Francisco Paulo Sant'Ana escreveu milhares de crônicas originais, criativas e posicionadas ao longo de uma carreira de 45 anos como jornalista e comunicador. Sua primeira coluna em Zero Hora foi publicada em 17 de novembro de 1971 e aborda uma de suas grandes paixões: o Grêmio. Inquieto, provocador e sintonizado com o público, ele transita com naturalidade por diversas áreas da cultura e da comunicação — do rádio à televisão, da música à poesia, da conversa de bar à leitura filosófica —, mas é na crônica do cotidiano que se pode observar o melhor desse gênio multitalentoso. ZH oferece aos leitores, neste espaço, a cronologia da carreira, um vídeo com histórias contadas por amigos e uma criteriosa seleção de crônicas do acervo imortal de Paulo Sant'Ana sobre alguns dos temas de sua predileção.
Eis o homem!
Eis o gênio!
vídeos
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Outros causos de Paulo Sant'Ana contados por amigos e colegas de trabalho:
melhores
colunas
AS
SANT'ANA ESCREVEU SOBRE DIVERSOS TEMAS. ESTES FORAM OS PRINCIPAIS:
1972
1973
1983
1974
1988
1989
1992
1993
1994
1995
1998
1971
2001
2003
2005
2007
2008
2010
2011
2013
2014
2015
Em edição especial dedicada ao Rio Grande do Sul, o programa "Discoteca do Chacrinha" contou com a participação de Sant'Ana. O apresentador global estava vestido de gaúcho e as chacretes abriram a atração com roupas de prenda, cantando "Prenda minha".
Em uma gincana da Brigada Militar, Sant'Ana vestiu a camiseta do Inter, e Ibsen Pinheiro, notório colorado, ficou com a vestimenta do Grêmio. Em 2007, Sant'Ana publicou a foto com o seguinte comentário em seu blog: "Eu sei por que tantos colorados apreciam a minha pessoa. Pois só um gremista convicto como eu poderia desfilar por aí com uma camisa dessas".
A edição de 11 de dezembro de 1983 estampou sua coluna com o título "Sou todo coração". O Grêmio consagrou-se campeão do mundo, e Sant'Ana escreveu sobre o feito: "Todas as raças, todos os credos, todas as nações invejam agora o novo e vigoroso campeão mundial de clubes".
Nas páginas policiais, Sant'Ana protagonizou um furo jornalístico histórico ao noticiar a libertação do menino Alexandre Moeller, sequestrado no Colégio Anchieta, em Porto Alegre. O jornalista entrevistou a vítima e seu pai.
Em um show no Estádio Beira-Rio, Sant'Ana canta ao lado de Julio Iglesias, definido por ele como grande artista e grande amigo. "Foi uma das maiores emoções da minha vida. Ele cantou cinco ou seis músicas, parou o show e disse: 'Ahora, llamo al palco mi amigo Pablo Sant'Ana'", contou o jornalista anos depois.
Sant'Ana deixa a coluna na editoria de Esportes e assume o espaço que havia sido de Carlos Nobre (morto em 1985), na penúltima página de ZH. Esporte não é mais o único tema tratado pelo cronista, que passa a abordar diversos assuntos do cotidiano.
Lançou a coletânea de 40 crônicas "O gênio idiota". O livro foi descrito, pelo próprio autor, como "reações de espírito a fatos que rolam em torno da vida, comuns a todos, pela percepção dos meus sentidos". Sant'Ana aborda assuntos diversos, como ciúme, amizade e amor.
No Carnaval, foi homenageado pela escola de samba Acadêmicos da Orgia. A agremiação desfilou no grupo 1-B com o samba-enredo "O menestrel da cultura popular, Francisco Paulo Sant'Ana". A letra dizia: "Pode rufar o tambor / Que o menino chegou / Para ilustrar nosso enredo com amor".
Em uma crônica, contou sobre a vez em que roubou cigarros do caixão de Mario Quintana. Era uma madrugada, e o corpo do poeta estava sendo velado na Assembleia Legislativa. Sobre o caixão, havia alguns cigarros avulsos. Depois de deixar o local e ao ver que estava sem os seus próprios cigarros, Sant'Ana retornou ao velório e "furtou" três do poeta.
