FUTURO
do pretérito
Confira como seria a vida em 2015 no cinema e na literatura e descubra o quanto os roteiristas e escritores acertaram ou erraram feio
Carros
voadores
Colonização
espacial
Armas
a laser
“O que deu certo e o
que deu errado no ano de 2015 que a ficção do passado imaginou”
por Gustavo Brigatti
Carros voadores, comércio de animais clonados, drones, robôs quase humanos, fechaduras biométricas, colonização de outros planetas e, claro, skates que flutuam. Filmes como De Volta para o Futuro 2 (1989) e O 6º Dia (2000) e o conto Brincadeira de Pegar (1942), do escritor Isaac Asimov (1920 – 1992), imaginaram um 2015 que permanece, com raras exceções, no campo da ficção. Em alguns casos, é de se lamentar (quem não gostaria de roupas autossecantes?). Em outros, dá para ficar feliz por terem errado tanto (gravata dupla definitivamente não parece uma boa ideia). Confira aqui o que ainda permanece na ficção e o que se tornou realidade.
A holografia ainda patina no mundo real. Diferentemente do que foi mostrado no cinema, nada pode ser projetado no ar, sendo imprescindível algum tipo de superfície – uma membrana transparente, por exemplo. O mesmo recurso foi usado em shows com holografias de artistas mortos, como Elvis Presley.
"Em 2013, a Nike brincou com o conceito, criando uma holografia de tênis em um outdoor em Amsterdã – que não passava de um truque bem feito."
Robô
passeador
A tecnologia dos drones existe e caminha para, em breve, fazer parte do meio civil. Há planos, por exemplo, de usar os robozinhos voadores como entregadores de mercadorias – de pizza a correspondência. Mas nada indica que neste ano – ou em qualquer ano – teremos drones capazes de passear com nossos cachorros.
Cozinhar é coisa do passado, segundo os roteirista de cinema. No futuro, a comida virá em pequenas porções que aumentam de tamanho graças a algum processo fantasioso. Por enquanto, o máximo que conseguimos nesse sentido são as chamadas comidas liofilizadas _ basicamente porções de alimentos desitratados que, ao acrescentar água, tornam-se comestíveis. Alguém ai falou em macarrão instantâneo?
É o sonho de consumo de várias gerações, o skate voador de De Volta Para o Futuro 2.
Mas o máximo a que se chegou até hoje foi um protótipo que só funciona sobre superfícies metálicas.
"Ainda assim, a empresa responsável arrecadou mais de
US$ 500 mil para desenvolver o brinquedo que promete para o simbólico 21 de outubro de
2015 – dia em que se passa o trecho futurista do filme."
Tênis e jaquetas que se ajustam ao corpo assim que você os veste e peças autossecantes pertencem à ficção. A Nike até anunciou que pretende lançar neste ano os famosos tênis usados por Martin McFly – sem garantir que os cadarços se amarrem sozinhos.
Clonagem
Em 2015, a clonagem humana seria uma realidade, ainda que proibida. Já a clonagem de animais seria algo corriqueiro: bichos vivos ou mortos poderiam ser duplicados em um passeio pelo shopping. Na vida real, desde 1996 é possível clonar animais, sendo a ovelha Dolly a pioneira, seguida por veados, vacas, cães e gatos.
Publicidade holográfica
Na ficção, em 2015 congestionamentos seriam coisa do passado – pelo menos no solo, porque carros voadores já estariam entre nós. Embora bem longe dos veículos mostrados no cinema, algumas experiências demonstram que é possível algo semelhante a um híbrido de carro com avião.
Uma das empresas que chegaram mais perto disso é a eslovaca AeroMobil, cuja criação foi mostrada no final do ano passado e – dizem – deve começar a ser produzida ainda neste ano.
R o u p a s
extravagantes
Combinações de cores de gosto duvidoso, chapéus esquisitos, gravatas duplas, calçados bizarros e cortes de tecido no mínimo estranhos.
Se dependesse da ficção, 2015 seria um ano em que todo mundo se vestiria feito cosplay de anime – uma festa à fantasia cotidiana. Ainda bem que erraram. Em tudo.
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O sonho de colonizar outros planetas continua no plano onírico. Se no 2015 da ficção nós já estaríamos mineirando solos extraterrestes, na realidade ainda lutamos para enviar sondas que fazem pouco mais do que transmitir imagens. Morar fora da Terra, então, vai ficar para bem mais tarde.
Pistolas e rifles que disparam feixes de raios laser ainda pertencem à ficção. No 2015 de fato, não faltam geringonças caseiras que, com muito custo, estouram bexigas ou derretem plástico – a internet está repleta de vídeos de cientistas amadores testando protótipos. Equipamentos capazes de algo além disso são utilizados em laboratórios e não, não têm condições de serem manuseados com facilidade. Ainda bem.
Bonecas robôs
É uma obsessão antiga da indústria de brinquedos fazer bonecas parecidíssimas com seres humanos e que se comunicam com seus proprietários. Na ficção, elas são capazes não só de entabular pequenas conversas, mas também de indicar desejos e insatisfações.
"Algo assim já está disponível e atende pelo nome de Cayla, uma boneca britânica que responde a perguntas utilizando pesquisas via internet."
Aeronave controlada
por controle remoto
Desde priscas eras, o homem controla aeronaves de maneira remota, sejam aeromodelos aos finais de semana, sejam drones militares. A diferença é que, em 2015, esse expediente seria utilizado também para transportar pessoas – uma ideia
que ainda parece longe de acontecer...
SKATE VOADOR
Roupas ajustáveis automaticamente
Design de interface e programação: Leonardo Azevedo
Ilustração: Eduardo Oliveira
Texto: Gustavo Brigatti
Comida
instantânea
No futuro revelado no cinema, cozinhar é coisa do passado: a comida vem em pequenas porções que aumentam de tamanho graças a algum processo fantasioso. Na vida real, o máximo que conseguimos são as chamadas comidas liofilizadas – porções de alimentos desidratados que, acrescidos de água, tornam-se comestíveis. Alguém aí falou em macarrão instantâneo?
Arquitetura inteligente
Portas que se abrem com um toque de polegar e refrigeradores que alertam para o fim de algum produto? Podem ser encontrados em lojas especializadas, embora longe de serem populares como no futuro imaginado: uma fechadura biométrica, por exemplo, custa, em média, R$ 1 mil. Já sarjetas iluminadas por luz néon não fazem sentido em época alguma...