
Após 30 dias e mais de 9 mil quilômetros viajados, o Grêmio segue a rotina de viagens, hotéis e jogos. Mandante da partida deste final de semana contra o Botafogo, o Tricolor enfrentará a equipe carioca no Estádio Kleber Andrade, em Cariacica, no Espírito Santo. Uma nova sede provisória para receber o clube em uma partida pelo Brasileirão. E de uma programação de deslocamentos que está longe de acabar.
Enquanto a população gaúcha afetada pela enchente busca recomeçar e reconstruir, o Grêmio também dá passos na construção de uma melhor perspectiva no Brasileirão. Com a vaga às oitavas da Libertadores garantida e com a Copa do Brasil ainda distante no planejamento, o clube foca suas atenções na competição nacional.
Longe da Arena, ainda em obras para recuperar a estrutura afetada pela inundação da região do estádio, a missão de Renato Portaluppi e de seus comandados é somar pontos. Mesmo com o peso das questões além do futebol.
– A situação do Grêmio não pode ser olhada apenas como atletas viajando. São vários componentes ignorados nas análises que se referem à vida fora do futebol. O Grêmio não está decepcionando. Tem feito algo louvável. Vai perder, ganhar, mas vejo o comprometimento dos jogadores altamente profissional diante de todas as circunstâncias. A receita de como ultrapassar esses obstáculos, que não são apenas físicos, mas também emocionais, é manter a concentração. Precisamos ter um olhar mais humano. E isso se encaixa perfeitamente com o Grêmio, que não se vitimiza. Mas é um problema que demorará a ter uma solução – analisa PC Vasconcellos, comentarista do SporTV.
O roteiro de viagens do Grêmio teve início com a preparação no CT do Corinthians, em São Paulo. O período de treinos antecedeu o deslocamento para Curitiba, onde se realizaram as partidas contra The Strongest e Bragantino. Na sequência, a delegação embarcou no avião rumo ao Chile para o enfrentamento com o Huachipato. Com a classificação às oitavas de final da Libertadores na mala, o Tricolor retornou a Curitiba para enfrentar o Estudiantes. E desde a semana passada, rumou para o Rio de Janeiro. Neste final de semana, parou no Espírito Santo para o jogo deste domingo contra o Botafogo.
O problema é que enquanto a Libertadores teve o objetivo alcançado, a história no Brasileirão é diferente. Nas duas rodadas disputadas, duas derrotas. Um sinal de que será necessário corrigir o rumo na competição.
– O desafio do Grêmio é que precisa encorpar o grupo. Já perdeu jogadores por desfalques. O calendário e a quantidade de viagens já estão cobrando um preço. O Tricolor precisará ser efetivo na janela de julho para aumentar o leque de alternativas para Renato. Principalmente na parte ofensiva – afirmou Leonardo Oliveira, colunista de GZH.
Em 13º lugar no início da 9ª rodada, o Grêmio pode terminar o final de semana no Z-4. Com seis pontos em seis partidas e dois jogos a menos do que a maioria dos adversários, o objetivo contra o Botafogo é pontuar e abrir a semana Gre-Nal sem a preocupação de estar entre os ameaçados pelo rebaixamento.
Os números da sequência
- 1.129 km de Porto Alegre a São Paulo
- 402 km de São Paulo a Curitiba
- 3.221 km de Curitiba a Concepción
- 3.221 km de Concepción a Curitiba
- 853 km de Curitiba a Rio de Janeiro
- 517 km do Rio de Janeiro a Vitória
- 9.343 km viajados