Frequentador assíduo da Libertadores, o Grêmio começa sua 16ª participação com uma missão definida: voltar a ser protagonista na competição que já conquistou duas vezes. Desde o surpreendente vice de 2007, com derrota na decisão para o Boca Juniors, a equipe não chega às fases finais. Em 2016, a esperança é que volte a brigar, de fato, pelo título.

O otimismo não é fruto, apenas, da empolgação do torcedor. Um trabalho sólido de Roger Machado alçou o Grêmio à condição de um dos principais times do Brasil no ano passado. Ainda assim, havia desconfianças sobre a qualidade do grupo de jogadores que, em grande parte, foi mantido para a disputa da Libertadores. Faltava um reforço que colocasse a equipe

em outro patamar.

Ele veio com a contratação do equatoriano Miller Bolaños, 25 anos, junto ao Emelec. Destaque da última Libertadores e titular da seleção de seu país, líder das Eliminatórias Sul-Americanas, desembarcou como "a cereja do bolo". Miller Bolaños deve fazer parceria de peso com Luan, que amadureceu na última temporada e parece preparado para repetir a participação de 2014, quando despontou sob o comando de Enderson Moreira. Nesse ano, o Grêmo fez a segunda melhor campanha da primeira fase, mas caiu nas oitavas.

Para a estreia contra o Toluca, no México, o principal reforço gremista ainda não estará à disposição de Roger, que terá também o desfalque do volante Walace, com lesão de grau 2 no ligamento lateral medial do joelho direito. Edinho começa como titular. A arrancada, portanto, pode trazer algumas dificuldades ao Grêmio, mas nada que diminua o otimismo do torcedor na busca pelo tricampeonato da América.

Terceiro maior campeão no México, o Toluca é uma equipe média do país. No ranking de popularidade, caiu do sexto para o 10º posto nos últimos três anos, segundo o instituto Consulta Mitofsky. Torcer para os Diablos Rojos não tem sido fácil. Há três temporadas, é o time do quase. Chegou às semifinais em quatro das últimas cinco edições do Mexicano e foi eliminado em todas. Em 2014, na final da Liga dos Campeões da Concacaf, deixou o tri escapar no gol qualificado.

Essas decepções pressionam o técnico José Cardozo, há quase três anos no comando do time. Embora o paraguaio tenha moral com a torcida, é o maior artilheiro da história do clube, pelo qual conquistou a Concachampions de 2003.

A dupla de ataque é o ponto forte da equipe, formada pelo argentino Enrique Triverio, 27 anos, e o colombiano Fernando Uribe, 28. Ambos chegaram no meio do ano passado. Na janela mais recente, apenas o lateral-direito Gerardo Flores, que disputou a última Copa América pelo México, foi contratado. O volante paraguaio Richard Ortiz retornou de empréstimo ao Libertad.

– Cardozo não chega ameaçado, mas o desempenho dos primeiro jogos no ano não é bom. De 12 pontos possíveis, o Toluca conquistou só cinco – disse Gabriela Rangel, repórter do jornal El Sol de Toluca.

Com a bênção do Papa, seu torcedor ilustre, o San Lorenzo entra na Libertadores com a autoestima elevada. Depois do fim da pecha de "clube grande sem Libertadores", em 2014, a diretoria conseguiu, após longa batalha, viabilizar o retorno a Boedo, bairro onde ficava o seu antigo estádio. A Nova Arena, porém, só deve ficar pronta em 2019. Até lá, o Novo Gasômetro continua sendo a casa de El Ciclón.

Apesar de ter mantido praticamente todo o time titular, o San Lorenzo passa por um período de reformulação de conceito de futebol. O técnico Pablo Guede tem filosofia de jogo completamente distinta a de seu antecessor Edgardo Bauza. Enquanto Bauza prioriza a solidez defensiva, Guede aposta em atacar para não ser atacado. Essa mudança, porém, pode demorar para ser compreendida pelos jogadores. Nos primeiros três jogos no ano, duas derrotas e um empate.

Seis jogadores foram contratados: o goleiro Navarro, os zagueiros Angeleri, Pedro Franco e Paulo Díaz, o meia Fernando Belluschi e o atacante Cerutti.

– É uma equipe ganhadora, formada por jogadores dedicados e de muita experiência. No mais, tem um técnico que quer revolucionar o futebol argentino e ótimos reforços – ressalta Agustín Kubar, repórter do Olé.

Protagonista no futebol sul-americano no final da década passada, a Liga Deportiva Universitária, a LDU, perdeu espaço na América nos últimos anos. Desde 2011, o campeão de 2008 não participa da fase de grupos da Libertadores. Nem mesmo no Equador, consegue se impor. Nos últimos três anos, viu o Emelec dominar o futebol local. Na temporada passada, ao menos chegou à decisão.

De acordo com Alex Puruncajas, repórter do jornal El Comercio, "a falta de dinheiro, o envelhecimento da equipe e erros na contratação de reforços" justificam a má fase.

Após o vice equatoriano, o jovem técnico Luis Zubeldía deixou Quito, e o argentino Claudio Borghi foi contratado para liderar a reformulação. Dos veteranos, apenas o zagueiro e capitão Araujo é titular _ time tem média de idade de 28 anos. Os principais reforços foram o meia-atacante uruguaio Brahian Alemán e o chileno Edson Puch. Borghi queria um centroavante, a diretoria tentou o retorno do ídolo Claudio Bieler, mas o negócio fracassou.

A Liga chegará com apenas uma partida oficial na estreia, os outros times estarão mais preparados. Se passar de fase, será uma surpresa – avalia Puruncajas.