O paulista Eduardo Baptista, 45 anos, tem 20 de futebol, 18 como preparador físico e apenas 17 meses como treinador. Líder do Brasileirão, 100% de aproveitamento em Recife, comanda o surpreendente Sport desde janeiro de 2014.
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Ele trabalhava com o pai, Nelsinho Baptista, no Kashiwa Reysol, do Japão. O tsunami de 2011 o fez voltar ao Brasil com a família e mudar de rumo. O alcancei ontem por telefone.
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Como você se define como treinador?
Sou uma pessoa simples, sempre procurando aprender. Me acho perfeccionista. Cobro muito, mas busco ter critérios e planejamento. Todos no grupo precisam saber como trabalho e que minhas ações procuram ter uma lógica e uma ética. Não importa se o treinador é um jovem ou um experiente, o que importa é a continuidade.
Você é filho de um treinador. Qual a relação com Nelsinho?
É ótima. Mas ele mora no Japão e eu no Brasil. Conversamos muito. Falamos pouco sobre nossos times. Trocamos ideias mais sobre gestão de pessoas, a vida do jogador no vestiário e a relação deles com os treinadores.
Sabe que a torcida colorada ainda tem uma bronca com Nelsinho, que trocou o Inter pelo Corinthians nos distantes anos 1990?
Meu pai é um profissional. Ele não guarda mágoa com ninguém, eu sei. Voltaria ao Inter, se fosse o caso, sem problemas. Aliás, o uruguaio Diego Aguirre faz um grande trabalho no Inter. O acompanho de longe e o admiro.
Quem são os técnicos que fizeram a sua cabeça?
Meu pai, lógico, vem em primeiro lugar. Destaco o Vanderlei Luxemburgo. Ele é um dos poucos treinadores que consegue mudar uma partida durante os 90 minutos, a bola andando, ou mesmo no intervalo. Eu comecei como interino. Acho que evolui.
Qual a chave do sucesso do Sport no Brasileirão?
Posso dizer que é trabalho e entendimento. Todos se conhecem, o projeto começou no ano passado e os jogadores assimilaram as minhas ideias de futebol. Claro que o Brasil está surpreso com o desempenho da equipe. Nós, não. Eu tinha a certeza que estaríamos entre os cinco melhores neste começo de Brasileirão. Meu projeto é de três anos e envolve a base. Estou na segunda temporada (102 jogos, são 52 vitórias, 23 empates e 27 derrotas). Tenho nove meninos no grupo principal. Uma das missões é formar uma nova geração de bons jogadores.
Como seu time joga?
Gosto muito do sistema 4-2-3-1. Treino e repito. Repito. Durante a partida, posso mudar para um 4-3-3 ou um 3-4-3. Tudo depende do comportamento e movimentação do adversário Quando o outro time pressiona, ataca muito, me fecho mais, adoto o clássico 4-4-2.
Quais os jogadores que se destacam no Sport?
Vou citar dois, mas tem mais. O volante Rithely, que quase acertou com o Inter, é um destaques. Cito o lateral esquerdo Renê, que tem uma força defensiva muito grande e vai fazer sucesso. O vejo na Seleção Brasileira logo, logo.
O que você espera do Inter?
Nem sei qual será time do Inter. O Aguirre promove um rodízio. Há uma atenção especial com a Copa Libertadores, o que não poderia ser diferente. Não tenho olheiros em Porto Alegre. Acompanho pela imprensa.
Quem o preocupa mais?
O DAlessandro, mas nem sei se ele viaja (não viajou). Não vou mudar meu time em função do adversário. Perdemos o volante Wendel e o meia Diego Souza, mas o grupo é bom. Vou achar soluções qualificadas até a hora da partida. Aliás, espero um grande jogo.
Você foi procurado pelo Grêmio depois da saída do Felipão?
Não, ninguém fez contato. Desconheço qualquer movimento.
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