Outubro
Embaixo d'Água
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Reportagem especial mostra como o mês que terminou no sábado levou Porto Alegre a ter o maior volume de precipitações da história e deixou uma conta milionária ao Estado
REPORTAGEM
Juliana Bublitz
juliana.bublitz@zerohora.com.br
Juliana Forner
juliana.forner@zerohora.com.br
Marcelo Gonzatto
marcelo.gonzatto@zerohora.com.br
EDIçÃO
Pedro Moreira
pedro.moreira@zerohora.com.br
DeSIGN
Diogo Perin
Leandro Maciel
FOTOGRAFIA
Adriana Franciosi
Bruno Alencastro
Carlos Macedo
Diego Vara
Omar Freitas
Ronaldo Bernardi
Achuvarada recorde que desabou sobre o Rio Grande do Sul em outubro — levando Porto Alegre a registrar o maior volume de precipitações da história — deixou uma conta milionária para o Estado. Segundo estimativa da Defesa Civil estadual, o custo da destruição pode chegar a pelo menos R$ 867,5 milhões. A projeção inclui prejuízos públicos e privados e é calculada com base em dados preliminares, fornecidos por prefeituras e órgãos estaduais.
— O fenômeno foi muito violento, atingiu praticamente todas as regiões e ainda veio depois de outros eventos climáticos graves, registrados em julho, agosto e setembro. Nunca tinha visto nada igual — diz o tenente-coronel Everton Oltramari, chefe da Casa Militar e coordenador estadual da Defesa Civil.
Desde julho, 97 municípios estão em situação de emergência, sendo que 66 deles entraram na lista neste mês. Para conseguir a homologação dos decretos, as administrações preenchem o Formulário de Informações do Desastre (FIDE) e fornecem relatórios fotográficos e pareceres técnicos — tudo dentro do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, gerido pelo Ministério da Integração Nacional.
No FID, as cidades descrevem em detalhes os danos físicos gerais causados pelos temporais (como granizo, alagamentos e desabamentos), incluindo tudo: estradas, pontes, prédios e serviços públicos, plantações, residências e estabelecimentos privados de diferentes tipos. A partir daí, apresentam um cálculo aproximado do valor das perdas.
— Tudo isso, depois, é verificado e confirmado na prática — explica Oltramari.
De acordo com os dados das prefeituras, na indústria, no comércio e no setor primário as avarias foram estimadas em R$ 552 milhões — nessa cifra, no entanto, não entram os reflexos da redução nas vendas, apenas problemas físicos.
— Tivemos perdas diretas, mas também indiretas, que ainda não contabilizamos e que foram potencializadas pelos efeitos da crise econômica. A situação realmente é crítica — afirma o presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS), Luiz Carlos Bohn.
No setor público, os danos avaliados pelas prefeituras chegam a R$ 233 milhões. O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador (PT), testemunhou a devastação. Só a cidade da Campanha comandada por ele soma R$ 10 milhões em perdas, a maior parte em vias e pontilhões arrasados.
Apesar de aprovar o suporte da Defesa Civil do Estado e do governo federal às administrações municipais, Folador diz esperar mais. No início da semana, técnicos dos dois órgãos ajudaram dezenas de gestores locais no preenchimento dos formulários para agilizar a liberação de recursos.
— Foi muito bom, porque muitos têm dificuldades com isso. Agora o que esperamos é que o dinheiro chegue logo e que todos os 132 municípios atingidos possam ser atendidos e auxiliados — sintetiza o presidente da Famurs.
Água para mais de 1 bilhão de pessoas
Daer avalia prejuízos de
R$ 56 milhões em rodovias
Entre os órgãos estaduais que já quantificaram o peso financeiro da tormenta, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) estimou em R$ 56 milhões os danos na malha rodoviária. Já a Secretaria da Educação definiu em R$ 22 milhões os danos a 147 escolas. Outros R$ 4,5 milhões foram estipulados pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).