Sant'Ana foi entrevistado em "Jô Soares onze e meia", do SBT. No programa, o apresentador mostrou uma foto de Julio Iglesias com a língua na orelha de Sant'Ana e perguntou: "Que loucura é essa?". "Não entendi até hoje. Quando passo na Rua da Praia, que é a principal artéria de Porto Alegre, as mulheres beijam minha orelha", contou o cronista.
A revista americana Newsweek entrevistou Sant'Ana após ele fazer o relato em ZH sobre as sensações provocadas pelo uso do Viagra. Em sua coluna, o cronista descreveu: "O surpreendente, o novo, o que eu classificaria de incrível, se desenrolou após o meu orgasmo: como já não me acontecia há 20 anos, permaneceu intacta minha função erétil. Desapareceu o habitual e relativo fenecimento pós-orgasmo, estado a que eu já me habituara nas duas últimas décadas".
Paulo Sant'Ana estreou sua coluna em Zero Hora no dia 17 de novembro de 1971, com um texto intitulado "Economia interna", no qual falava sobre jogadores do Grêmio. O futebol e, em especial, o time do coração eram os assuntos tratados no espaço que Sant'Ana passou a ocupar a convite do então diretor de Redação, Lauro Schirmer. No mês anterior, o colunista havia feito sua primeira participação no Sala de Redação, surpreendendo o comandante da atração na Rádio Gaúcha, Cândido Norberto.
O e-mail do cronista passou a ser publicado diariamente junto com seus textos. O colunista mais lido do Estado – recordista no recebimento de cartas – ampliou as formas de se comunicar com os leitores, cujas opiniões eram frequentemente expressadas nas colunas.
Foi lançado seu segundo livro, "O melhor de mim". A maior parte das 64 crônicas foi escrita depois de 1992, para abranger material posterior ao reunido em "O gênio idiota". O livro é composto por textos que, na avaliação do autor, "acertaram na veia": foram assunto para discussões públicas e repercutiram junto aos leitores.
Quando o Brasil discutiu o desarmamento, Sant'Ana publicou uma série de colunas sobre o tema, nas quais chamou o referendo de "inócuo", "inválido" e "engodo", por estar "manchado pela parcialidade ditatorial dos seus mentores".
Ganhou um blog em zerohora.com, no qual compartilhou até 2014 comentários em texto, áudio e vídeo.
Mais uma vez, Sant'Ana cantou com Julio Iglesias em Porto Alegre: "Eu nunca disse que cantei bem com Julio Iglesias. Isso nas duas primeiras vezes em que cantei com ele. Mas ontem tive o orgulho de ter cantado bem com Julio Iglesias. Ele não envelhece. Ele não pode envelhecer. Cantei com Julio 'Recuerdos de Ypacarai'".
Encarou a rotina de carroceiros que transitavam pelas ruas de Porto Alegre para avaliar o impacto no trânsito. Sant'Ana percorreu aproximadamente 10 quilômetros em 43 minutos: enfrentou a relação com os automóveis, ajudou a conduzir um veículo e carregou o material destinado à reciclagem.
Seu terceiro livro, "Eis o homem", é publicado. Nele, o comunicador privilegia os textos sobre a própria intimidade.
Sant'Ana divulgou em sua coluna que estava fazendo tratamento contra o câncer. Disse: "Fui alvo de uma cirurgia na quarta-feira última. O cirurgião Nédio Steffen retirou da minha região rinofaríngea um tumor maligno, um carcinoma". Depois, prosseguiu: "Suponho agora, ainda atordoado pela notícia, que vou fazer tratamento radioterápico ou quimioterápico".
Em junho, quando as manifestações populares se espalharam pelo Brasil, com uma pauta que extrapolou a questão do transporte coletivo, Sant'Ana publicou uma série de colunas. No dia 17, escreveu: "Há no ar uma revolta que antes era surda e agora se esparrama pelas ruas corajosamente, enfrentando ora os excessos policiais de violência, ora justificadas intervenções das polícias contra atos de vandalismo".
A coluna de Sant'Ana foi reformulada: deixou de ser publicada às segundas, quartas, quintas e aos sábados para se tornar um espaço semanal. Permaneceu antes da contracapa, mas com página inteira. Além do texto principal na edição mais lida do jornal, passou a contar com uma seção dedicada às contribuições de leitores e outra chamada "O melhor de Sant'Ana", relembrando frases antológicas.
