
Os afastamentos do árbitros Lucas Casagrande, que apitou Bragantino 1x0 Grêmio, e Ramon Abatti Abel, que comandou São Paulo 2x3 Palmeiras, têm como efeito prático apenas tirá-los das escalas por duas ou três semanas. Eventualmente, farão algum cursinho e uns testes de análises de lance. E voltarão, possivelmente em jogos de divisões inferiores, até que o tempo passe e a poeira baixe. O problema é que isso significa uma redução drástica na renda dos juízes.
Essa é uma das consequências da popular "geladeira". No caso de Ramon Abatti Abel, que tem escudo da Fifa, cada partida significa um cachê de R$ 7,2 mil. Para Lucas Casagrande, da CBF, o valor é de R$ 5 mil. Em um mês com cinco jogos, um número razoável, Ramon receberia R$ 36 mil, Casagrande, R$ 25 mil.
Como arbitragem não é uma profissão, ambos têm atividades paralelas para compensar a perda. Mas elas não chegam nem perto do que é recebido nos gramados.
O normal é que eles fiquem entre 15 e 30 dias sem ser escalados. Nesse período, podem (ou não) receber alguns lances para ser analisados. Como foram erros de campo, ficam em casa, nem sequer vão à sede da CBF ou à Granja Comary. O normal é que nesse tempo, novas partidas sofram com interferências, novas polêmicas surjam e a poeira baixe.
Eles costumam voltar em partidas de divisões inferiores (o que não deixa de ser um certo menosprezo da própria CBF com a competição). Como só estará em andamento a Série B, e em fase decisiva de acesso e descenso, talvez entrem em jogos menos decisivos.
Nenhum deles está proibido de apitar jogos. Portanto, tanto Ramon Abatti quanto Lucas Casagrande poderiam ser escalados pelas federações estaduais para as Copinhas que estão em andamento, por exemplo. Torneios amadores também são permitidos, ainda que a CBF peça que árbitros com escudo da Fifa não se metam na várzea.