No campo, os estragos contabilizados no plano local pelas prefeituras também estão sendo avaliados pela Secretaria da Agricultura. Ao todo, pelo menos 40% das lavouras de trigo foram destruídas. Também houve malefícios à fumicultura, à fruticultura e à produção de hortaliças.
Apesar de parcial, o cenário indicado pelo levantamento dá margem, na avaliação do tenente-coronel Everton Oltramari, a um debate que não pode mais ser protelado:
— Está mais do que na hora de priorizarmos a prevenção. Isso envolve uma mudança de cultura, que começa pelos municípios.
* Os dados fornecidos pelas prefeituras incluem apenas danos físicos causados pela tormenta e estão registrados no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres. As prefeituras relatam estragos em estradas, pontes, prédios e serviços públicos, plantações, residências e estabelecimentos privados de diferentes tipos, etc.
** Os dados foram informados à Defesa Civil estadual, que nos próximos dias deverá receber os levantamentos de outros órgãos estaduais.
De onde vem tanta água
Veja o que explica o excesso de precipitação registrado nas últimas semanas
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Oceano Pacífico
Oceano Atlântico
RS
Amazônia
JATO DE
BAIXO NÍVEL
JATO
SUBTROPICAL
1 – EL NIÑO
O El Niño ocorre quando a água do Pacífico Equatorial fica aquecida além do normal – podendo chegar a 5ºC ou mais além da média. Isso faz com que correntes de vento que sopram em grandes altitudes de Oeste para Leste e descem próximo à costa da América do Sul se desloquem mais a Leste. O vento passa a descer sobre o continente sul-americano, o que altera o regime de ventos e precipitação no continente – diminui a chuva no Norte e aumenta no Sul.
2 – VENTOS
Jato de baixo nível
Um vento que circula a cerca de 1 km de altitude e traz umidade da Amazônia se intensificou rumo ao
Rio Grande do Sul, potencializando as chuvas.
3 – VENTOS
Corrente de jato subtropical
Uma corrente de vento que vem do Chile e circula a cerca de 14 km de altitude com velocidades ao redor de 200 km/h se posiciona mais sobre o RS e funciona como uma espécie de "exaustor" – isto é, "suga" o ar úmido localizado mais próximo à superfície. Quando esse ar úmido sobe, cria nebulosidade. Assim, a corrente de jato favorece a formação de nuvens pesadas e também pode mantê-las carregadas por mais tempo.
4 – AQUECIMENTO DO ATLÂNTICO
Além do Pacífico, o Atlântico-Sul se apresenta mais aquecido do que o normal. Como resultado, aumenta a evaporação e a quantidade de umidade no Rio Grande do Sul – o que fortalece ainda mais a chuva. Dados de 15 a 24 de outubro da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa), dos EUA, mostram que a temperatura do mar estava cerca de
1,5ºC
acima da média nas proximidades da costa gaúcha nesse período.
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4
TEMPERATURA GLOBAL
Até o momento, dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa), dos EUA, indicam que o planeta vive o ano mais quente já registrado, com cerca de
0,85ºC
acima do normal. Isso significa que a atmosfera tem mais energia e capacidade de desenvolver eventos climáticos severos.
Outros anos mais quentes já registrados
2014
0,73ºC acima da média
2005
0,65ºC acima da média
2010
0,73ºC acima da média
MAPA MOSTRA O IMPACTO DO EL NIÑO
A imagem mostra, em azul, as regiões em que choveu acima do normal nos últimos 30 dias em todo o planeta
• Área do Rio Grande do Sul
• Pacífico Equatorial
• Algumas regiões dos Estados Unidos
Em tons amarelo-avermelhados, estão as regiões onde a chuva ficou abaixo do normal
• Norte do Brasil
• Indonésia, Cingapura e arredores
• Sul da Ásia
As lições deixadas
pela enxurrada
Estado precisa aprimorar áreas como infraestrutura e treinamento de resposta a desastres
Achuvarada histórica de outubro deixou ensinamentos que, se bem aplicados por gestores, servidores públicos e cidadãos, podem reduzir o impacto de futuros eventos climáticos. A violência do tempo revelou fragilidades de infraestrutura e deficiências nos sistemas de prevenção e reação que devem ser corrigidos — desde erros no comportamento da população até dificuldades dos municípios para lidar com a burocracia de liberação de recursos.