Com Sant'Aninha, personagem representado pelo comunicador Duda Garbi, Sant'Ana comenta a Copa do Mundo. Assista:
Em 26 de julho de 2015, publicou sua última coluna antes de deixar o espaço para tratamento de saúde. Falou sobre as finanças do Estado.
PRODUçÃO
Isadora Neumann
CONTEÚDO
Editoria de Opinião de ZH
Eduardo Rosa
Letícia Coimbra
design
Diogo Perin
ILUSTRAÇÃO
Fraga
cronologia de
1972
1973
1983
1974
1988
1989
1992
1993
1994
1995
1998
1971
2001
2003
2005
2007
2008
2010
2011
2013
2014
2015
Em edição especial dedicada ao Rio Grande do Sul, o programa "Discoteca do Chacrinha" contou com a participação de Sant'Ana. O apresentador global estava vestido de gaúcho e as chacretes abriram a atração com roupas de prenda, cantando "Prenda minha".
Em uma gincana da Brigada Militar, Sant'Ana vestiu a camiseta do Inter, e Ibsen Pinheiro, notório colorado, ficou com a vestimenta do Grêmio. Em 2007, Sant'Ana publicou a foto com o seguinte comentário em seu blog: "Eu sei por que tantos colorados apreciam a minha pessoa. Pois só um gremista convicto como eu poderia desfilar por aí com uma camisa dessas".
A edição de 11 de dezembro de 1983 estampou sua coluna com o título "Sou todo coração". O Grêmio consagrou-se campeão do mundo, e Sant'Ana escreveu sobre o feito: "Todas as raças, todos os credos, todas as nações invejam agora o novo e vigoroso campeão mundial de clubes".
Nas páginas policiais, Sant'Ana protagonizou um furo jornalístico histórico ao noticiar a libertação do menino Alexandre Moeller, sequestrado no Colégio Anchieta, em Porto Alegre. O jornalista entrevistou a vítima e seu pai.
Em um show no Estádio Beira-Rio, Sant'Ana canta ao lado de Julio Iglesias, definido por ele como grande artista e grande amigo. "Foi uma das maiores emoções da minha vida. Ele cantou cinco ou seis músicas, parou o show e disse: 'Ahora, llamo al palco mi amigo Pablo Sant'Ana'", contou o jornalista anos depois.
Sant'Ana deixa a coluna na editoria de Esportes e assume o espaço que havia sido de Carlos Nobre (morto em 1985), na penúltima página de ZH. Esporte não é mais o único tema tratado pelo cronista, que passa a abordar diversos assuntos do cotidiano.
Lançou a coletânea de 40 crônicas "O gênio idiota". O livro foi descrito, pelo próprio autor, como "reações de espírito a fatos que rolam em torno da vida, comuns a todos, pela percepção dos meus sentidos". Sant'Ana aborda assuntos diversos, como ciúme, amizade e amor.
No Carnaval, foi homenageado pela escola de samba Acadêmicos da Orgia. A agremiação desfilou no grupo 1-B com o samba-enredo "O menestrel da cultura popular, Francisco Paulo Sant'Ana". A letra dizia: "Pode rufar o tambor / Que o menino chegou / Para ilustrar nosso enredo com amor".
Em uma crônica, contou sobre a vez em que roubou cigarros do caixão de Mario Quintana. Era uma madrugada, e o corpo do poeta estava sendo velado na Assembleia Legislativa. Sobre o caixão, havia alguns cigarros avulsos. Depois de deixar o local e ao ver que estava sem os seus próprios cigarros, Sant'Ana retornou ao velório e "furtou" três do poeta.
Sant'Ana foi entrevistado em "Jô Soares onze e meia", do SBT. No programa, o apresentador mostrou uma foto de Julio Iglesias com a língua na orelha de Sant'Ana e perguntou: "Que loucura é essa?". "Não entendi até hoje. Quando passo na Rua da Praia, que é a principal artéria de Porto Alegre, as mulheres beijam minha orelha", contou o cronista.
