
Os times da Série A voltam a ativa nesta semana e é bom estarem ligados na matemática. Afinal, após 12 rodadas, o Brasileirão deixou lições para muitos clubes. O primeiro terço do campeonato sinaliza duas tendências incomuns na história da atual fórmula com 20 participantes, iniciada em 2006.
A primeira conclusão: o alto aproveitamento do atual líder indica que, para ser campeão, será preciso romper a barreira dos 80 pontos. O Flamengo já tem 24 pontos em 11 jogos — aproveitamento de 72,7%. Projetando esse percentual ao final das 38 rodadas, alcançaria 83 pontos. Seria a maior pontuação para levantar a taça desde 2021, quando o Atlético-MG chegou a 84. Antes disso, foi o Rubro-Negro que havia feito pontuação alta (90), ao vencer o campeonato em 2019.
Mas não é só o Flamengo que destoa. Os quatro primeiros elevam a régua do G-4 de uma forma que pode terminar com pontuação recorde para o quarto colocado (a última posição que garante vaga direta na próxima Libertadores — ainda que o G-4 costume virar G-5 ou G-6). O Bragantino, hoje, ocupa a quarta posição em aproveitamento, com 63,8%. Isso, ao final de 38 rodadas, significam 73 pontos. O que seria inédito na atual fórmula.
Na parte inferior da tabela, as 12 primeiras rodadas também apontam situação fora da curva. Mas a projeção é boa aos que hoje lutam para não serem rebaixados.
É tão baixo o aproveitamento dos que estão entre a 15ª e a 17ª posições que a pontuação para não cair hoje seria de 36 – nove a menos do que o número mágico dos 45 pontos. Para efeitos de comparação: desde 2006, a menor pontuação que permitira escapar foi em 2019, quando 37 bastariam.
O Grêmio está no meio do caminho, em 11º lugar com 16 pontos — seis abaixo do G-4 e cinco acima do Z-4. Evidentemente que só se passaram apenas 12 rodadas (alguns jogaram somente 11 vezes), e a janela de transferências de julho deve mexer bastante nos elencos. Mas são curiosas as projeções atuais a partir do alto rendimento dos ponteiros e da baixa pontuação dos que estão na parte inferior da tabela.
Cenário atual e projeções do Brasileirão
Campeão
O Flamengo é o líder com 24 pontos em 11 jogos – aproveitamento de 72,7%. Projetando esse percentual ao final das 38 rodadas, o campeão alcançaria 83 pontos. Se isso se confirmar, seria a maior pontuação desde 2021, quando o Atlético-MG chegou a 84.
Para comparar
- Campeão em 2024: Botafogo
(79 pontos) - Campeão em 2023: Palmeiras
(70 pontos) - Campeão em 2022: Palmeiras
(81 pontos)
G-4
Além do Flamengo, estão entre os quatro primeiros Cruzeiro (24 pontos em 12 jogos), Bragantino (23 em 12 jogos) e Palmeiras (22 pontos em 11 jogos). Por aproveitamento, o quatro colocado é o time de Bragança, com 63,8%. Se o Brasileirão der vaga direta à Libertadores via G-4 e a performance se mantiver assim, a pontuação do quarto lugar será de 73 pontos. O que seria um recorde na era do campeonato de pontos corridos com 20 clubes.
Para comparar
- Quarto lugar em 2024: Fortaleza
(68 pontos) - Quarto lugar em 2023: Flamengo
(66 pontos) - Quarto lugar em 2022: Corinthians (65 pontos)
Z-4
Os quatro piores do Brasileirão são Inter (11 pontos em 12 jogos), Fortaleza (10 pontos em 12 jogos), Juventude (8 pontos em 11 jogos) e Sport (3 pontos em 11 jogos). O Colorado está na zona de rebaixamento em função do saldo de gols, pois tem o mesmo aproveitamento de Santos e Vitória: 30,5%. Projetando este percentual ao final de 38 jogos, chegamos a 35 pontos. Como há mais de um clube nesta situação, seriam necessários 36 pontos para escapar. Nunca houve pontuação tão baixa. Desde 2006, a menor pontuação que permitira escapar foi em 2019, quando 37 bastariam.
Para comparar
- 16º lugar em 2024: Bragantino
(44 pontos) - 16º lugar em 2023: Bahia
(44 pontos) - 16º lugar em 2022: Cuiabá
(41 pontos)