
Coitada da bola. É de sangrar os olhos. Prefiro dor de dente. Não tem nada melhor para fazer? A gangorra quebrou. Todas essas frases foram escritas em algum comentário nas redes sociais durante a semana. A expectativa de colorados e gremistas para o clássico 448 é a pior possível.
Roger Machado e Mano Menezes estão na berlinda. Houve até "torcedor" querendo perder para mudar o técnico. Mas isso tudo muda quanto mais se aproxima o domingo, 17h30min.
Quando os times entrarem em campo e Marcelo de Lima Henrique autorizar o início do jogo, volta tudo ao normal. O vermelho vai querer bater o azul, o azul vai querer dominar o vermelho. Em uma Semana Farroupilha, trata-se de um legítimo Gre-Nal dos Farrapos.
O apelido do clássico é alusivo ao momento de cada time. O Inter abre a 24ª rodada do Brasileirão em 12º lugar. O Grêmio está duas posições abaixo. Ambos olham para o Z-4 com muito mais medo do que aspiração a mirar o G-6. Restou apenas uma competição das três que existiram na virada do semestre.
Gangorra quebrou mesmo?
Nem a gangorra, instituição tão tradicional como o Gre-Nal em si, parece existir nesse 2025. Aquela história de que, quando um está por cima, o outro está por baixo, abandonou a dupla Gre-Nal na atual temporada.
Zé Alberto Andrade, histórico repórter da crônica esportiva do Estado, há 40 anos jornalista esportivo da Rádio Gaúcha, dono de uma das memórias mais privilegiadas do Rio Grande do Sul, foi perguntado se alguma vez Inter e Grêmio entraram tão mal em um clássico. Respondeu:
— Talvez possa ter acontecido, mas eu não lembro.
Quem serão os titulares dos times?
Mas isso é prévio. É análise. É frieza de comentaristas. É vacina de torcedores. Reparem que, quando acordarem no domingo, colorados e gremistas vão martelar o clássico durante todo o tempo. No preparo do mate, enquanto a chaleira esquenta a água, pensarão em qual formação vai o Inter ou na estreia de Willian no Grêmio.
Virando a costela do almoço, imaginarão, os colorados, se as costas de Bernabei, estarão, enfim, protegidas; os gremistas calcularão se a entrada de Edenilson deixará o time mais dinâmico na frente ou menos guarnecido atrás. A caminho do Beira-Rio ou de olho na RBS TV, ouvirão na Gaúcha a projeção pré-clássico.
E quando menos perceberem, o Gre-Nal volta a valer tudo. Se, na prática, três pontos darão ao Inter a possibilidade para o Inter de subir à primeira página, e, ao Grêmio, de passar o rival na tabela. Mas na teoria, no imaginário, ganhar o Gre-Nal arruma problemas, ao menos momentaneamente.
Como o Gre-Nal mexerá com os técnicos?
O jogador que era ruim já deixa de ser vaiado. O pressionado ganha alívio. E perder pode derrubar tudo. Roger resistiu às eliminações na Libertadores, na Copa do Brasil e à decepção no Brasileirão. Sobrevive a uma derrota para o Grêmio? Mano caiu para o CSA na Copa do Brasil, para o Alianza Lima na Sul-Americana, não venceu Sport, Ceará e Mirassol em casa e foi mantido. O Gre-Nal pode ser a gota d'água?
É possível achar razões para dar importância a um Gre-Nal tão borocoxô. Que os jogadores justifiquem as 40 mil pessoas esperadas no Beira-Rio e os outros milhões que acompanharão na telinha. Cabe só a eles mudar a perspectiva do Gre-Nal dos Farrapos.
Por dentro do Gre-Nal
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