A revista americana Newsweek entrevistou Sant'Ana após ele fazer o relato em ZH sobre as sensações provocadas pelo uso do Viagra. Em sua coluna, o cronista descreveu: "O surpreendente, o novo, o que eu classificaria de incrível, se desenrolou após o meu orgasmo: como já não me acontecia há 20 anos, permaneceu intacta minha função erétil. Desapareceu o habitual e relativo fenecimento pós-orgasmo, estado a que eu já me habituara nas duas últimas décadas".
Paulo Sant'Ana estreou sua coluna em Zero Hora no dia 17 de novembro de 1971, com um texto intitulado "Economia interna", no qual falava sobre jogadores do Grêmio. O futebol e, em especial, o time do coração eram os assuntos tratados no espaço que Sant'Ana passou a ocupar a convite do então diretor de Redação, Lauro Schirmer. No mês anterior, o colunista havia feito sua primeira participação no Sala de Redação, surpreendendo o comandante da atração na Rádio Gaúcha, Cândido Norberto.
O e-mail do cronista passou a ser publicado diariamente junto com seus textos. O colunista mais lido do Estado – recordista no recebimento de cartas – ampliou as formas de se comunicar com os leitores, cujas opiniões eram frequentemente expressadas nas colunas.
Foi lançado seu segundo livro, "O melhor de mim". A maior parte das 64 crônicas foi escrita depois de 1992, para abranger material posterior ao reunido em "O gênio idiota". O livro é composto por textos que, na avaliação do autor, "acertaram na veia": foram assunto para discussões públicas e repercutiram junto aos leitores.
Quando o Brasil discutiu o desarmamento, Sant'Ana publicou uma série de colunas sobre o tema, nas quais chamou o referendo de "inócuo", "inválido" e "engodo", por estar "manchado pela parcialidade ditatorial dos seus mentores".
Ganhou um blog em zerohora.com, no qual compartilhou até 2014 comentários em texto, áudio e vídeo.
Mais uma vez, Sant'Ana cantou com Julio Iglesias em Porto Alegre: "Eu nunca disse que cantei bem com Julio Iglesias. Isso nas duas primeiras vezes em que cantei com ele. Mas ontem tive o orgulho de ter cantado bem com Julio Iglesias. Ele não envelhece. Ele não pode envelhecer. Cantei com Julio 'Recuerdos de Ypacarai'".
Encarou a rotina de carroceiros que transitavam pelas ruas de Porto Alegre para avaliar o impacto no trânsito. Sant'Ana percorreu aproximadamente 10 quilômetros em 43 minutos: enfrentou a relação com os automóveis, ajudou a conduzir um veículo e carregou o material destinado à reciclagem.
Seu terceiro livro, "Eis o homem", é publicado. Nele, o comunicador privilegia os textos sobre a própria intimidade.
Sant'Ana divulgou em sua coluna que estava fazendo tratamento contra o câncer. Disse: "Fui alvo de uma cirurgia na quarta-feira última. O cirurgião Nédio Steffen retirou da minha região rinofaríngea um tumor maligno, um carcinoma". Depois, prosseguiu: "Suponho agora, ainda atordoado pela notícia, que vou fazer tratamento radioterápico ou quimioterápico".
Em junho, quando as manifestações populares se espalharam pelo Brasil, com uma pauta que extrapolou a questão do transporte coletivo, Sant'Ana publicou uma série de colunas. No dia 17, escreveu: "Há no ar uma revolta que antes era surda e agora se esparrama pelas ruas corajosamente, enfrentando ora os excessos policiais de violência, ora justificadas intervenções das polícias contra atos de vandalismo".
A coluna de Sant'Ana foi reformulada: deixou de ser publicada às segundas, quartas, quintas e aos sábados para se tornar um espaço semanal. Permaneceu antes da contracapa, mas com página inteira. Além do texto principal na edição mais lida do jornal, passou a contar com uma seção dedicada às contribuições de leitores e outra chamada "O melhor de Sant'Ana", relembrando frases antológicas.
Com Sant'Aninha, personagem representado pelo comunicador Duda Garbi, Sant'Ana comenta a Copa do Mundo. Assista:
Em 26 de julho de 2015, publicou sua última coluna antes de deixar o espaço para tratamento de saúde. Falou sobre as finanças do Estado.