
Um dos jogadores mais experientes do elenco verde e amarelo, Alisson abriu o coração após a classificação à Copa do Mundo de 2026 e não poupou críticas à bagunça que se tornou a organização da Seleção Brasileira no ciclo para a competição de Estados Unidos, Canadá e México.
Após o 1 a 0 sobre o Paraguai, o goleiro de 32 anos reclamou indiretamente das tantas trocas de comando e admitiu que o time ficou exposto ao não ser "blindado."
— Estou muito feliz com a classificação, mas foram as Eliminatórias mais complicadas que eu disputei por tudo o que se passou — admitiu o goleiro, em entrevista ao SporTV.
Questionado sobre quais seriam essas tais dificuldades, o gaúcho não escondeu que não dá para uma seleção da grandeza do Brasil ser dirigida por quatro nomes diferentes em 16 rodadas das Eliminatórias.
A Amarelinha começou o ciclo com Ramón Menezes de maneira interina, dividiu Fernando Diniz com o Fluminense e, depois, apostou em Dorival Júnior até contratar seu plano inicial, Carlo Ancelotti.
— Obviamente as questões internas (atrapalharam). As externas, entristecem. Uma seleção do tamanho da brasileira passar por esse tipo de coisa... A gente não tem de se acomodar, mas faz tempo que é assim. Dentro de campo sempre fomos blindados, nesse ciclo não fomos blindados e isso refletiu em campo — disparou o goleiro.
Mudanças técnicas
Alisson fez questão de listar o nome dos comandantes para explicar sua revolta.
— Um interino, o Diniz dividindo com um clube... É um ótimo profissional, um dos melhores, mas teve de comandar os dois, fico sem palavras para isso. Depois o Dorival tentou e não deu certo, infelizmente, pois é um grande profissional — comentou e seguiu:
— Chegou Ancelotti, que era o plano de sempre, mostrando enorme felicidade, trazendo essa blindagem e segurança pelo que é. O que ele fala tem peso diferente, e já preparou a equipe muito bem para essas duas partidas.
O goleiro ainda elogiou o crescimento da equipe em somente dois jogos com Ancelotti, mas pediu pés no chão e humildade após a Seleção carimbar o passaporte para a Copa do Mundo.
— Tivemos muito mais controle hoje (terça-feira) do que diante do Equador, um jogo mais complicado fora de casa e temos de entender que as equipes sul-americanas estão mais fortes. Hoje o Paraguai se defendeu muito bem, mas somamos mais um jogo sem tomar gol que é importante — avaliou.
Pés no chão
Alisson aproveitou para pedir que o grupo não perca a humildade e já pense em ganhar a Copa do Mundo, como Dorival chegou a cravar quando ainda era o treinador.
— A gente sabe que tem um caminho para isso e hoje tem uma mudança evidente e podemos avaliar friamente: algo está começando a mudar — ponderou e completou:
— O desempenho é muito melhor individualmente e coletivamente. Estamos pegando confiança, nosso time tem muito jovem, em mescla com experientes, então eles precisam dessa confiança. E com ambiente conturbado, pressão por resultado e por jogar bem, não é fácil, tem sido muito difícil correr com carga dobrada.
Para o futuro, a dica de Alisson é a manutenção da humildade. A Seleção ainda encara o Chile, dia 4 de setembro, e a Bolívia, dia 9, fora de casa.
— É manter os pés no chão, sem empolgação, continuar trabalhando. Porque a gente sabe que tem muito a trabalhar para chegar na Copa do Mundo. E classificados, vamos mais tranquilos — finalizou o goleiro.