Depois de sofrer com o excesso de chuva no final do ano passado, a produção agrícola gaúcha já começa sentir-se ameaçada pelos efeitos do calorão. Com mais de 20 dias sem precipitações significativas e de temperaturas altas no Estado, as lavouras de soja plantadas mais cedo podem ter seu potencial produtivo reduzido se a estiagem se prolongar.

 

– Ainda é cedo para falar em perdas, mas certamente, se não chover nas próximas semanas, a situação tende a se agravar – avalia Rogério Mazzardo, gerente técnico adjunto da Emater.

 

O problema maior é o contraste térmico sofrido pelas plantas, que estavam acostumadas com períodos chuvosos e, agora, enfrentam dias seguidos com temperaturas acima dos 30ªC, acompanhadas de baixa umidade do ar.

 

– A luminosidade é benéfica. O que não ajuda é esse calorão, que provoca um estresse muito grande nas plantas – explica Mazzardo.

 

Quanto ao cultivo de frutas e hortaliças, o impacto se dá na perda do potencial produtivo, já que as plantas perdem mais água com o forte calor e ficam mais propícias ao ataque de doenças. A consequência para os consumidores poderá ser a alta de preços desses produtos.