Uma constatação é de que diferentes problemas se encadearam para ampliar os danos de uma precipitação acima do comum. Parte do lixo descartado de maneira irregular em Porto Alegre, por exemplo, parou no interior de um sistema de drenagem já sobrecarregado e diminuiu sua eficácia. Bombas deixaram de funcionar por desgaste ou falta de energia elétrica. A captação de água foi interrompida, e a inundação se espalhou.
As limitações de infraestrutura ficaram evidentes na Capital, onde uma dezena de bombas estragou e várias outras tiveram de ser desligadas para não superaquecerem — muitas afetadas pelo acúmulo de 20 toneladas de lixo em apenas um dia. O diretor-geral do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Tarso Boelter, promete lançar ainda este ano um edital para renovar oito das 19 casas de bomba da Capital.
— Vamos ampliar a capacidade de escoamento com bombas novas, além de colocar geradores próprios de energia — garante Boelter.
Em cidades do Interior, a grande lição deixada no rastro das tempestades é a necessidade de aprimorar a reação aos desastres. Segundo o subchefe da Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Alexandre Martins, de 132 municípios afetados pelo mau tempo, só 24% já contavam com um cartão bancário destinado ao repasse de verbas estaduais e federais vinculadas à Defesa Civil.
— Sem esse cartão, que leva uma semana ou mais para ficar pronto, a cidade só recebe auxílio humanitário, como alimentos.
Martins sustenta que mesmo a remessa desse material enfrenta dificuldades. De 66 prefeituras que tinham decreto de situação de emergência homologado até a semana passada, somente metade havia enviado documentos especificando quantos itens como telhas precisavam receber até o começo desta semana.
— Recebi os documentos de 32 prefeituras depois de ligar durante três dias pedindo — revela o tenente-coronel.
O presidente da Federação das Associações de Municípios do Estado (Famurs), Luiz Carlos Folador, afirma que os municípios estão tentando se estruturar melhor:
— A demanda sobre qualquer coisa cai, hoje, sobre as prefeituras, desde Conselho Tutelar a órgão de trânsito e acolhimento de idosos. Mesmo assim, são os municípios que atendem a população de imediato em casos de granizo, vendaval ou enxurradas.
Para o doutor em recursos hídricos Carlos Tucci, há um outro ensinamento a ser tirado de outubro:
— Se continuarmos deixando as pessoas ocuparem áreas de risco, jamais haverá uma solução barata para as inundações.
Ensinamentos da chuvarada
Fragilidade do sistema
de drenagem
Um dos efeitos da chuvarada foi destacar uma fragilidade do sistema de drenagem em cidades como Porto Alegre: quando falta luz, as bombas localizadas em 19 casas de drenagem da Capital param de funcionar. Como resultado, a rede não consegue lançar a água acumulada para o Guaíba, e a cidade inunda. O DEP promete renovar o sistema de máquinas e instalar geradores elétricos em oito casas de bombas a partir do ano que vem. Assim, continuarão funcionando mesmo em caso de queda de energia na rede comum.
Impacto do descarte irregular
O mau tempo mostrou que a falta de educação da sociedade é uma das causas do agravamento das inundações. Em apenas um dia, funcionários do DEP retiraram 20 toneladas de lixo das casas de bomba responsáveis pela drenagem em Porto Alegre. O acúmulo de material nas bombas, provocado pelo descarte irregular feito pela população, diminui a capacidade de vazão dos equipamentos e favorece que entrem em pane. Durante o mês, pelo menos 10 das 83 bombas estragaram.
