
Das 19 equipes que irão participar do Gauchão de Futsal, com primeira rodada marcada para 28 de maio, quatro são novidades em relação ao ano passado. Entre elas, a ASF, de Serafina Corrêa, disputará a elite do futsal gaúcho pela primeira vez. O time foi vice-campeão da Série B, em 2024, e conquistou o acesso.
Após sete anos da fundação, a equipe terá o principal momento de sua história neste Gauchão. Para isso, o clube se preparou e buscou diversos patrocinadores que viabilizassem um time competitivo para 2025.
Os primeiros anos na Liga Gaúcha
Criado em agosto de 2018, a Associação Serafinense de Futsal (ASF) surgiu por meio de dois amigos: Pedro Diniz Grando e Pedro Henrique Massolini Silva, o Pepo, atual diretor do clube. Eles integravam o Clube Atlético Boca Braba (CABB), que foi bicampeão municipal invicto.
A partir do sucesso da equipe, surgiu a ideia de fundar a ASF para representar Serafina Corrêa, um município de aproximadamente 17 mil habitantes, a nível estadual. Em 2019, veio a primeira competição, a Série C da Liga Gaúcha. De cara, o time foi campeão e garantiu o acesso à Série B.
— Neste primeiro ano, a gente montou um projeto. Começamos a apresentar na comunidade toda aqui, nas empresas, nos bares, nos mercados, nas lojas... Enfim, foi um sucesso — disse Pedro Diniz Grando, vice-presidente da ASF.
Em 2020, a pandemia impediu a realização do campeonato. No ano seguinte, apesar da disputa, os impactos econômicos da covid-19 afastaram a ASF da competição, retornando aos torneios da Liga Gaúcha apenas em 2022.
Na Série B do Gauchão, a ASF lutou pelo acesso à primeira divisão por três anos (2022, 2023 e 2024). No último deles, conquistou o grande objetivo do time.
A profissionalização, e o sonho realizado
Em 2023, a ASF deu um passo importante em sua história. A partir do apoio de empresas e investidores, o clube se tornou profissional, passando a contar com atletas e funcionários dedicados exclusivamente ao time.
— Treinam durante o dia, durante a noite, às vezes, três períodos no dia, às vezes, dois, com toda uma comissão técnica, com academia liberada, com nutricionista, psicóloga, médico, fisioterapeuta e personal. Enfim, uma estrutura de clube gigante — confirmou Pedro Diniz Grando.
No ano seguinte, a medida surtiu efeito. Na Série B do Gauchão, a equipe terminou com a liderança do Grupo A, na primeira fase. Depois, passou por oitavas, quartas e semifinais, até chegar à decisão contra o Filtradores, de Bom Princípio, clube que saiu campeão.
Outro aspecto que favoreceu o crescimento da ASF foi a chegada de emendas do governo estadual, da prefeitura de Serafina Corrêa e de dois deputados federais. Os recursos foram investidos diretamente na equipe e na estrutura, como o Ginásio Municipal Irceu Antônio Gasparin, onde o time manda seus jogos.
— Poucos ginásios no Estado são como o nosso, poucos no Brasil, na verdade. É uma reforma que custou quase dois milhões de reais. Então, estamos podendo desfrutar de uma estrutura perfeita, a comunidade toda. Quem fez o projeto acontecer foi a comunidade — lembrou o vice-presidente, que ainda destacou a presença de quase 80 empresas como apoiadoras da ASF.

Nesta temporada, a ASF conta com quinze jogadores, sendo que 11 deles moram juntos, na chamada "Casa do Atleta". O principal destaque é Allerson, conhecido como Ceará. Ele é o maior artilheiro da história do clube, com 83 gols. Está será a quinta temporada do atleta no time.
Tivemos alguns atletas que foi mais difícil contratar pelo motivo de clubes do exterior terem mais dinheiro e levar mais fácil, isso acontece seguido.
Futuro da ASF
A partir de agora, o principal objetivo da ASF é seguir no Gauchão Série A, nos próximos anos. Da mesma forma, o clube sabe das dificuldades que enfrentará em meio a um campeonato mais qualificado em relação aos que a equipe já tinha disputado. Mesmo assim, o grupo acredita em uma classificação para as oitavas de final, ou seja, terminar a fase inicial entre os 16 melhores times.
— É um sonho que a gente está vivendo, a gente sabe que no início é tudo muito mais fácil. O difícil agora é manter, mas estamos fazendo sempre o melhor trabalho possível, com muita seriedade, com muito comprometimento, para as coisas darem certo — explicou Pedro Diniz Grando.

Pensando a longo prazo, a ASF também tem investido nas categorias de base, ampliando a quantidade de categorias nos últimos anos. Atualmente, são mais de 200 alunos, divididos nas seguintes categorias: sub-7, sub-9, sub-11, sub-13, sub-15, sub-17 (masculino); e sub-9, sub-13 e sub-15 (feminino).
Em 2025, o time disputou a Taça Farroupilha da Região Norte, mas caiu nas semifinais para o Lagoa Futsal, um dos finalistas. Após o Gauchão, a equipe não terá mais competições neste ano.