O consumo menor de energia devido à crise econômica e ao tarifaço nas contas de luz praticamente eliminam a possibilidade de o Estado ter problemas de fornecimento no verão, apesar do forte calor.

 

– Algumas obras foram finalizadas e estamos com mais capacidade que no ano passado, tanto em transmissão quanto em distribuição – diz Paulo Milano, diretor da Siclo Consultoria em Energia.

 

Dados da CEEE mostram que, até agora, no verão, o pico da demanda no Estado, de 6.168 megawatts (MW), ocorreu às 14h23min da última terça-feira, quando a temperatura ultrapassou 32ºC. Ainda está longe da marca histórica de 6.902 MW, observada às 13h52min de 6 de fevereiro de 2014, sob um calorão de 38,2 °C.

 

Outro refresco vem da recuperação do nível dos reservatórios das hidrelétricas, que produzem a maior parte da luz do país. No sistema Centro Oeste/Sudeste, responsável por 70% da geração hídrica do Brasil, as barragens estão com 40% da capacidade. Um ano atrás, era menos da metade.

 

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que, ano passado, o consumo de energia caiu 1,8% no país. Na região Sul, a queda foi ainda maior, de 3,8%. Para janeiro, a previsão do ONS é de um recuo de de 3,8% no Brasil.

 

Mas a situação mais confortável não elimina o risco de problemas pontuais em algumas regiões ou bairros por excesso de carga, observa Milano. Um dos locais críticos é o Litoral Norte, onde além do grande contingente de pessoas que se deslocam para as praias há o uso de energia para irrigar lavouras de arroz.