Preparação nos municípios
Nem todas as cidades gaúchas estão preparadas para reagir adequadamente aos desastres. Muitas não contam com profissionais bem treinados para preencher a documentação necessária para liberar recursos, e apenas 24% dos 132 municípios atingidos de alguma forma pelo mau tempo em outubro já tinham um cartão bancário de Defesa Civil exigido para o repasse de dinheiro do Estado ou da União — o cartão pode ser solicitado a qualquer momento, mas demora pelo menos uma semana para ser liberado.
Ocupação de áreas de risco
Uma lição facilmente compreendida, mas de difícil aplicação, diz respeito à ocupação de áreas de risco. Como a remoção de uma família de uma zona de risco é complicada e pode custar mais de R$ 100 mil, o ideal é que os municípios impeçam que regiões de alagamento, sujeitas a deslizamentos de terra ou outras ameaças sejam habitadas. Porém, poucas cidades conseguem colocar esse tipo de medida em prática. Nas ilhas de Porto Alegre, por exemplo, moradores são vítimas de sucessivas cheias ao longo dos anos.
As intempéries de outubro nas capas de ZH
Como o mau tempo influencia também no humor
Pressão atmosférica, luminosidade e vento são alguns dos agentes que podem afetar nossa disposição
Além de trazer consequências devastadoras como a destruição de casas e alagamento de ruas, a série de intempéries que atingiu o Estado em outubro também influencia aspectos mais sutis da nossa rotina, como o humor. Pressão atmosférica, luminosidade e vento são alguns dos agentes que podem afetar saúde e disposição.
O consenso de que dias ensolarados são motivadores enquanto os chuvosos são para ficar em casa não existe à toa. Ainda que o tempo não seja o único responsável por determinar o bem-estar de alguém, a psicoterapeuta e doutora em psicologia Maria Lucia Andreoli de Moraes defende que ele influencia o humor, sim. Para ela, a chuva leve e constante gera melancolia, enquanto o temporal é mobilizador, causando medo e raiva.
— Nos países nórdicos, por exemplo, onde as pessoas ficam muito tempo sem ver o sol, existe uma tendência depressiva. Não é um aspecto determinante, mas estudos mostram que há relação — afirma.
Existem pessoas mais sensíveis aos efeitos climáticos — chamadas de meteorossensíveis —, mas, no geral, o "tempo bom" nos deixa mais ativos e está fortemente ligado ao convívio social. Biologicamente falando, a luminosidade estimula a hipófase, responsável pela produção de serotonina, neurotransmissor que nos deixa em alerta, relacionado ao humor e ao prazer sexual — pessoas com essa transmissão afetada geralmente têm depressão. Por outro lado, a epífase (ou glândula pineal), responsável pela melatonina, um antioxidante neurológico, é ativada à noite.
— A glândula pineal diz para o nosso corpo se é dia ou noite. Na escuridão, temos a ativação da melotonina, que causa sono, e, no sol, a serotonina mobiliza nossas atividades diurnas. Temos um maior estímulo hipofisário no verão, o que aumenta inclusive o desejo sexual — explica o homeopata e médico ortomolecular José Irirneu Golbspan.
Chamada de biometeorologia, a área que estuda os efeitos do tempo na saúde humana, animal e vegetal não é das mais populares no Brasil. Aqui no Rio Grande do Sul, o principal polo de estudo fica na Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Professor da instituição e um dos membros da Sociedade Brasileira de Biometeorologia, Anderson Spohr Nedel salienta que, sabendo-se das consequências climáticas no corpo humano, é possível criar modelos de saúde prescritivos com base nas previsões meteorológicas.
