
A defesa ainda é o calcanhar de Aquiles do Grêmio em 2025. Nos sete jogos sob gestão de Mano Menezes, o time esteve à frente do placar em seis deles. Só não aconteceu de estar em vantagem no empate em 0 a 0 com o Atlético Grau. O problema é que a equipe não consegue segurar o placar.
O último exemplo foi observado contra o Godoy Cruz, pela Sul-Americana. Um empate que deixa o clube em situação difícil para terminar na liderança do Grupo D, o que o liberaria de ter que disputar playoffs contra um dos eliminados da Libertadores.
Mesmo que o técnico gremista ainda cite a dificuldade do time em criar como um problema a ser resolvido, os números mostram que deixar o adversário longe do gol segue como o ponto fraco do clube. Algo que ficou evidente para quem acompanhou o lance que rendeu o gol de empate do Godoy Cruz.
Um chutão do zagueiro, em lance com a origem parecida com o que terminou no gol do empate do Bragantino, tirou dois pontos e a liderança do Grupo D da Copa Sul-Americana do Grêmio.
— Ainda acho que tomamos gol com muita facilidade. Acho que a gente abre o meio desnecessariamente, a bola entrou do zagueiro de novo no atacante, uma coisa que não existe como princípio no jogo de alto nível. Se tiver dúvida, tem que dar o lado. E a gente deu o centro. A bola entrou direto, perdemos a disputa, foi indo e entrou do jeito que a gente viu — lamentou o técnico.
Comentarista do Grupo Globo, Rodrigo Coutinho vê que o trabalho da nova comissão técnica já apresenta melhoras em relação ao que o sistema defensivo apresentou sob o comando de Gustavo Quinteros. Mesmo assim, o analista aposta que a solução definitiva dos problemas mais graves ainda levará tempo.
— Primeiro tem que considerar que são sete jogos do Mano. Já vejo mudanças no estilo de marcação, protegendo mais as zonas do campo. Pode parecer pouco para o Grêmio, mas não tem jeito. Não é um elenco com defensores de elite. É um trabalho que precisa ser feito do zero. Mano pegou um time espaçado, desorganizado e que não sabia fazer as coberturas. Problemas de posicionamento. Mas tentando resumir, é um processo de melhora. É algo que não está tão ruim quanto foi, mas precisa melhorar bastante. E dentro desse processo, não é todo jogo que o time não vai levar gols, apontou.
Mas além dos ajustes táticos, Rodrigo também entende que o perfil dos defensores à disposição de Mano neste momento também é responsável pelas dificuldades do time.
— Tem a parte coletiva, mas também a parte individual. Você não pega nenhum jogar de grande qualidade nesses momentos. São bons jogadores, alguns que viveram momentos melhores. Alguns que tentam se afirmar no clube. E nessa temporada terão dificuldades mesmo. O somatório de tudo isso, explica os gols que o Grêmio levou na temporada, comentou.
Desempenho em dúvida
O desempenho recente tem colocado o rendimento de jogadores que terminaram o Gauchão em alta, como o caso de Tiago Volpi, em dúvidas. Responsável direto pela classificação às finais do Estadual, e também no avanço na primeira fase na Copa do Brasil, o goleiro falhou no gol de empate do Godoy Cruz. Algo que também aconteceu na derrota para o CSA, empate com o Vitória e o jogo contra os argentinos em Mendoza.
Tática, técnica ou qualquer outra questão, é bom que o Grêmio encontre as razões e as soluções para as dificuldades do sistema ofensivo. Ou o ano de 2025 será de muita dor de cabeça para os torcedores.
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