54,9km
percorridos
02h57
pedalando
3º dia
de viagem
ASSADURAS E ESTRADA PERIGOSA
Na sexta-feira, 6 de janeiro, encontrei com Jefferson no hotel para tomarmos café da manhã. Antes de me desejar um bom dia, ele agradeceu:
– Muito obrigado, Hipoglós!
Depois de 147 quilômetros percorridos em dois dias, Jefferson começava a sofrer com algumas assaduras. Descobri que ele havia pedalado com cuecas, um erro frequentemente cometido por ciclistas iniciantes. Fica a dica: nada de roupa íntima com bermudas ou com calças especiais para pedalar, principalmente em trajetos mais longos. Elas são feitas para serem usadas sem nada por baixo. Segundo o site Projeto Pedalando, o tecido interno do forro tem tratamento antibactérias, o que o torna mais higiênico do que roupas íntimas, impedindo a proliferação de fungos e bactérias.
Problemas de assaduras solucionados, partimos às 12h30min do Chuí rumo a Santa Vitória do Palmar, com direito a uma parada em Hermenegildo. Na BR-471, o primeiro choque. Saíam de cena as manifestações de incentivo dos uruguaios e um acostamento em condições regulares para pedalar; entravam buzinadas barulhentas de caminhoneiros e um asfalto esburacado.
A parte interessante do percurso fica por conta do parque eólico de Hermenegildo, com suas turbinas, popularmente conhecidas como cata-ventos. Mas, atenção, nada de descuidar da estrada. Melhor parar a bike na RS-833, que leva à orla, e apreciar a paisagem com segurança.
16,3km
percorridos
1h00
pedalando
3º dia
de viagem
PÔR DO SOL INESQUECÍVEL
Em Hermenegildo, a ideia era descansar um pouco, tomar um banho de mar e renovar as energias para os próximos desafios. Mas não deu praia.
Como explicou reportagem de ZH no último fim de semana, a gigantesca ressaca de outubro do ano passado alterou a morfologia litorânea do Estado e retirou toneladas de sedimentos da orla, deixando as dunas mais estreitas e favorecendo o avanço do mar em pontos localizados das praias. Hermenegildo foi um dos locais que mais sofreram com o fenômeno – a água ocupou cerca de 10 metros da antiga faixa de areia.
Após o almoço, partimos para Santa Vitória do Palmar, onde dormiríamos naquela noite. Por lá, descobrimos a existência de um porto, que fica a uma distância de oito quilômetros do centro da cidade. Sem muitas expectativas, decidimos dar uma conferida – tivemos uma grata surpresa. Fechamos a primeira parte de nossa empreitada com um belo pôr do sol às margens da Lagoa Mirim, após 210 quilômetros pedalados em três dias.
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Sobre assaduras e pôr do sol inesquecível
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Pescaria e diversão nos molhes de Rio Grande
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Capas de chuva, paralelepípedos e areia
DIA 6
Fobia, medo de altura e solidão
DIA 7
A melancolia da última pedalada