arílson
Mas apesar de reconhecer as dificuldades dos atletas, o treinador apontou que o motivo para a falta de rendimento passa muito mais por questões coletivas do que a fase dos meias.
— Acho que eles sofrem muito em função de tudo que estava acontecendo, das dificuldades da equipe, da saída de bola. O time jogava muito direto. Quando uma equipe joga assim, por escolha da ideia, os meias, que são os sujeitos que precisam da bola, começam a vê-la passar muito por cima deles. Se passa muito, eles não têm características de disputa, passam a serem jogadores que a gente começa a discutir. Então, se queremos ter meia, temos de jogar um futebol que privilegia os meias, que faça eles participarem do jogo com prazer e aí todos saem ganhando, a linha é essa — explicou.
Arílson, hoje técnico do Brasil de Farroupilha, fez sucesso no Grêmio na década de 90. O ex-meia vê que a fase prejudica todos os jogadores, mesmo que a cobrança esteja maior em relação aos meio-campistas ofensivas da equipe atual.
— É difícil para todos. Para o zagueiro, para o volante, para o atacante. A bola queima no pé de todo mundo. Mas o camisa 10 precisa colocar a bola no chão e pensar. Quando a coisa estava difícil, era para tocar em mim. O camisa 10 precisa ser assim. Tem que se virar. A situação do Grêmio está difícil para todo mundo. Não é para colocar o peso apenas no Cristaldo, mas parte dele tem. Precisa chamar a responsabilidade. Não pode é ele ficar 90 minutos em campo e tocar duas vezes na bola — opinou.
O jogo deste sábado (10) será mais uma oportunidade para quebrar a sequência negativa. Cristaldo deve começar a partida, mas Monsalve também terá sua chance de entrar. E tudo que o torcedor gremista quer ver é um dos dois meias cumprindo a expectativa de liderar a equipe em campo para mais uma vitória. De preferência, com bom futebol.
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