— Tanto os ambientes internos quanto os externos afetam muito a saúde humana. Nós passamos cerca de 90% do tempo nos internos, mas neles ainda temos certo controle. Nos externos, são muitas variáveis e não temos como controlar — comentou Nedel.
Onda de "más notícias"
também causa impacto
Além do tempo, a psicoterapeuta Maria Lucia destaca que a onda de notícias ruins sobre os estragos dos temporais geram preocupação e também podem criar uma percepção geral negativa.
— É importante cuidar para seguir levando uma vida equilibrada. Sempre vai haver coisas ruins, mas temos que destacar as boas — sugere.
Ela indica que, para que os efeitos da chuva no humor sejam amenizados, as pessoas mantenham uma vida social ativa e sigam com suas atividades habituais mesmo com o mau tempo.
Como o nosso corpo reage ao tempo
Pressão atmosférica: dor de cabeça, fadiga, alteração sensorial, depressão, insônia e alucinações.
Alta luminosidade: esgotamento nervoso, perturbações mentais, irritação e euforia.
Baixa luminosidade: deficiências orgânicas, raquitismo, depressão e debilidade mental.
Vento: cansaço, abatimento, debilidade, depressão, hipersensibilidade, irritabilidade, desidratação e dores de cabeça.
Fonte: Interações entre o clima, o tempo e a saúde humana, de Denise Maria Sette e Helena Ribeiro.
Campos e acessos viraram piscinas
Os alagamentos atrapalharam também a dupla Gre-Nal. Por motivos diferentes, os treinos comandados por Roger e Argel foram afetados nas duas semanas de cheias na Capital. No Centro de Treinamento Luiz Carvalho, do Grêmio, o problema era o acesso. Com o fechamento das comportas, era necessário fazer um contorno pelo Humaitá e ir até Canoas para acessar uma parte esburacada da Rua João Moreira Maciel. No CT Parque Gigante, do Inter, as águas invadiram os gramados de treinos e forçaram a realocação das atividades para o Beira-Rio em vários momentos. Classificada pela direção colorada como um evento esporádico, a cheia não muda os planos do Inter para manter os treinos no complexo próximo ao Estádio Beira-Rio.
As obras do entorno da Arena do Grêmio que estão a cargo da prefeitura de Porto Alegre deverão ser licitadas em 15 dias. Segundo o secretário de Obras e Viação, Mauro Zacher, a duplicação da Avenida Ernesto Neugebauer e da Rua José Pedro Boéssio, importantes vias de escoamento de trânsito em dias de jogos, estarão com edital finalizado na semana que vem. Essas obras, consideradas vitais para a revitalização da estrutura viária do bairro Humaitá, serão executadas graças à verba de R$ 19 milhões liberada pelo programa PAC2 do governo federal.
Há outras duas frentes de obras previstas para a região. Uma delas, a cargo da Concepa, é a construção de uma alça da Freeway com acesso à Ernesto Neugebauer. O objetivo é facilitar a entrada na Arena. A outra é uma contrapartida da OAS pela utilização do local. A empreiteira deverá prolongar a Avenida Voluntários da Pátria até a José Pedro Boéssio e duplicar a Avenida A.J. Renner até a continuação com a Voluntários. Porém, como entrou em recuperação judicial, ainda não há previsão de começo dos trabalhos.
No Inter, ainda que as águas do Guaíba tenham subido muito com a enchente e invadido o CT Parque Gigante, impedido os atletas de seguir treinando em seus dois gramados, o clube não pensa em mudanças na estrutura.
— Não vamos deixar o CT porque houve uma eventualidade, uma enchente que não atingia a cidade há 74 anos — comentou o vice de patrimônio do Inter, Emídio Marques. — Os profissionais seguirão treinando aqui, no Parque Gigante. O CT que será construído na cidade de Guaíba servirá à base.
A direção descarta ainda viabilizar um sistema de contenção das águas. Segundo Emídio, seria uma obra cara e que dependeria da obtenção de diversas licenças ambientais.